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Mulheres nas Forças: Aeronáutica é a Força que possui o maior contingente feminino
Brasília, 11/03/2016 - A Aeronáutica é a Força Armada do Brasil com o maior número de mulheres em seu efetivo. São cerca de 9.820 mulheres atuando, segundo dados de 2015. A FAB também foi a primeira das três Forças a abrir espaço para a atuação das mulheres na atividade fim da instituição: em 2003, recebeu a primeira turma feminina para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores.
A ampliação da participação das mulheres na Aeronáutica em funções tradicionalmente masculinas ocorre de maneira gradual. Liz Serzedello Neves Vilaça é 3⁰ sargento básico em Eletricidade e Instrumentos, no 6⁰ Esquadrão de Transporte Aéreo (ETA), em Brasília. Paulista e apaixonada pela aviação, Liz Serzedello estudou na Escola de Especialistas da Aeronáutica antes de chegar à capital federal.
O chefe de material do 6º ETA, capitão Souto, diz que a unidade conta com um total de 65 militares de ambos os sexos, que exercem a atividade de manutenção em 12 aeronaves. Dentre os integrantes do grupo, quatro são mulheres, sendo que a mecânica Serzedello também atua na área de inspeções.
O trabalho feminino na unidade militar divide-se entre as áreas burocrática e de manutenção de aeronaves. “As mecânicas são bastante capacitadas para o trabalho e algumas delas já chegaram com o curso técnico concluído” conta o capitão Souto. O chefe de material explica ainda que as militares que já possuíam curso técnico fizeram uma adequação à aviação, após passarem na Escola de Especialistas e entrar no grupo.
Na atividade de mecânica de aeronaves, as mulheres se diferenciam pelos detalhes e atenção. “Penso que estou no lugar certo. Mulher é muito detalhista”, ressalta a sargento Serzedello. A opinião de Souto sobre a mão de obra feminina na área é semelhante: “Em alguns trabalhos da parte de controle de itens, elas são muito mais atentas do que os homens”, assegura.
Para Serzedello, executar atividades num ambiente predominantemente masculino é tranquilo. “Não é a primeira vez que eles trabalham com mulheres e, aqui, nós temos que priorizar a disciplina, a hierarquia e a segurança das tripulações”, destaca. O apoio da família no início da carreira serviu como combustível para a militar trilhar o caminho das Forças Armadas.
Mesmo cercada por peças de aeronaves e outros itens, a sargento considera que as mulheres não devem se sentir masculinizadas porque usam macacão. “Isso não tem que existir, porque se no trabalho a parte de segurança é estar de macacão, você deve vesti-lo”, rassalta. Ela faz questão de demonstrar que mantém a vaidade e feminilidade no trabalho: “Não deixo de fazer minhas unhas. É claro que não uso nada que esteja fora do padrão militar”.
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A Escola de Especialistas de Aeronáutica forma, semestralmente, cerca de 650 novos sargentos para a Força Aérea Brasileira. Localizada em Guaratinguetá (SP), o espaço é o maior centro de ensino técnico militar da América do Sul. De acordo com a FAB, mais de 70 mil militares já passaram pelo local.
Ingresso feminino
O ingresso feminino na Academia da Força Aérea no Quadro de Oficiais Intendentes foi autorizado em 1995 e o número aumenta a cada ano. Em 2003, a FAB recebeu as primeiras mulheres para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores.
Por Lane Barreto
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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