A destinação consistente de recursos a partir de 2004 e o planejamento de ações para recuperar o tempo que a malha rodoviária federal ficou sem investimentos explicam a melhoria das condições das rodovias apontada pela pesquisa CNT divulgada esta semana. A avaliação é do diretor geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, para quem o resultado desse esforço começa, lenta e gradualmente, a aparecer. Para o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, a pesquisa CNT reflete o acerto da gestão da política de transportes, com ações de recuperação de toda a malha federal, ainda em curso, e o vetor crescente de investimentos no setor.
Conforme a proposta orçamentária, os recursos para as rodovias federais passam de R$ 12,5 bilhões em 2010 para R$ 17 bilhões em 2011. Serão R$ 5 bilhões destinados à manutenção de rodovias e R$ 7,5 bilhões na implantação de novas estradas. Em 2010, foram aplicados R$ 4 bilhões em manutenção de rodovias.
Segundo o diretor geral, embora seja diferente da adotada pela CNT, o DNIT também possui uma metodologia de acompanhamento das estradas federais que permite a definição de serviços e o aperfeiçoamento dos programas da autarquia. “Uma vez ao ano deslocamos veículos que transitam pela malha federal utilizando filmadoras e equipamentos a laser para avaliar toda a extensão da pista e acostamentos”, afirma. A pesquisa de 2010 deve ser concluída em outubro mas as projeções indicam resultados semelhantes à da pesquisa CNT, com 57% da malha em estado ‘bom’, 30% em estado ‘satisfatório’ e 13% em estado ‘ruim’.
Pagot destaca que com a aprovação do Programa Nacional de Manutenção Rodoviária em 2008, houve uma mudança significativa no sistema. “Antes tínhamos programas de conserva e outros suplementares, como restauração e tapa-buracos, com uma média de investimentos de R$ 15 mil a R$ 60 mil por quilômetro. O programa de Conserva foi aprimorado e o DNIT conta também com o Crema (Contrato de Restauração e Manutenção) 1ª etapa e 2ª etapa, que possuem projetos e garantem mais consistência às intervenções”, assinala. Pelo Crema 1ª etapa, com duração de dois anos, o investimento chega a R$ 250 mil por quilômetro e no Crema 2ª etapa, que tem duração de cinco anos, o investimento é de R$ 550 mil por quilômetro.
Ampliação da frota e da carga transportada
Além da falta de recursos específicos para a infraestrutura a partir da Constituição de 1988, situação que persistiu até 2004, o diretor geral menciona outros fatores que também contribuíram para a deterioração da malha rodoviária, como a ampliação da frota de veículos, que praticamente dobrou de 2000 a 2009, passando de 29 milhões para 59 milhões. “Só na área agrícola saímos de 500 milhões de toneladas transportadas ao ano para 900 milhões e o transporte da safra feito em caminhões que aumentaram a capacidade de transporte e o número de eixos”, completa.
Outro fator citado por Pagot foi a transferência, em 2002, de 17 mil quilômetros de rodovias federais para 15 estados que também receberam recursos suficientes para fazer a manutenção destas rodovias. “Infelizmente, a maioria utilizou os recursos em áreas que não a manutenção das rodovias. Há três anos, medida votada no Congresso Nacional fez com que o DNIT voltasse a fazer a manutenção daqueles trechos”, conclui.
16/09/2010
ASSESSORIA DE IMPRENSA/DNIT