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Açude Cocorobó, na Bahia, se entrelaça com a história de Canudos
Qual brasileiro não conhece a história do Arraial de Belo Monte, mais conhecido como Canudos? Essa narrativa faz parte da trajetória do nosso país e com certeza, você já ouviu falar dela. Belo Monte foi fundada por Antônio Conselheiro, em 1893, e abrigou milhares de camponeses pobres e desvalidos que fugiam da seca em busca de melhores condições de vida. Foi no cenário das ruínas de Belo Monte que nasceu, anos depois, o açude Cocorobó, um movimento da vida, onde antes era seca, passou a ser fonte de água e subsistência para o povo sertanejo.
Segundo pesquisas do historiador Anderson Henrique Marinho, as primeiras especulações acerca da construção do Açude Cocorobó surgiram durante o Estado Novo, período em que Getúlio Vargas governou o Brasil, entre 1937 até 1945. No entanto, foi a partir de 1951 que voltou a circular as informações a respeito da obra que traria um açude para a região. No final do mesmo ano, foram iniciadas as obras de preparação do terreno. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) elaborou e executou a construção do açude.
A barragem do Açude Cocorobó teve sua construção iniciada em 1951, por administração direta do DNOCS. A maior parte do aterro foi executada nos últimos meses antes do término da obra, obedecendo aproximadamente ao seguinte cronograma: de 1951 até 1966, foram executados 600.000 m³ ou 48% da obra. Durante o ano de 1967, a barragem atingiu seu volume total, tendo sido feitos neste período, 650.000 m³ de aterro compactado. Os estudos do DNOCS indicaram o boqueirão Cocorobó como o sítio mais indicado para a construção da barragem.
Segundo publicação da professora da Universidade de São Paulo (USP), Walnice Galvão, a barragem foi concluída em 1968. Há pareceres de engenheiros e mesmo de arqueólogos, como Paulo Zanettini e Erica González, que certificam que o local selecionado para a construção do Cocorobó é o mais apropriado para a implantação da barragem: a jusante o vale é muito aberto e com espessas camadas de sedimentos e a montante não havia local tão propício para um reservatório.
O açude público Cocorobó é o principal manancial hídrico da região de Canudos, na Bahia, sendo destinado ao abastecimento humano da cidade de Canudos, do Perímetro Irrigado do Vaza-Barris. Também foi construído com o objetivo de perenizar o rio Vaza-Barris e assim aumentar a disponibilidade hídrica de outras regiões mais.
Anderson Henrique Marinho explica ainda em seus estudos que concluídas as obras do Açude Cocorobó, foi cumprida então a profética fala de Antônio Conselheiro “o sertão vai virar mar”. As fortes chuvas que ocorreram fizeram o Cocorobó encher e submergiram as ruínas de Belo Monte e do distrito de Canudos. Então, 60 anos após ser refundada, o distrito de Canudos e o espaço histórico de Belo Monte foram submersos pelas águas.
Ao lado do reservatório Canudos foi reconstruída e hoje é o distrito chamado Antiga Canudos, formada por homens e mulheres que habitavam o povoado anterior. As margens do açude também estão o Memorial Antônio Conselheiro, vinculado a Universidade Estadual da Bahia (UNEB), assim como o Parque Estadual de Canudos, onde são preservados alguns dos espaços da Guerra de Canudos.
SAIBA MAIS
De acordo com o portal Brasil Escola, a comunidade de Canudos foi fundada em 1893, quando Antônio Conselheiro e seus seguidores ocuparam a fazenda Belo Monte, na Bahia. A localidade ficava às margens do rio Vaza-Barris. O Arraial de Canudos chegou a ter uma população de 25 mil pessoas, que o consideravam como a terra prometida.
O Arraial de Canudos começou a incomodar as classes dominantes, como a Igreja, que estava perdendo seus fiéis para o religioso Antônio Conselheiro; os latifundiários, que temiam novas ocupações de terras improdutivas; e dos governos regional e nacional, que tentaram atacar Canudos quatro vezes.
A Guerra de Canudos foi um confronto entre o exército brasileiro e a comunidade liderada pelo religioso pelo beato. O conflito aconteceu entre 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de 1897. O presidente da época, Prudente de Morais, considerou o movimento rebelde e enviou o exército para combatê-lo.
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