Hidrovia do Tapajós – Teles Pires
Hidrovia do Tapajós - Teles Pires
A hidrovia do Tapajós – Teles Pires tem posição geográfica estratégica, interligando os grandes centros de produção agrícola brasileiros à HN-100 Rio Amazonas e, consequentemente, ao Oceano Atlântico. Possui 843 km de extensão até a confluência com as HN-110 Rio Teles Pires e HN-107 Rio Juruena, na divisa dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso, e sua foz, em Santarém (PA), está a 950 km de Belém (PA) e 750 km de Manaus (AM).
A HN-110 Rio Teles Pires consiste em um dos formadores da HN-106 Rio Tapajós e, também, faz parte da bacia amazônica. Sua nascente se encontra no estado do Mato Grosso (MT), nas serras Azul e do Finca Faca. O trecho da hidrovia corresponde ao segmento entre sua confluência com a HN-107 Rio Juruena e a cidade de Sorriso (MT), com uma extensão de cerca de 1.000 km.
Entre suas principais características está o fato de ser um importante corredor de transporte entre o Centro-Oeste e o Norte do País. Combinada com outros modais no Corredor Logístico Norte - Eixo Tapajós terá capacidade de potencializar as atividades ligadas ao agronegócio e a produção de grãos no Norte e Centro-Leste do Mato Grosso e Sudoeste do Estado do Pará.
Além de suportar o transporte de carga, a hidrovia tem capacidade de oferecer rotas alternativas para o escoamento da produção pelo Centro-Sul do País e, assim, descongestionar os outros modais de transporte e a infraestrutura portuária. A hidrovia Tapajós – Teles Pires pode, então, ser o de maior vocação à circulação de mercadorias para o abastecimento e implementação do comércio exterior da região. O acesso à hidrovia ocorre pela BR-230, a Transamazônica, e, também, pela BR-163, a Cuiabá-Santarém.
Características Gerais
A hidrovia Tapajós – Teles Pires abrange os estados do Amazonas (AM), Rondônia (RO), Pará (PA) e Mato Grosso (MT), em seus limites se encontram inseridos os territórios de 96 municípios, sendo a HN-110 Rio Teles Pires o divisor natural entre os estados Mato Grosso e Pará por cerca de 330 km. A hidrovia possui três trechos de navegação praticamente isolados entre si.
O primeiro trecho, considerado como baixo Tapajós, corresponde ao trecho entre Santarém (PA) e Itaituba (PA). Este trecho é francamente navegável, sem maiores dificuldades, o ano todo, com profundidades mínimas de 2,5 m e declividade média de 4 cm/km, e apresenta grande número de ilhas fluviais.
No segundo segmento, entre as corredeiras de São Luís do Tapajós e de Chacorão, com cerca de 420 km de extensão, a hidrovia apresenta declividade média de 15 cm/km e contém muitos afloramentos rochosos, saltos e alguns bancos de areia, que são intransponíveis por embarcações. A profundidade mínima neste trecho chega a 1,5 m.
O terceiro trecho, entre as corredeiras do Chacorão e a confluência das HN-107 Rio Juruena e HN-110 Rio Teles Pires, com cerca de 80 km de extensão, possui características semelhantes ao segundo trecho, com declividade média de 15 cm/km e apresenta diversos pedrais, ilhas fluviais e bancos de areia que restringem a navegação. Não são verificados saltos e corredeiras da mesma magnitude que no segundo trecho. A profundidade mínima é estimada em cerca de 1,5 m.
A HN-106 Rio Tapajós possui baixas taxas de transporte de sedimentos, tornando as águas cristalinas e resultando em poucos bancos de areia. As HN-107 Rio Juruena e HN-110 Rio Teles Pires têm o fundo arenoso, sem grandes obstáculos para os comboios. Apesar disso, na estiagem surgem diversos bancos de areia nos leitos.
O período de enchentes da HN-106 Rio Tapajós ocorre entre janeiro e maio e o comportamento hidrológico é bastante homogêneo ao longo do traçado do rio, uma vez que não há afluentes de importância ao longo do rio, com exceção do rio Jamanxim. A vazão média da HN-106 Rio Tapajós é da ordem de 9.000m³/s. Na HN-110 Rio Teles Pires, o período de cheias ocorre entre dezembro e maio e o comportamento hidrológico é bastante homogêneo ao longo do traçado do rio. A vazão média, próximo a sua foz, é de cerca de 3.700 m³/s
A hidrovia é planejada para abranger todo o comprimento do rio, onde suporta a navegação de comboio com comprimento de 200 m, 24 m de boca, e calado mínimo de 1,50 m, podendo alcançar 2,50 m na época das águas altas, com uma capacidade de carga de 7.500 ton por comboio.
Abrangência: 96 municípios em AM, MT, PA e RO
Extensão navegável: 359 km
Largura média: 10 km
Regime Hidrológico:
- Período de águas baixas: Agosto a Novembro
- Período de águas altas: Janeiro a Maio
Transporte de carga (2010 a 2014): 69.675 (ANTAQ, 2015)
Principais cargas: Madeira; soja e farelo de soja; grãos; gêneros alimentícios e inflamáveis.
Localização: