Eclusas
As eclusas são obras de engenharia que permitem que as embarcações subam e desçam rios em locais onde há desníveis como barragens, quedas de água e corredeiras. Elas funcionam como elevadores para embarcações onde duas portas separam os dois níveis do curso d'água.
Esse sistema viabiliza a transposição de obstáculos que existem entre os trechos navegáveis e ameniza os impactos dos ciclos de chuvas ao longo do ano. Dessa forma, além de aumentar a extensão navegável, possibilita o trânsito de embarcações durante um maior período do ano.
Como funciona uma eclusa?
Para vencer o desnível, no sentido jusante (parte baixa) para montante (parte alta), a embarcação entra pela porta de jusante da eclusa.
Uma vez no interior da câmara, a porta e a comporta da parte baixa são fechadas e a comporta da parte alta é aberta, permitindo, então, que a câmara de eclusagem comece a encher e elevar a embarcação até o ponto de equalização com o nível d’água a montante.
Uma vez equalizados os níveis, a porta de montante é aberta e a embarcação segue o seu curso normalmente.
No sentido inverso de navegação, ou seja, da parte alta (montante) para parte baixa (jusante), a operação das portas e comportas da eclusa são invertidas, permitindo à embarcação descer o desnível.
Hoje existem 8 eclusas sob a responsabilidade do DNIT. Dessas, 4 ficam no Rio Grande do Sul (Amarópolis, Bom Retiro do Sul, Dom Marco e Fandango), 2 em São Paulo (Jupiá e Três Irmãos), 1 no Pará (Tucuruí) e 1 na Bahia (Sobradinho).
Conheça cada uma delas:
Eclusa de Amarópolis
A barragem/eclusa de Amarópolis teve sua obra iniciada em 1971 e concluída em dezembro de 1974. Situa-se na margem esquerda do Rio Jacuí, perto da Vila de Santo Amaro, entre os municípios de General Câmara (RS) e Butiá (RS). A implantação dessa infraestrutura correspondeu à primeira etapa da canalização do Rio Jacuí, sendo de vital importância para a navegação comercial, possibilitando o acesso até a cidade de Rio Pardo (RS). Atualmente, possui o maior volume de tráfego no âmbito das eclusas da região Sul.
Juntamente com as barragens eclusadas do Anel de Dom Marco, no município de Rio Pardo (RS), e Fandango, em Cachoeira do Sul (RS), propiciam um estirão navegável de aproximadamente 300 km ao longo do rio Jacuí, permitindo, em qualquer época do ano, a navegação até os portos de Estrela, no rio Taquari, Rio Grande - porto marítimo na extremidade sul da Lagoa dos Patos, e Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do estado e do país, proporcionando cerca de 880 km de vias navegáveis interiores no Rio Grande do Sul.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
Eclusa de Bom Retiro do Sul
A barragem/eclusa de Bom Retiro do Sul - única existente no Rio Taquari - teve sua construção iniciada em 1958, sendo concluída e inaugurada em 1976. Permite a ligação hidroviária desde o porto rodo-hidro-ferroviário de Estrela (RS) até os portos de Porto Alegre (RS) e Rio Grande (RS), contribuindo, assim, para a multimodalidade de transporte.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo – 11,80 m
- Comprimento da câmara - 120,00 m
- Largura da câmara - 17,00 m
- Calado permissível da câmara – 2,50 m
Eclusa do Anel de Dom Marco
A construção da barragem/Eclusa de Dom Marco teve início em 1966 e conclusão em 1972. Se localiza na margem esquerda da Hidrovia do Jacuí, a cerca de 25 km da cidade de Rio Pardo (RS). A barragem e a eclusa não são integradas distando 8 km uma da outra.
Pertencente à Hidrovia do Mercosul, é de vital importância para o estado do Rio Grande do Sul, destacando-se o intenso transporte de areia, por meio de balsas autopropulsadas.
Juntamente com as barragens eclusadas de Amarópolis, no município de General Câmara (RS), e Fandango, em Cachoeira do Sul (RS), propiciam um estirão navegável de aproximadamente 300 km ao longo do rio Jacuí.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo – 7,10 m
- Comprimento da câmara - 120,00 m
- Largura da câmara - 17,00 m
- Calado permissível da câmara – 2,50 m
Eclusa de Fandango
A construção da barragem/eclusa de Fandango (RS) teve início em 1952 e foi concluída em 1958, sendo a eclusa mais antiga à cargo do DNIT. Se localiza a 2 km a montante da cidade de Cachoeira do Sul (RS), na margem esquerda do rio Jacuí. Foi concebida como o terceiro degrau do projeto de canalização do Rio Jacuí, contribuindo para a melhoria da navegação.
Juntamente com as barragens eclusadas do Anel de Dom Marco, no município de Rio Pardo (RS), e Amarópolis, em General Câmara (RS), propiciam um estirão navegável de aproximadamente 300 km ao longo do rio Jacuí.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo – 4,00 m
- Comprimento da câmara - 85,00 m
- Largura da câmara - 15,00 m
- Calado permissível da câmara – 2,50 m
Eclusa de Jupiá
Inaugurada em 15 de janeiro de 1998, a eclusa de Jupiá localiza-se no rio Paraná, no município de Três Lagoas (MS), na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Faz parte da hidrelétrica Engenheiro Souza Dias, construída em 1974.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo - 26,00 m
- Comprimento da câmara - 210,00 m
- Largura da câmara - 17,00 m
- Calado permissível da câmara - 5,00 m (máximo)
- A eclusa está ligada à barragem da UHE.
Eclusas de Três Irmãos
A construção das eclusas de Três Irmãos (SP) foi finalizada em 1995 e localiza-se no rio Tietê, no trecho denominado Baixo Tietê, no município de Pereira Barreto (SP), distando 650 km da capital paulista. O Sistema de Transposição de Desnível da barragem de Três Irmãos é constituído pelas duas eclusas e um canal intermediário de 926 m de extensão e 70 m de largura, para vencer um desnível total de 50 m.
O sistema permite manobras de embarcações e a operação das eclusas independe uma da outra. As embarcações que mais as utilizam são do “tipo Tietê”, compostas por um comboio com duas chatas e um empurrador, com até 139 m de comprimento, 11 m de largura e 7 m de altura acima da linha d’água, com 3 m de calado. Há restrição de utilização por embarcações miúdas, que precisam de autorização prévia emitida pela Superintendência Regional.
O canal de Pereira Barreto interliga os reservatórios das UHE de Três Irmãos (SP) e de Ilha Solteira (SP), permitindo atender as Hidrovias do Tietê e do Paraná. Possui uma extensão de 9,6 km, largura de 50 m e profundidades de 12 m na cota máxima de montante e 8 metros na cota mínima. Tem capacidade para armazenar 210 mil m³ de água, suficientes para quatro eclusagens sucessivas.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo – cerca de 50 m, sendo 24,3 m (Eclusa 1) e 25,5 m (Eclusa 2)
- Comprimento da câmara - 142,00 m
- Largura da câmara - 12,10 m
- Calado permissível da câmara – 3,50 m
- A eclusa está ligada à barragem da UHE.
Eclusas de Tucuruí
Com a construção da Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí (PA) e de sua barragem, obras realizadas entre 1974 e 1984, surgiu a necessidade de implantar um Sistema de Transposição de Desnível (eclusas) no Rio Tocantins com o objetivo de permitir a navegação entre Belém (PA) e Marabá (PA).
As obras de construção do Sistema de Transposição de Desníveis tiveram início em 1981 e sua inauguração se deu em 30 de novembro de 2010. O sistema vence um desnível total de cerca de 72 m, sendo composto por duas eclusas e um canal intermediário de 5,5 km de extensão, o qual viabiliza a realização de manobras e cruzamentos de comboios e embarcações. Cada eclusa possui uma câmara de 210 m de comprimento, 33 m de largura e 5 m de calado, sendo que ambas as eclusas podem operar de forma totalmente independente.
A Eclusa 1 ou Eclusa de Montante, que está ligada à barragem da UHE de Tucuruí (PA), permite a ligação entre o Canal Intermediário e o lago da barragem de Tucuruí, vencendo um desnível de 37 m. O Canal intermediário é formado por diques de terra e tem largura mínima de 140 m e 5,5 km de extensão. A Eclusa 2 ou Eclusa de Jusante permite a ligação entre o Canal Intermediário e o leito do rio Tocantins, vencendo um desnível de 35 m.
O sistema pode atender comboios de 200 m de comprimento, 32 m de largura e 3 m de calado, com capacidade para 19 mil toneladas de carga. Sua construção visou o aproveitamento dos rios Tocantins e Araguaia, ligando o porto de Belém (PA) à região do alto Araguaia numa extensão de mais de 2.000 km.
DADOS GERAIS DAS ECLUSAS:
- Desnível máximo – cerca de 72,00 m, sendo 36,50 m (Eclusa 1) e 35,00 m (Eclusa 2).
- Comprimento da câmara de cada eclusa = 210,00 m
- Largura da câmara de cada eclusa = 33,00 m
- Calado permissível da câmara de cada eclusa = 5,00 m
Eclusa de Sobradinho
O complexo de Sobradinho começou a ser construído em 1973 em um trecho do Rio São Francisco a 40 km a jusante das cidades de Juazeiro (BA) e de Petrolina (PE). Faz parte do complexo a Usina Hidrelétrica (UHE) que envolve a barragem, de comprimento total de 12,5 km e altura máxima de 41 m, e a eclusa para transposição de desnível. A usina e a eclusa entraram em operação em 1979.
DADOS GERAIS DA ECLUSA:
- Desnível máximo = 32,5 m
- Comprimento da câmara da eclusa = 120,00 m
- Largura da câmara da eclusa = 17,00 m
- Calado permissível da câmara da eclusa = 2,50 m
- A eclusa está ligada à barragem da UHE.
A seguir, pode-se observar o mapa com a localização das eclusas sob responsabilidade do DNIT:
Para acesso a esse mapa e mais informações sobre as eclusas acesse https://linktr.ee/daq_dnit e selecione "Informações Eclusas".