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Ponte de Tubarão é liberada ao público, marcando o fim da duplicação da 101 Sul em Santa Catarina
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, determinou ao DNIT/Santa Catarina liberasse ao público a Ponte sobre o Rio Tubarão no último fim de semana, marcando o final das obras de duplicação da 101 Sul no estado. A ponte era a última obra de arte que faltava para que os 248,5 km da 101 Sul, entre o município de Palhoça e a divida com o Rio Grande do Sul, estivessem totalmente interligados, beneficiando 19 municípios e mais de um milhão de pessoas. A duplicação da 101 Sul começou há 10 anos e custou R$ 3 bilhões.
A BR toda em Santa Catarina, da divisa com o Paraná até a divisa com o Rio Grande do Sul, tem 493,5 quilômetros – 245 são da 101 Norte, entre Palhoça e a divisa paranaense, totalmente duplicada e concedida às iniciativa privada. Além da duplicação, as obras da 101 Sul envolveram a construção de
45 viadutos, 16 passarelas, 29 pontes, 71 passagens inferiores para pedestres, 10 interseções, 4 travessias, 8 acessos e 47 passa faunas
. A Ponte do Rio Tubarão tem 340 metros de extensão e custou R$ 22 milhões.
A liberação da ponte acaba com o último gargalo do tráfego na 101 Sul. A nova ponte abriga o tráfego de veículos no sentido sul-norte, com fluxo em sentido oposto a da ponte liberada em 2010, construída durante a duplicação de pistas entre os municípios de Tubarão e Sangão. Elas ficam lado a lado, a nova recebendo tráfego sul-norte e a velha no sentido norte-sul. Até o fim de semana passado todo o tráfego fluía apenas pela ponte antiga.
A obra proporciona mais conforto e segurança aos moradores da região, reduzindo o número de acidentes; melhora o escoamento da produção local , contribuindo para o aumento da competitividade da região; além de permitir a interligação multimodal dos pólos produtivos ao porto marítimo de Imbituba (52 quilômetros ao norte de Tubarão) ; e, assim, amplia a integração econômica regional, nacional e internacional. A 101 é um importante corredor logístico brasileiro que corta o país de norte a sul, atravessando 12 estados.
HISTÓRIA FEITA DE GENTE
O casal de aposentados João Batista e Maria dos Reis mora há 61 anos em um sítio em frente ao último trecho duplicado da BR 101, em Tubarão/SC. Quando chegaram a pista era só um sonho que ajudaram a realizar doando parte do terreno onde viviam. “Seu” João assistiu o começo da obra. Fazia questão de ir todos os dias “inspecionar” o andamento: “É importante!!! Os maiores beneficiados somos nós. Chegamos aqui sem muitos recursos. Agora é muito bom ver que nosso lugarzinho vai valorizar.
Isso é um bem para todos
”, afirma.
O gesto de João e Maria ajudou muita gente. A liberação da Ponte do Rio Tubarão
vai acabar com um dos últimos gargalos rodoviários que necessitavam de melhorias no estado
. “Com a liberação da ponte vai ficar beleza. O caminhoneiro não terá mais do que reclamar. Era o que faltava para o nosso caminho ficar 100%”, afirma o caminhoneiro Joel Cristovão, há mais de 20 anos na estrada.
Por aí passam diariamente 30 mil veículos, 60% deles dirigidos por caminhoneiros
como Cristovão. A ponte vai reduzir seu tempo de viagem em torno de 5 horas. “O percurso de 70 quilômetros feito em sete horas no verão poderá ser feito em uma hora e meia de viagem”, afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transportes de Cargas da Região da Amurel, Beto Lima. No verão aquele fluxo de veículos dobra.
A BR 101 é um dos principais corredores de turismo no sul do país. No último verão, oito milhões de turistas visitaram o estado, a maioria deles dirigindo rumo às praias do litoral. Até o último verão Tubarão era um dos quatro alertas da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na rodovia – os outros são o Morro dos Cavalos, em Palhoça, porque para permitir o tráfego em pista dupla não foi construído acostamento; o entorno da Grande Florianópolis, na saída da Ilha; e na região do Litoral Norte, entre Porto Belo e Bombinhas. Nestas, o problema é o fluxo intenso em razão do número elevado de turistas.
Lima completa:
“O ganho é fundamental para o fomento da economia, para a redução dos acidentes e para a qualidade de vida dos motoristas”.
A Polícia Rodoviária Federal informa que das 455 mortes registradas em 368 acidentes fatais nas rodovias federais do estado em 2015, 128 foram na BR 101, 28% do total. Quase metade dos acidentes envolve caminhões e carretas e o número deles cresce com a aproximação do verão.
Fundamental porque por muitos anos a região foi preterida na concorrência com outros lugares devido à dificuldade de acesso. “Com a rodovia toda duplicada,
mais empresas estão apostando em Santa Catarina
, porque conseguimos baratear os custos de produção e exportação”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria e do Comércio do estado, Murilo Bortoluzzi. O valor do transporte é componente determinante no preço final dos produtos.
A duplicação baixa o chamado “custo Brasil”, possibilitando a
interligação multimodal dos pólos produtivos ao Porto de Imbituba
, assim como a interligação econômica regional, nacional e internacional.
A rodovia tem o poder de transformar Santa Catarina num grande pólo econômico.
“A 101 Sul foi pensada para melhorar a vida de quem mora ou passa por aqui
e para transformar o estado em um grande pólo econômico”, conta o engenheiro Avani Aguiar, desde 1973 no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A 101 Sul vai trazer benefícios econômicos para Santa Catarina, colocar o estado no mapa de um dos mais modernos corredores de transportes do país e trazer conforto e segurança para sua população. A rodovia que o casal João e Maria ajudou a construir com a doação de um pedaçinho de seu terreno combina o desejo de viajar mais rápido e com segurança do caminhoneiro Cristovão; com a vontade de Bortoluzzi de ter um estado economicamente forte; e com o “pensamento” de Avani de melhorar a vida das pessoas que passam e moram ali”.
A 101 Sul junta tudo isso ao fato de ser
a primeira obra da América Latina a desenvolver, junto com a execução da obra, um Plano de Ações de conscientização ambiental
. Durante seus 10 anos de construção, conscientizou trabalhadores e a comunidade local sobre a preservação do meio ambiente. Ao todo, foram mais de 65 mil pessoas conscientizadas, 22 programas socioambientais e a recuperação de 148 áreas de jazidas encontradas ao longo da BR durante as obras.
OBRAS MAIS IMPORTANTES
PONTE DO RIO TUBARÃO
A ponte, com 340 metros de extensão, acabou com um dos últimos gargalos rodoviários que necessitavam de melhorias no estado. Foram investidos R$ 22 milhões na obra.
CONTORNO DE ARARANGUÁ
O elevado tem 1.669,82 metros de cumprimento, foi concluído em março de 2014 e melhorou o fluxo intenso de veículos na região que causa obstrução na entrada do município de Araranguá. Além disso, resolve o problema de alagamento constante no local. O valor de investimento foi de R$ 100 milhões e teve como
TÚNEIS DO MORRO DO AGUDO E DO FORMIGÃO
Os túneis foram construídos para facilitar o tráfego da rodovia, reduzindo o percurso que contornava os Morros do Agudo e do Formigão. O do Morro do Agudo, com 1.014 metros de extensão, foi entregue em março de 2014. A obra custou R$ 47,9 milhões. O do Morro do Formigão, com 900 metros, foi concluído em Julho de 2015. O valor da obra foi R$ 65 milhões.
PONTE DE LAGUNA
Localizada no município de Laguna, a Ponte de Laguna – ou Anita Garibaldi, como também é chamada, foi inaugurada em julho de 2015. Com 2,8 km de extensão, é a única ponte estaiada em curva do país. São duas faixas para cada sentido. O valor de investimento foi de R$ 774,3 milhões.
Reportagem de Karoline Sousa com imagens de Pedro de Souza
Assessoria de Comunicação
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil