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Projeto Rondon é tema de palestra na Câmara dos Deputados
Brasília, 18/05/2016 - O Projeto Rondon, do Ministério da Defesa (MD), foi tema de palestra nesta quarta-feira (18) na Câmara dos Deputados. Promovida pela Frente Parlamentar Mista da Educação, a palestra teve por objetivo sensibilizar os congressistas sobre a importância do Projeto, que auxilia na formação do jovem universitário, contribuindo com a promoção do desenvolvimento sustentável, bem estar social e da qualidade de vida em comunidades carentes.
Durante o evento, o presidente da Frente Parlamentar, deputado Alex Canziani (PTB/PR), fez um apelo para que os parlamentares apresentem emendas. "Lanço um desafio aqui para que tantos integrantes da Frente, da Comissão de Educação e senadores, apresentem emendas não só na comemoração dos 50 anos do Projeto, que acontece no ano que vem, como em todos os anos", disse Alex Canziani, garantindo que ele será o primeiro a apresentar propostas orçamentárias. O deputado comentou que se um deputado por estado apresentar emenda no valor de R$ 200 mil para o Projeto, isso irá representar R$ 5,4 milhões a mais de recursos para o Rondon.
O gerente do Projeto Rondon, coronel Alexander Fortes do Nascimento, explicou aos participantes do encontro o funcionamento desta ação governamental, que conta com a parceria de instituições de ensino superior (IES), das Forças Armadas, municípios, estados e apoiadores. "O rondonista não só transmite conhecimento, mas também aprende muito, exercita a cidadania, executando um trabalho voluntário em prol de outras pessoas e exercita suas habilidades acadêmicas. É um instrumento transformador da realidade de muitas comunidades", garantiu. Como exemplo de resultado benéfico, o coronel Fortes contou o caso de uma criança atendida nas oficinas do Projeto e que, passados alguns anos, tornou-se rondonista.
Conforme o gerente do MD, a seleção do Projeto Rondon ocorre duas vezes por ano, nos meses de março/abril e setembro/outubro. A coordenação publica o convite para as Instituições de Ensino participarem da seleção para as operações do ano seguinte. Cada instituição elabora uma proposta de trabalho, que deverá ter um diagnóstico com os problemas da região e descrever em detalhes como pretende desenvolver cada uma das ações que se propõe a realizar.
Além da Marinha, Exército e Aeronáutica, o Rondon conta com a participação dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, do Desenvolvimento Agrário, da Educação, do Esporte, da Integração Nacional, do Meio Ambiente e da Saúde, além da Secretaria de Governo da Presidência da República.
Em 11 anos, desde sua reativação em 2005, o Rondon já realizou 71 operações em 1075 cidades de 23 estados, com a participação de 1891 instituições de ensino, 21 mil professores e 2 milhões de beneficiados. De acordo com o coronel Fortes, a expectativa para o triênio 2016-2019 é realizar cinco operações em 25 cidades, com o envolvimento de mil rondonistas por ano. Sobre os recursos orçamentários, segundo o militar, estão assegurados para este ano R$ 1,8 milhão, já contando com R$ 800 mil oriundos de emendas dos congressistas.
Presente no debate, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), André Silva Caríssimo, ressaltou que o caráter humanista do Projeto Rondon é uma grande oportunidade na formação acadêmica dos estudantes. "A formação humanista não acontece dentro dos muros das universidades. É no contato com as comunidades que o Projeto Rondon possibilita construir nossos cidadãos", afirma o professor.
No encerramento da palestra, o secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do MD, brigadeiro Ricardo Machado Vieira, acrescentou que a prioridade do Projeto é atender as populações das regiões Norte e Nordeste. "São locais com mais carências, comunidades com Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo. Contamos sempre com o apoio dos governadores e prefeitos. O Projeto não tem caráter assistencialista, mas a ideia é multiplicar conhecimento", destacou o secretário. Ainda conforme o brigadeiro Machado, este ano houve uma otimização, regionalizando duas operações em janeiro no Mato Grosso e Maranhão, com estudantes desses estados. "Isso, logicamente, reduz bastante os gastos com transporte", afirmou o brigadeiro.
O Projeto Rondon
O projeto é uma homenagem ao lendário sertanista, marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, que desbravou o território nacional no século XX.
A Operação Zero foi a primeira do Projeto Rondon e começou com um grupo de 30 estudantes e dois professores da Universidade do Estado da Guanabara, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal Fluminense e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em 11 de julho de 1967, eles embarcaram do Rio de Janeiro para Rondônia onde permaneceram por 28 dias e realizaram ações de levantamento, pesquisa e assistência médica, beneficiando as comunidades carentes. O programa foi extinto em 1989 e relançado, na cidade de Tabatinga (AM), em janeiro de 2005, por meio de um decreto presidencial.
Por Alexandre Gonzaga
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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