A Saga da viagem
A VIAGEM
No dia 1 de julho de 1920, 21 atletas das modalidades natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo embarcaram no navio Curvello, da Marinha Mercante, cedido pelo Governo Federal, formalmente representados pela Confederação Brasileira de Desportos (CDB), o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não organizou a viagem. Os atletas se uniram e pagaram as despesas do próprio bolso.
A equipe brasileira de tiro era composta por Afrânio da Costa, Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Demerval Peixoto, Mario Maurity e Guilherme Paraense. Os atiradores receberam apoio do Exército Brasileiro e de alguns colaboradores, para as competições seletivas e as provas preparatórias.
Navio Curvello, da Marinha Mercante
O navio só oferecia acomodações de 3ª classe, com camarotes pequenos e quase sem circulação de ar. Os treinos se davam no convés durante os vinte e oito dias da viagem.
FURTO DE EQUIPAMENTO
Em uma escala em Lisboa, Portugal, a equipe decidiu seguir de trem até a Bélgica, receosa de que não chegariam à competição a tempo. Assim, viajaram de trem aberto, sob chuva e sol. Mas o pior ainda estava por acontecer. Na conexão em Bruxelas, a delegação descobriu que parte das armas e da munição da equipe havia sido furtada.
A SUPERAÇÃO
Vencida a batalha da viagem, chegaram ao campo de Beverlo, Bélgica, onde estavam concentradas as demais equipes de tiro esportivo que participariam daqueles Jogos. Por causa do Furto, os brasileiros tinham apenas duzentas munições calibre 38, o que inviabilizaria a participação de mais de dois atletas nas competições. Contudo, a perseverança, espírito de cumprimento de missão, flexibilidade e comunicabilidade dos nossos atletas foram decisivos nesse momento crítico.
Arma cedida para a equipe de tiro brasileira
Afrânio da Costa, carismático e simpático, característica do povo brasileiro, logo fez amizade com os norte-americanos Alfred Lane e Raymond Bracken, contado-lhes o que acontecera na viagem. Sensibilizados, os americanos ofereceram parte de seu equipamento: dois mil cartuchos e duas pistolas Colt para a equipe brasileira. Uma atitude de FAIR PLAY que seria admirável até nos dias de hoje.
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