Notícias
DNIT realiza workshop sobre atropelamento de animais em rodovias
Evento contará com oficina de capacitação para o uso do software Siriema usado na gestão ambiental da BR-116/RS
Publicado em
02/12/2014 14h36
Atualizado em
25/05/2015 07h42
Evento contará com oficina de capacitação para o uso do software Siriema usado na gestão ambiental da BR-116/RS
O Monitoramento do Atropelamento da Fauna em Rodovias é o tema do workshop que será realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na próxima sexta-feira, 05 de dezembro, das 9h às 17h, no auditório térreo da autarquia em Brasília. A programação inclui uma oficina de capacitação para a versão 2.0 do Siriema – Software Livre de Avaliação Espacial de Mortalidade Animal em Rodovias, sistema desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A ferramenta que é utilizada pela gestão ambiental da BR-116/RS terá sua aplicação apresentada durante o evento, que terá entrada franca.
O biólogo do NERF-UFRGS, Andreas Kindel, falará sobre os avanços da colaboração entre empreendedor, consultor e pesquisador. “A intenção é rapidamente apresentar a atuação do NERF, nossa perspectiva sobre a importância da interação e integração entre os vários setores, destacar a interação com as consultorias. Vamos finalizar com uma amostra de outros temas e questões que gostaríamos de desenvolver com parceiros dessa natureza”, adianta. Na avaliação do biólogo a parceria com a STE S.A – Serviços Técnicos de Engenharia, empresa contratada pelo DNIT para a Gestão ambiental da BR-116/RS é bem sucedida.
O pesquisador elogia a postura do DNIT no uso do software. “A troca de experiências revelou uma série de aspectos que merecem ser tema de investigação científica. Ao mesmo tempo, acreditamos que as novas abordagens que propusemos de apresentação e exploração dos dados originados no Siriema podem influenciar a adequação imediata de algumas estratégias de mitigação e poderão ajudar a evidenciar a efetividade (ou não) de outras estruturas na fase de operação”, afirma. O fato da equipe da Gestão Ambiental já estar monitorando a mortalidade com a incorporação dos erros de detecção e remoção é uma inovação e será fundamental para permitir a comparação da mortalidade antes e depois da duplicação.
O coordenador dos Programas Ambientais relacionados com a fauna da STE S.A. , Guillermo Dávila Orozco, abordará exemplos ou situações em que o programa vem auxiliando na procura de informações específicas relacionadas às ações executadas na duplicação da BR-116/RS. “A primeira versão nos permite definir se os atropelamentos ocorrem de forma agrupada ou não. Caso demonstre que sim, o programa permite identificar onde estão estes agrupamentos significativos e a magnitude deles”, explica. Guillermo acrescenta que a atualização do Siriema possibilita a equipe computar a mortalidade de animais por atropelamentos por meio do cálculo de detenção e remoção de carcaças. “O sistema veio ajudar a responder perguntas fundamentais no âmbito da Gestão Ambiental como, por exemplo, determinar se o atropelamento da fauna em uma rodovia é alto ou não e, portanto, definir prioridades na gestão de recursos e medição de impactos”, completa.
O que é o Siriema?
Existem trechos em uma rodovia com maior número de mortalidade de fauna por atropelamento? Onde se localizam? Onde concentrar medidas que reduzam esse impacto? Foram estas perguntas que levaram pesquisadores da UFRGS a desenvolver o Siriema, um software gratuito para avaliação do atropelamento da fauna em rodovias e suporte ao planejamento de ações mitigadoras desses efeitos. O programa começou a ser desenvolvido em 2004 quando a equipe percebeu a necessidade de disponibilizar um software com rotinas analíticas mais robustas do que as que vinham habitualmente sendo usadas nos licenciamentos brasileiros. Mas somente em 2011 foi divulgada a primeira versão na página http://www.ufrgs.br/siriema, totalizando 400 downloads de 15 países.
Já na segunda versão foram incorporados novos recursos e ferramentas que vão permitir, por exemplo, investigar qual a probabilidade de atropelamento em cada trecho da rodovia, e não apenas saber se os agrupamentos de mortalidade observados são significativos. A principal expectativa é que o Siriema sirva como um catalisador ou ainda um estímulo à curiosidade e criatividade na busca de soluções analíticas e de apresentação de dados relevantes para o planejamento da mitigação.
Brasília – 02/12/2014
Assessoria de Imprensa – DNIT