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DNIT 20 Anos
DNIT/RS é implantado com o desafio de administrar uma das maiores malhas rodoviárias do Brasil
Até o fim da década de 1930, quando eclodia a Segunda Guerra Mundial, o Brasil era um grande arquipélago econômico sem rodovias para interligação dos seus polos econômicos e escoamento da sua produção agrícola. O Rio Grande do Sul não fugia à regra, e até 1938, o Estado era detentor de somente 22 quilômetros de rodovias pavimentadas. Naquele ano foi implantado o Sistema Rodoviário Nacional e pouco mais de oito décadas depois essa malha rodoviária deu um salto para mais de 5,6 mil quilômetros. Desse total, 4.862 quilômetros são atualmente administrados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Os números destacam que o Rio Grande do Sul hoje tem o desafio de cuidar de uma das maiores malhas rodoviárias do País.
Com a implantação do Sistema Rodoviário Nacional na década de 1930, o Rio Grande do Sul deu início à construção de duas importantes rodovias: a BR-2 (atual BR-116/RS), garantindo a ligação com Santa Catarina, e a BR-43 (atual BR-285/RS), entre os municípios gaúchos de Vacaria e Lagoa Vermelha. A primeira foi implantada por administração direta do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Já a segunda foi executada pelo Exército, por ser considerada estratégica para a segurança nacional. Ambas tiveram a terraplenagem concluída em 1943 - época que foi oficializado o DNER pelo decreto nº 8.463 (Lei Joppert), que teve o objetivo gerenciar/coordenar as atividades rodoviárias.
Entre os anos de 1946 e 1951, durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, tendo como ministro de Viação e Obras Públicas o engenheiro Clovis Pestana, foram iniciadas várias obras federais, com a participação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER/RS), destacando a BR-37 (atual BR-290/RS, Porto Alegre – Uruguaiana) e a BR-14 (atual BR-158/RS).
Vale ressaltar que até 1961 quase todas as obras de implantação e pavimentação foram delegadas ao DAER/RS, tendo a malha rodoviária gaúcha intensa participação do Governo do Estado. Foi apenas com a criação de novas Residências e Escritórios de Fiscalização que o DNER passou a administrar efetivamente a construção da malha rodoviária federal. É importante frisar que a colaboração do órgão estadual continuou por meio de convênios e delegações.
Neste período, em 1951, foi criado o 10º Distrito Rodoviário Federal – 10º DRF/DNER, que hoje é a Superintendência Regional do DNIT/RS. Junto com o 10º DRF/DNER são implantadas as primeiras três Residências de Fiscalização (a R.10/2, em São Leopoldo; a R.10/1, em Vacaria; e a R.10/3, em Cruz Alta).
Com a criação do Ministério dos Transportes, em 1967, o Governo Federal iniciou uma ação coordenada entre política e as diversas modalidades de transporte, integrando plenamente as ações de infraestrutura ao plano econômico.
Com este novo cenário e sob a atuação do 10º DRF/DNER e as três Residências de Fiscalização, a construção de rodovias federais no Rio Grande do Sul deu um salto, entre os anos de 1968 e 1975, de 1,5 mil quilômetros de estradas pavimentadas para mais de 4 mil. A participação do DAER/RS nesta época foi significativa. O órgão estadual pavimentou cerca de 800 quilômetros de estradas que vieram a ser posteriormente absorvidos pelo DNER. Essas são as denominadas Rodovias Estaduais Transitórias - RST.
A partir do Plano Nacional de Viação (PNV), aprovado em 10/09/1973, por meio da lei nº 5.917, a rede rodoviária federal pavimentada jurisdicionada à Superintendência Regional no Rio Grande do Sul passou para mais de cinco mil quilômetros, tornando-se à época a segunda maior do DNIT, administrada com recursos financeiros específicos oriundos de impostos sobre combustíveis e lubrificantes. Até 1985 já havia cerca de 5,4 mil quilômetros de rodovias pavimentadas no Estado.
Evolução registrada (total administrado pelo DNIT e concedido):
- 1945 ............ 30 km
- 1960 .......... 500 km
- 1970 ........ 1.800 km
- 1980 ........ 4.550 km
- 2015 ........ 5.500 km
- atual ........ 5.600 km
Principais rotas de escoamento da produção
Com a extinção do DNER, foi criado pela Lei nº 10.233 o DNIT, com personalidade jurídica de direito público e autonomia administrativa, patrimonial e financeira, com sede e foro na cidade de Brasília/DF. É o órgão gestor e executor, em sua esfera de atuação, da infraestrutura de transporte terrestre e aquaviário, integrante do Sistema Federal de Viação, podendo instalar Unidades Administrativas regionais em qualquer parte do território nacional.
É fundamental destacar que o Rio Grande do Sul é o segundo maior exportador do país, em relação à movimentação de produtos agropecuários e industriais em geral. O modal rodoviário é responsável por 70% do transporte de carga que passa pelo Estado e por 95% do transporte de passageiros.
O sistema rodoviário federal participa decididamente no escoamento das produções agropecuária e industrial em direção ao centro do País, à Região Metropolitana de Porto Alegre, ao Porto de Rio Grande e diretamente aos países do Mercosul (Uruguai, Argentina e Paraguai).
As principais rotas rodoviárias são:
– Rota de escoamento das produções agrícolas da região Norte do Estado: trigo, soja e milho, principalmente, em direção ao Porto de Rio Grande. Destaca-se o chamado “ Corredor de Exportação ” constituído pelas rodovias BR-158/RS (trecho Divisa SC/RS – Santa Maria, com 325 km) e BR-392/RS (trecho Santa Maria – Rio Grande, com 345 km), movimentando as produções de trigo, soja e milho no sentido norte-sul e de calcáreo (da região de Bagé e Caçapava do Sul) no sentido contrário. Como rodovias coletoras desse eixo, pode-se considerar as BR-153, BR- 285, BR- 287 e BR-290.
– Rota de escoamento em direção ao Porto fluvial de Estrela , constituída pela BR-386/RS (trecho Divisa SC/RS – Estrela, com 350 km) e tendo como principais vias coletoras federais as BR-153, BR-285, BR-453 e BR-470.
– Rota de abastecimento da Região Metropolitana de Porto Alegre : BR-116, BR-386, BR-287 e BR-290. Destaca-se a auto estrada integrante da BR-290/RS, entre Porto Alegre e Osório, com 100 quilômetros de extensão, construída em pista dupla na década de 1970 (fotos), concessionada com a empresa TRIUNFO CONCEPA durante o período de 20 anos a partir de 1970 e com investimentos de R$ 3,1 bilhões.
– Rotas de ligação com o centro do País : BR-101 (via Osório-Torres), BR-116 (via Passo do Socorro, em Vacaria), BR-153 (via Erechim-Estreito), BR-158 (via Iraí), BR-285 (via Bom Jesus – São José dos Ausentes) e BR-470 (via Lagoa Vermelha – Barracão).
– Rotas de ligação com países do Mercosul : BR-116 (via Jaguarão), BR-153 (via Aceguá), BR-158 (via Livramento), BR-285 (via São Borja), BR-290 (via Uruguaiana), BR-293 (via Quaraí), BR-392 (via Porto Xavier), BR-468 (via Porto Soberbo), BR-471 (via Chuí), BR-472 (via Barra do Quarai). Destacam-se as BR-472 e BR-293, rodovias de segurança nacional, que se desenvolvem paralelamente às fronteiras com a Argentina e o Uruguai, totalizando 1,5 mil quilômetros.
Obras que merecem destaque ao longo dos 20 anos SR/RS
Desde a sua implantação, em 2001, o DNIT no Rio Grande do Sul já implantou ou projetou mais de 30 obras consideradas de extrema importância para a logística do Estado. Dessas, estão em execução atualmente as melhorias operacionais da BR-116, entre Novo Hamburgo e Porto Alegre; a duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas; o Contorno de Pelotas; a Travessia Urbana de Santa Maria; e a construção da BR-285, entre Bom Jesus e São José dos Ausentes.
Dentre as obras liberadas ao tráfego e que já contribuem positivamente na logística gaúcha, destacam-se:
– Duplicação e modernização da BR-101, entre Osório e a divisa com Santa Catarina
As obras de duplicação e modernização da BR-101, entre Osório e a divisa RS/SC, com 99,5 quilômetros de extensão, começaram em 2005 e foram totalmente concluídas em março de 2011. Entre os desafios desta obra está a construção de um túnel duplo de quase quilômetros de extensão, atravessando o Morro Alto. Com a implantação do túnel foi possível reduzir em 11 quilômetros o trecho entre Osório e Santa Catarina.
– Construção de obras de arte especiais do programa “BR-116 Via Expressa”, entre Nova Petrópolis e Porto Alegre
Denominadas também de obras complementares da BR-116, entre Nova Petrópolis e Porto Alegre, os serviços iniciaram em 2001 e até dezembro de 2012 foram executadas melhorias como a construção de 22 passarelas de pedestres; 17 viadutos; trevos de acesso aos municípios de Novo Hamburgo, São Leopoldo, Canoas, Ivoti, Picada Café; as travessias urbanas de Nova Petrópolis e Dois Irmãos; e o alargamento da ponte sobre o rio Gravataí na divisa de Porto Alegre e Canoas. Estas obras deram mais fluidez ao tráfego da rodovia que tem o maior Volume Diário Médio (VDM) das rodovias gaúchas, com 140 mil veículos/dia.
– Implantação e pavimentação da BR-448, entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre
Com 22,3 quilômetros de extensão, a BR-448, também conhecida como Rodovia do Parque, foi uma das obras mais significativas realizadas nos últimos 20 anos no Rio Grande do Sul. A rodovia que vai do entroncamento com a BR-116 e ERS-118, em Sapucaia do Sul, até o entroncamento com as BR-290 e BR-116, em Porto Alegre, reduziu o tempo de viagem entre as cidades da Região Metropolitana e a capital gaúcha. A obra iniciada em 2010 foi inaugurada em dezembro de 2013.
O maior desafio deste empreendimento, além de reassentar mais de 500 famílias, foi o processo construtivo sobre uma área de banhado e de preservação ambiental. Hoje a rodovia, que conta com uma ponte estaiada na chegada a Porto Alegre, oportuniza uma das mais belas vistas que margeia uma estrada, o Parque Estadual do Delta do Jacuí.
– Segunda Ponte sobre o lago Guaíba
I naugurada em dezembro de 2020, a segunda ponte sobre o lago Guaíba na BR-116/290, em Porto Alegre, é uma alternativa à ponte com vão móvel, que foi entregue ao tráfego em 1958. Com 13,6 quilômetros de extensão, incluindo a travessia sobre o Guaíba que tem 2,9 quilômetros, ramos de acesso e trecho em aterro de 6 quilômetros, a nova travessia chama atenção pela imponência.
Em operação desde o ano passado, a nova ponte já apresenta resultados positivos no tráfego do seu entorno. Melhorou a logística interna e a ligação ao Porto de Rio Grande, ampliando a capacidade de transporte de carga para exportação. A travessia também solucionou o gargalo operacional ocasionado pelo içamento do vão móvel da ponte antiga, dando fim aos constantes engarrafamentos na entrada e saída da Capital.
SR/RS conta com o apoio de oito Unidades Locais
A Superintendência Regional do DNIT no Rio Grande do Sul, foi implantada ainda em 1951, quando da criação do 10º DRF/DNER. A Autarquia inicialmente instalada no Edifício Sulacap, no Centro Histórico de Porto Alegre, mudou-se para prédio próprio na Rua Siqueira Campos, 664, em 1963, onde permanece até os dias de hoje.
O prédio com uma área construída de 4.530 metros quadrados abriga 87 salas divididas em 19 setores, garantindo atendimento e realização dos serviços mais ordenados e qualificados. A construção já passou por diversas melhorias e modernização ao longo dos anos e a mais recente foi concluída em 2018, garantindo mais conforto e organização ao trabalho desenvolvido pelos 119 servidores e empregados públicos cedidos que atuam hoje no local.
Nos últimos 20 anos, quando o órgão deixou de ser DNER e passa a ser DNIT, a Autarquia no Estado teve seis superintendentes na seguinte ordem: Marcos Lederman, Vladimir Roberto Casa, Pedro Luzardo Gomes, Hiratan Pinheiro, Allan Magalhães Machado e o atual Delmar Pellegrini Filho.
Nesta contextualização da rede rodoviária federal do RS, melhorias na estrutura de trabalho e atendimento e histórico dos servidores há que se destacar a atuação das Unidade Locais (ULs). Atualmente a Superintendência conta com oito ULs, que estão sediadas em Cruz Alta, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santana do Livramento, São Leopoldo, Uruguaiana e Vacaria. A seguir um resumo da atuação de cada uma delas:
UL Cruz Alta
A Unidade Local de Cruz Alta é uma das antigas em atividade no Rio Grande do Sul. Foi implantada ainda com a criação do 10º DRF/DNER juntamente com as Residências de Fiscalização (A R.10/2, em São Leopoldo e a R.10/1, em Vacaria).
UL de Cruz Alta herdou a sede e toda a estrutura do extinto DNER, cuja construção remonta aos anos 60, quando a Autarquia executava todos os serviços de manutenção das rodovias.
Historicamente a UL Cruz Alta atendia uma malha de 1.200 quilômetros, abrangendo toda a região noroeste do RS até Santa Catarina e fronteira com a Argentina.
Hoje, com concessão de parte da BR-386 e da BR-377 e com a criação da UL Passo Fundo, atende uma malha de 880 quilômetros composta pelas rodovias BR-158, BR-285, BR-392, BR-468 e BR-472.
UL Passo Fundo
A malha rodoviária administrada pela UL de Passo Fundo é composta pelas rodovias BR-285, BR-470, BR-386, BR-480 e BR-153 e soma um total de 632,30 quilômetros, dos quais 112,70 quilômetros são em revestimento primário e 519,60 quilômetros pavimentados. Ainda conta, sob sua jurisdição e administrada por concessão federal, as ferrovias Roca Sales - Passo Fundo (Ferrovia do Trigo) e Santa Bárbara - Marcelino Ramos, num total de 458,53 quilômetros.
As obras recentes mais significativas desenvolvidas por esta UL foram voltadas ao aumento de capacidade e eliminação de pontos críticos, assim como os habituais serviços de conservação e manutenção. Especialmente na BR-470, os serviços de maior ênfase foram a implantação da interseção com a RS-453, em Bento Gonçalves, que resolveu os grandes engarrafamentos e alta acidentalidade do local (historicamente reivindicado pela comunidade local). Na mesma diretriz de segurança viária foi implantada a interseção da BR-470 com a RS-324, em Nova Prata.
Nas BR-153 e BR-386 foram implantadas 3ª faixa (faixa adicional) em segmentos de rampa que historicamente causavam lentidão e ultrapassagens perigosas, contribuindo para a melhor fluidez e segurança da rodovia.
Além dos serviços de campo, a UL tem em andamento contratos que contemplam a elaboração dos projetos básicos e executivos dos dois segmentos ainda em revestimento primário. As previsões são que até o final de 2022 ambos estarão aptos à licitação. Esses segmentos projetados são de grande importância logística e forte apelo da comunidade.
Em 2020 a Unidade Local também realizou a reforma da sede administrativa, permitindo abrir atendimento ao público e demandas externas em 7 de julho de 2020. O imóvel, que antes pertencia à RFFSA e estava em concessão à Rumo, foi devolvido e então passou por adequações e modernizações, possibilitando o atendimento das normas de segurança e acessibilidade.
UL Pelotas
Com a retomada pelo DNER das rodovias delegadas ao DAER, na Zona Sul do Estado, por volta de 1961, o 10º DRF assumiu a responsabilidade de efetuar a implantação, construção, pavimentação e manutenção de uma série de segmentos de rodovias, entre as quais destacam-se as seguintes:
- BR-392: subtrecho Pelotas – Rio Grande com uma extensão de 68,2 quilômetros;
- BR-471: subtrecho Quinta – Chuí, com uma extensão de 220 quilômetros;
- BR-293: subtrecho Pelotas – Pinheiro Machado – Bagé, com uma extensão de 178 quilômetros;
- BR-392: subtrecho Pelotas – Canguçu – Sanga I, com uma extensão de 101 quilômetros;
- BR-116: tronco Norte, Pelotas – Camaquã, com uma extensão de 145 quilômetros;
- BR-116: tronco Sul, Pelotas – Jaguarão, com uma extensão de 135,5 quilômetros.
Em consequência deste evento, o 10º DRF, teve a necessidade de criar a Residência 10/5, através da Portaria nº 1144/61, de 28/06/61, localizando-a na cidade de Pelotas.
Inicialmente a Residência foi instalada provisoriamente à rua Félix da Cunha nº 472, em prédio alugado, e ali permaneceu no período de 1961 a 1979.
Posteriormente, como consequência do aumento de trabalho e atribuições, as dependências do referido prédio tornaram-se insuficientes, determinado que fosse alugado novo prédio à Avenida Duque de Caxias nº 475, onde foram acomodadas as instalações de oficinas, depósitos, garagens, etc.
Como consequência da falta de espaço físico no prédio da rua Félix da Cunha nº 472, necessário a expansão das diversas atividades da Residência, partiu-se para a construção do prédio atual, localizado na Avenida Duque de Caxias nº 475, onde foram centralizadas, no mesmo, todas as atividades da Residência, inclusive os serviços da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os projetos, arquitetônicos e estrutural, foram elaborados por iniciativa das equipes da Residência, (equipes técnicas), bem como a construção da parte estrutural do prédio, ou seja, fundações, pilares, vigas, lajes etc. Os serviços de acabamento, ou seja, somente a mão de obra foi empreitada a firma “Cinco Construções Ltda”, sob a fiscalização da Residência.
A sede tem 2.361 metros quadrados de área construída, bem como um auditório, onde são efetivadas reuniões de caráter administrativo e de treinamento dos funcionários.
O quadro de pessoal já teve em torno de 128 servidores, e hoje, 2021, conta com cinco.
UL Santa Maria
Inicialmente era um ponto de apoio subordinado à UL de Cruz Alta. Até meados da década de 1970 aproximadamente, período em que passou a ser uma residência, subordinada à sede do DNIT em Porto Alegre. Em uma pequena casa, com estrutura de madeira, foi fixado um escritório. Já na década de 1980, a antiga estrutura foi substituída por um prédio em alvenaria, situado em um pátio, que chegou a comportar uma pequena quadra de futebol. Na sequência, com a transição DNER/DNIT chegou a ser subordinada ao escritório da extinta UL de São Gabriel, originando a UL de Santa Maria, que hoje responde por trechos de rodovias federais nos municípios da região Central, tais como:
- BR-158: Júlio de Castilhos - Santa Maria – Rosário do Sul
- BR-290: Cachoeira do Sul – São Gabriel
- BR-287: Santa Maria – São Borja
- BR-153: Cachoeira do Sul, entre as rodovias RS - 287 e BR -290/RS
- BR-392: Santa Maria – Caçapava do Sul
Instalado no Centro do Rio Grande do Sul, região intitulada “Coração do Rio Grande”, o município de Santa Maria é considerado um dos mais importantes entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil. Pela cidade passam rodovias federais que ligam a Região da Produção (Noroeste do Estado) e o Porto do Rio Grande. Santa Maria é rota entre a Capital e países do Conesul (Uruguai e Argentina).
Nesse contexto, a história da UL Santa Maria contempla importantes obras de infraestrutura rodoviária como a construção do viaduto do Vale do Menino Deus, BR-158, nas décadas de 50/60. A obra, considerada inovadora para a época, consistiu na construção de um viaduto com aproximadamente 60 metros de altura, que até hoje chama a atenção por sua imponência, em meio à paisagem da serra entre os municípios de Itaara e Santa Maria. O viaduto permitiu uma rota direta para escoamento da safra, servindo de principal caminho entre a região Noroeste e o Porto do Rio Grande até os dias atuais.
Outro empreendimento sob a responsabilidade da Unidade Local é a duplicação e restauração das BR-158 e BR-287, projeto em execução conhecido como Travessia Urbana de Santa Maria. Iniciada em 2014, a obra abrange a duplicação e restauração do trecho urbano, de 14,7 quilômetros das rodovias, entre o trevo do Castelinho, chegada da cidade, e a ponte sobre o Arroio Taquara, saída para Fronteira Oeste. A Travessia Urbana vai modernizar o complexo e as rodovias federais que cortam o município de leste a oeste, garantindo mais segurança e fluidez no trânsito.
UL Santana do Livramento
A Unidade Local de Santana do Livramento - anteriormente denominada de Residência 10-6/DNER - começou a operar em torno de 1961 em um prédio alugado no Centro. Em meados de 1978 transferiu suas atividades para um prédio próprio, numa área doada pela Prefeitura Municipal de Santana do Livramento, onde funciona até os dias atuais.
Desde a sua implantação as suas atividades eram basicamente a conservação das rodovias, na época estradas de chão batido, o que demandava um maquinário considerável e inúmeros funcionários.
Em meados dos anos 1970 começaram a ser construídas as estradas asfaltadas. Destaque para a BR-158, entre Santana do Livramento e Rosário do Sul; a BR-293, entre Santana do Livramento e Quaraí; Entroncamento da BR-158, em Faxina; e o entroncamento da BR-153, em Bagé. Todas construídas sob a supervisão da Residência 10-6, hoje com a sua conservação sob a responsabilidade da UL de Santana do Livramento.
UL São Leopoldo
A Unidade Local de São Leopoldo, distante cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre, é uma das mais importantes e estratégicas ULs descentralizadas que compõem a Superintendência Regional do DNIT no Rio Grande do Sul. Fica na Avenida Senador Salgado Filho, 3422, Bairro Scharlau, no município de São Leopoldo, localizada em área lindeira à rodovia mais movimentada do Estado do Rio Grande do Sul, a BR-116, com estimativa de um fluxo diário de 140 mil veículos.
Inaugurada em meados do século passado, foi por muitos anos um polo importantíssimo de criação, desenvolvimento e aprimoramento de variadas tecnologias na construção e manutenção de importantes rodovias na região, muito tendo contribuído na consolidação do prestigiado know-how que o hoje extinto DNER detinha à época, sobretudo no que diz respeito à pavimentação, sinalização e criação de projetos de novas rodovias e/ou obras de arte especiais, como pontes e viadutos.
O prédio atual será desativado, com previsão de início das atividades no novo imóvel, construído no mesmo terreno, porém com frente para a Rua Barão do Rio Branco, até o final de maio deste ano.
Centenas de técnicos, auxiliares e engenheiros passaram por seus diversos laboratórios e oficinas, localizados em uma extensa área territorial situada na antiga vila DNER, no Bairro Scharlau, em São Leopoldo.
Numa época em que praticamente todo o material necessário às obras era produzido, processado e testado nas dependências da UL - para posterior envio às atividades em campo – podemos imaginar que o número de pessoas envolvidas diariamente nos variados processos era realmente muito grande.
Importantíssimas obras para o Rio Grande do Sul, já estiveram e estão sob fiscalização dos engenheiros, analistas e técnicos da área de Engenharia Rodoviária da UL São Leopoldo, desde 1980, tais como:
Viadutos Scharlau, Sete de Setembro, João Correa, Rincão, Unisinos, Sapucaia do Sul; as relevantes obras de implantação da BR-448, entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre; dois lotes da duplicação da BR-116/Sul- km 300,54 ao km 351,34; a Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre; e o início das obras de Melhoramentos Físicos da BR-116, entre Novo Hamburgo e Porto Alegre, que começaram pela implantação de 20 passarelas metálicas e pelo alargamento da Ponte sobre o rio dos Sinos e como próxima etapa, a construção do viaduto do Entroncamento da BR-116 com RS-240.
Hoje em dia, embora com um corpo técnico/administrativo bastante reduzido, a UL de São Leopoldo segue atuando em uma área geográfica muito ampla, fiscalizando os processos de construção, manutenção, projetos de melhorias e operação de diversas rodovias de suma importância para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso País.
UL Uruguaiana
A Unidade Local de Uruguaiana foi criada em 1962, tendo seu primeiro escritório localizado na Rua 7 de setembro, nº 2376. Cinco anos depois, em 1967, a estrutura foi transferida para o nº 2067, na mesma rua. Nesse mesmo ano, a R10.8 passou a ocupar terreno cedido pela Prefeitura Municipal de Uruguaiana, às margens do acesso ao aeroporto Rubens Berta. Permanecendo aí, até 1975, quando foi transferida para o endereço atual, na Rua Vasco Alves, nº 2385.
Tantas mudanças foram necessárias, pois o órgão trabalhava com administração direta, cuidando da manutenção das estradas da região e necessitava de espaço para o maquinário e material.
Está a cargo dos cuidados da UL de Uruguaiana uma malha rodoviária de 565,3 quilômetros de extensão. Localizada na tríplice fronteira Brasil - Argentina-Uruguai esta região tem forte ação no comércio e transporte exterior, agricultura e pecuária. Neste segmento estão inseridos trechos da BR- 290, entre São Gabriel e Uruguaiana (do km 412,9 ao km 726), incluindo a ponte Brasil-Argentina; e da BR-472, entre São Borja e Barra do Quaraí (do km 404,4 ao km 656,6), incluindo a ponte Brasil - Uruguai.
Atualmente está em execução um contrato que visa a revitalização de 115,9 quilômetros da BR-472, entre São Borja e Itaqui, dos quais 25 quilômetros já foram recuperados e liberados ao tráfego.
UL Vacaria
Em 29 de janeiro de 1937, o ato nº 68 do poder Executivo Municipal de Vacaria, que doava uma área de campo ao Governo Federal, dava o efetivo início ao rodoviarismo na região. Tal área foi utilizada para a implementação de uma das mais antigas sedes do DNER, responsável por uma sucessão de obras que trouxeram um grande aporte no desenvolvimento do Estado, através da interligação qualificada entre suas cidades e o restante da malha nacional.
Desde o advento da lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, que reestruturou o sistema de transportes rodoviário, aquaviário e ferroviário do Brasil, extinguindo o antigo DNER, o local passou a ser a Unidade Local do DNIT em Vacaria.
Dentre as principais rodovias que foram trabalhadas naqueles primeiros anos, destacam-se a BR-116 e a BR-285, pelas suas posições estratégicas e capacidade de capitanear as demais rotas, que naquele tempo ainda eram secundárias. Nesta época vale destacar o trabalho conjunto das equipes do DNER - que chegou a contar com aproximadamente 200 funcionários – do 3º Batalhão Rodoviário de Vacaria e da PRF.
A BR-116, antiga BR-2, entre o km 0 e o km 152 teve sua implantação efetivada entre os anos de 1938 e 1947. A pavimentação foi iniciada em 1947 e concluída em 1960. A pavimentação da BR-285 entre Vacaria e Carazinho ocorreu no período de 1958 a 1974. Assim, percebe-se hoje que a ocupação urbana, o desenvolvimento econômico e o crescimento regional foram potencializados por estas rodovias.
Outras rotas e rodovias foram adicionadas ao rol de obrigações da UL de Vacaria, que até 2019 estava entre uma das maiores do Brasil em extensão de malha, tendo sido responsável pela gestão dos seguintes trechos:
• BR-116 (divisa SC/RS – Nova Petrópolis), 184 km.
• BR-285 (divisa SC/RS – Passo Fundo), 292 km.
• BR-470 (divisa SC/RS – Butiá), 439 km.
• BR-386 (Soledade – Taquari), 157 km.
• BR-153 (divisa SC/RS – Passo Fundo), 122 km.
• BR-480 (Barão do Cotegipe – Erechim), 12 km.
No ano de 2019, com a implantação da nova UL, em Passo Fundo, parte desta malha foi transferida pela nova UL. Com isso a UL de Vacaria passa a atender as demandas oriundas das rodovias dos Campos de Cima da Serra.
Mas além de implementar a política de infraestrutura de transportes terrestres, o órgão é gestor e executor, sob a jurisdição do Ministério da Infraestrutura, das vias navegáveis, ferrovias e rodovias federais, instalações de vias de transbordo e de interface intermodal e instalações portuárias fluviais e lacustres, ou seja, o trabalho foi incrementado.
Podem ser citadas diversas obras e ações efetivadas ao longo do tempo, por várias gerações de servidores que prestaram serviços de enorme relevância para a região. Centenas de quilômetros de estradas instaladas, pavimentadas, duplicadas, restauradas e conservadas, milhares de placas e sinalizações implementadas, obras constantes de drenagem e instalação de bueiros, defensas metálicas, recuperação de encostas, obras de contenção, dezenas de pontes, viadutos, passarelas, bueiros, canteiros, acessos, radares, projetos, enfim, discorrer sobre a importância deste trabalho seria muito complexo.
Apenas para ilustrar, reportam-se duas grandes obras realizadas na última década que tiveram grande impacto na logística regional, que foram a implantação, terraplenagem e pavimentação realizada em longos trechos da BR-285 e da BR-470, interligando municípios em franco desenvolvimento.
Na BR-285 foram executadas obras de implantação, terraplenagem, construção e pavimentação em mais de 40 quilômetros, desde a entrada do município de Bom Jesus até o município de São José dos Ausentes. Esta obra propiciou a ligação entre estas cidades através de pista simples de contornos suaves e geometria detalhadamente projetada em uma paisagem exuberante de campos de altitude.
Na BR-470 o DNIT executou obras de implantação, terraplenagem, construção e pavimentação totalizando quase 75 quilômetros, desde o Rio Uruguai, na divisa com o Estado de Santa Catarina, até o município de Lagoa Vermelha. Rodovia com pista simples, ampla visibilidade, vários pontos com terceira faixa, de contornos suaves e geometria detalhadamente projetada, que mudou a logística do transporte de cargas no Estado, interligando o interior de Santa Catarina com a região da Serra, Planalto e Campanha Gaúcha em um verdadeiro corredor para escoamento dos grãos e sua exportação junto aos grandes portos do Sul do Brasil.
O grande desafio da UL de Vacaria é a conclusão do segmento restante na BR-285, ainda não pavimentado, com 8,47 km de extensão e duas interseções, com aproximadamente 200 m de extensão cada, totalizando 8,87 km. O trecho desenvolve-se parte em relevo ondulado e parte em relevo montanhoso, caracterizado pelas severas condições climáticas e grande incidência de neblina. Para conclusão será necessária ainda a construção de dois Viadutos para a Passagem de fauna (45m e 66m) e a construção da Ponte sobre o Rio das Antas com uma extensão projetada de 400,4m.
Esta obra completará um importante trecho que liga os municípios da Serra Gaúcha à BR-101/SC, interligando os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A rodovia também desempenha papel estratégico dentro do Mercosul, com grande relevância no intercâmbio entre os países-membros deste mercado comum, destacando-se ainda pelo elevado potencial turístico da região, que poderá ser incrementado.
E as lideranças regionais já falam nos “Caminhos da Neve”. Sonhos e futuras realizações. No meio de tudo isso a engenharia, a infraestrutura, as estratégias, o trabalho e a busca incansável por melhorar ainda mais a vida dos moradores desta região, acolher bem os visitantes, dar segurança aos condutores de veículos, melhorar a logística de transportes e, com isso, aumentar a geração de empregos, renda, segurança e satisfação de todos. É a missão.