Hidrovia do Tapajós -Teles Pires
Hidrovia do Tapajós - Teles Pires
A hidrovia do Tapajós – Teles Pires tem posição geográfica estratégica, interligando os grandes centros de produção agrícola brasileiros ao rio Amazonas e, consequentemente, ao Oceano Atlântico. Possui 843 km de extensão até a confluência com os rios Teles Pires e Juruena, na divisa dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso, e sua foz, em Santarém (PA), está a 950 km de Belém (PA) e 750 km de Manaus (AM).
O rio Teles Pires consiste em um dos formadores do rio Tapajós e, também, faz parte da bacia amazônica. Sua nascente se encontra no estado do Mato Grosso (MT), nas serras Azul e do Finca Faca. O trecho da hidrovia corresponde ao segmento entre sua confluência com o rio Juruena e a cidade de Sorriso (MT), com uma extensão de cerca de 1.000 km.
Entre suas principais características está o fato de ser um importante corredor de transporte entre o Centro-Oeste e o Norte do País. Combinada com outros modais no Corredor Logístico Norte - Eixo Tapajós terá capacidade de potencializar as atividades ligadas ao agronegócio e a produção de grãos no Norte e Centro-Leste do Mato Grosso e Sudoeste do Estado do Pará.
Além de suportar o transporte de carga, a hidrovia tem capacidade de oferecer rotas alternativas para o escoamento da produção pelo Centro-Sul do País e, assim, descongestionar os outros modais de transporte e a infraestrutura portuária. A hidrovia Tapajós – Teles Pires pode, então, ser o de maior vocação à circulação de mercadorias para o abastecimento e implementação do comércio exterior da região. O acesso à hidrovia ocorre pela BR-230, a Transamazônica, e, também, pela BR-163, a Cuiabá-Santarém.
Características Gerais
A hidrovia Tapajós – Teles Pires abrange os estados do Amazonas (AM), Rondônia (RO), Pará (PA) e Mato Grosso (MT), em seus limites se encontram inseridos os territórios de 96 municípios, sendo o rio Teles Pires o divisor natural entre estes MT e PA por cerca de 330 km. A hidrovia possui três trechos de navegação praticamente isolados entre si.
O primeiro trecho, considerado como baixo Tapajós, corresponde ao trecho entre Santarém (PA) e Itaituba (PA). Este trecho é francamente navegável, sem maiores dificuldades, o ano todo, com profundidades mínimas de 2,5 metros e declividade média de 4 cm/km, e apresenta grande número de ilhas fluviais.
No segundo segmento, entre as corredeiras de São Luís do Tapajós e de Chacorão, com cerca de 420 km de extensão, o rio apresenta declividade média de 15 cm/km e contém muitos afloramentos rochosos, saltos e alguns bancos de areia, que são intransponíveis por embarcações. A profundidade mínima neste trecho chega a 1,5 metros.
O terceiro trecho, entre as corredeiras do Chacorão e a confluência dos rios Juruena e Teles Pires, com cerca de 80 km de extensão, possui características semelhantes ao segundo trecho, com declividade média de 15 cm/km e apresenta diversos pedrais, ilhas fluviais e bancos de areia que restringem a navegação. Não são verificados saltos e corredeiras da mesma magnitude que no segundo trecho. A profundidade mínima é estimada em cerca de 1,5 metros.
O rio Tapajós possui baixas taxas de transporte de sedimentos, tornando as águas cristalinas e resultando em poucos bancos de areia. Os rios Juruena e Teles Pires têm o fundo arenoso, sem grandes obstáculos para os comboios. Apesar disso, na estiagem surgem diversos bancos de areia nos leitos.
O período de enchentes no rio Tapajós ocorre entre janeiro e maio e o comportamento hidrológico é bastante homogêneo ao longo do traçado do rio, uma vez que não há afluentes de importância ao longo do rio, com exceção do rio Jamanxim. A vazão média do rio Tapajós é da ordem de 9.000m³/s. No Rio Teles – Pires o período de cheias ocorre entre dezembro e maio e o comportamento hidrológico é bastante homogêneo ao longo do traçado do rio. A vazão média, próximo a sua foz, é de cerca de 3.700 m³/s
A hidrovia é planejada para abranger todo o comprimento do rio, onde suporta a navegação de comboio com comprimento de 200 metros, 24 metros de boca, e calado mínimo de 1,50 metros, podendo alcançar 2,50 metros na época das águas altas, com uma capacidade de carga de 7.500 ton por comboio.
Extensão navegável: 359 km
Largura média: 10 km
Período de águas baixas: agosto e novembro
Período de águas altas: janeiro a maio
Transporte de carga (2010 a 2014): 69.675 (ANTAQ, 2015)
Principais cargas: madeira; soja e farelo de soja; grãos; gêneros alimentícios e inflamáveis.
Localização: