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Rebelo assiste à passagem de comando da Esquadrilha da Fumaça
Brasília, 18/12/2015 - Foi no início da década de 1950 que um grupo de jovens instrutores de voo da antiga Escola da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, teve a ideia de criar uma equipe permanente de aviadores para combinar no ar a precisão técnica e a arte das acrobacias. Assim nasceu o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), que logo se tornou uma celebridade popularmente conhecida como Esquadrilha da Fumaça, ou ainda, para o círculo mais íntimo dos que com ela convivem, apenas “Fumaça”.
Segunda mais antiga do mundo, a Fumaça realizou a primeira demonstração no dia 14 de maio de 1952. De lá para cá, foram mais de 3.700 exibições realizadas no Brasil e em 21 países. E três recordes mundiais, “Guinness World Records”. O último, atingido em 2006, quando 12 aeronaves voaram juntas de dorso por 30 segundos na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), sede da esquadrilha.
Nesta sexta-feira (18), a Esquadrilha da Fumaça despediu-se de seu comandante, coronel Marcelo Gobbet, e deu as boas vindas ao seu novo comando, assumido pelo tenente-coronel Líbero Onoda Luiz Caldas. Em uma emocionante cerimônia, o antigo e o novo comandante, acompanhados pela esquadrilha, realizaram no ar a passagem do posto. O coronel Gobbet desenhou no céu de Pirassununga, na Academia da Força Aérea, suas últimas acrobacias.
O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, presente à cerimônia junto ao comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Nivaldo Rossato, parabenizou o coronel Gobbet pela “brilhante trajetória”. E saudou o coronel Caldas pelo novo desafio. Disse que a Esquadrilha da Fumaça é uma instituição admirada, querida e respeitada pelo povo brasileiro. “A Esquadrilha da Fumaça é a representação de um desafio da nossa Força Aérea, da precisão da sua atuação, da perícia, da exposição da alta tecnologia que está reunida no equipamento usado. E acho que a admiração e o carinho da população e das pessoas de todo o mundo baseiam-se exatamente nessas virtudes que a esquadrilha expressa”, afirmou.
Segundo o ministro, a Força Aérea Brasileira é uma instituição respeitada porque é também fundadora do nosso moderno desenvolvimento científico e tecnológico. Ele lembrou que a Aeronáutica criou instituições de excelência como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), construiu as bases para a consolidação da Embraer, que entrega ao Brasil e ao mundo aeronaves modernas, como o Super Tucano da Esquadrilha da Fumaça.
“A FAB escreveu suas páginas de glória defendendo a liberdade e a democracia para o Brasil e o mundo nos céus da Itália, desempenha ações humanitárias integradoras. Muitas vezes é a força aérea a única instituição que se faz presente em partes remotas do território nacional. E tem a grande responsabilidade de defender o espaço aéreo continental do País”, disse. “E a Esquadrilha da Fumaça resume a admiração que essas tarefas despertam no povo brasileiro”, acrescentou.
Em discurso às autoridades, familiares e militares presentes à cerimônia, o coronel Gobbet disse que comandar a Fumaça era um sonho de criança. “Reservo o mais solene agradecimento à Esquadrilha da Fumaça. Sonho de infância e exórdio dos momentos mais marcantes em minha vida, brindou-me de emoções extremas que avigoraram meus ideais como aviador e princípios como ser humano”.
Aos colegas aviadores da esquadrilha afirmou: “orgulho-me em dizer que partilhei da grandeza de alma, do espírito fumaceiro de cada um de vocês. Juntos, colaboramos com o crescimento da instituição e com a consolidação, nesta nova era, do respeito e da admiração conquistados ao longo dos 63 anos da extraordinária existência da Esquadrilha da Fumaça”.
O comandante da passagem de comando do EDA, brigadeiro José Magno Resende de Araújo, chefe de gabinete do comandante da Aeronáutica, prestou homenagem ao coronel Gobbet e saudou o novo comandante, coronel Caldas. “Os membros da Esquadrilha da Fumaça entendem que cada apresentação, cada manobra, cada novo display retratam não apenas o comprometimento e a capacidade do esquadrão, mas refletem, acima de tudo, especialmente para o povo brasileiro, o grau de dedicação e profissionalismo de cada integrante da Força Aérea Brasileira”, disse.
“A Esquadrilha da Fumaça da FAB segue a promessa de continuar deixando rastros nos céus do nosso País e do mundo, inspirando gerações de futuros aviadores e de eternos amantes da aviação”, finalizou.
Histórico
A Esquadrilha da Fumaça iniciou as atividades com o avião norte-americano NA T-6 Texan, em 1952. Em 1983, a Fumaça passou a voar os turbo-hélices de treinamento T-27 Tucano, fabricados no Brasil pela Embraer. As aeronaves tinham as cores vermelha e branca até 2001, quando passaram a adotar as cores da bandeira nacional. No ano de 2012, a esquadrilha alcançou seu maior recorde de demonstrações ao ano, contabilizando 130, uma apresentação a cada três dias.
Em março de 2013, após 30 anos de uso do Tucano, a esquadrilha deu lugar ao A-29 Super Tucano, também nas cores da bandeira do Brasil. O Super Tucano foi concebido para ser uma aeronave de treinamento avançado e ataque de alta precisão, além de cumprir as missões da Tarefa de Superioridade Aérea em proveito da proteção do espaço aéreo nas fronteiras do território brasileiro. Ele apresenta os últimos avanços em sistemas de aviônicos e armamentos.
É um dos aviões mais modernos do mundo em sua categoria. Por sua grande capacidade operacional, o A-29 tornou-se a natural progressão dos jovens pilotos de caça após a formação acadêmica no T-27, preparando-os para as complexas missões requeridas na Amazônia Brasileira.
Para fazer parte da esquadrilha, os pilotos passam por uma seleção criteriosa. Ser um “fumaceiro” requer grande experiência em voo. Para se candidatar, os profissionais precisam ter 1.500 horas de voo, sendo 800 delas como instrutor da Academia da Força Aérea ou do 2º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação, também chamado de Esquadrão Jocker, localizado em Natal (RN). Por meio de conselho operacional, são escolhidos os candidatos oficiais mais qualificados e que apresentam perfil mais compatível à missão da Esquadrilha da Fumaça.
Cada apresentação é realizada por sete aeronaves com um piloto a bordo. Para cada uma das posições na esquadrilha, há dois aviadores responsáveis que se revezam a cada demonstração. O tempo de permanência na esquadrilha é de, no máximo, dois anos.
Além dos treze pilotos, há a equipe de solo composta por mais cinco oficiais de outras áreas, pelos graduados, anjos da guarda, responsáveis por garantir a segurança e a disponibilidade das aeronaves, além da eficiência das tarefas administrativas. E por uma equipe de soldados que auxilia nas diversas funções. Todos os militares da Fumaça são escolhidos por meio do conselho.
O novo comandante, o coronel Caldas é formado na Aviação de Patrulha. Já fez parte da esquadrilha como piloto de Ala Direita Externa e Isolado nos períodos de 2008 a 2011. Realizou cerca de 200 demonstrações. Ingressou na FAB em 1994, na Academia da Força Aérea, sendo declarado aspirante a oficial em 1997.
“Esse rapaz que vi criança na casa do pai, o vice-prefeito de Botucatu e amigo Antonio Caldas, que prossiga na sua trajetória de dedicação ao Brasil e de cumprimento dos seus deveres”, disse o ministro Rebelo ao agora comandante da Esquadrilha da Fumaça, coronel Caldas.
Por Fernanda Melazo
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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