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Mulheres na Defesa: participação aumentou 97% nos últimos 16 anos
Brasília, 08/03/2016 – Quando a bibliotecária Miraildes Alves Regino ingressou no serviço público, em 1982, o Ministério da Defesa (MD) ainda era o Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), órgão ligado à Presidência da República. “Trabalhávamos numa estrutura militar com um efetivo reduzido e poucas mulheres. No EMFA, passei a conhecer melhor a integração das Forças Armadas de nosso país”, lembra.
À frente da secretaria de Produtos de Defesa (Seprod) desde janeiro deste ano, Perpétua Almeida é a primeira mulher a assumir o cargo. A experiência de trabalhar num local dominado por homens começou no Congresso Nacional, onde exerceu três mandatos como deputada federal. “Quando cheguei nas Forças Armadas já tinha essa experiência, pois a política é um espaço dominado pelos homens. No plenário do Congresso Nacional menos de 9% eram do sexo feminino, ressalta.
O período entre a entrada de Miraildes no ministério e a chegada de Perpétua, em 2015, como assessora especial do ministro, a participação do sexo feminino no mercado de trabalho cresceu paulatinamente.
Esse progresso de incorporação do sexo feminino ao mercado também é notado por aqui. Atualmente, 244 mulheres compõem o quadro de servidores civis da administração central da Defesa, enquanto em maio de 1999, o número de colaboradoras era de 122. Próximo de completar 17 anos de existência, o Ministério da Defesa teve a presença feminina aumentada em quase 100%.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), em 2004, o número de mulheres empregadas era de aproximadamente 35,6 milhões e, em 2014, aumentou para 42,8 milhões.
Para a especialista em gênero e coordenadora do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher, Tânia Fontenele, o maior desafio que a população feminina ainda enfrenta é a questão da tripla jornada de trabalho – conciliar tempo para o trabalho, cuidado com os filhos e afazeres domésticos. Ela menciona que estudos da administração do tempo demonstram que a população feminina trabalha muito mais que os homens. “Comparando os dois que trabalham fora, a mulher quando volta para casa ainda desempenha os serviços domésticos”, afirma.
Na avaliação de Fontenele, as mulheres continuam se responsabilizando por múltiplas tarefas e existe uma curva progressiva em termos de participação delas no mercado de trabalho. “Penso que as mulheres seguem avançando, demonstrando que elas têm toda condição de desempenhar qualquer tipo de trabalho", analisa.
Mulheres no comando
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou, em 2015, pesquisa que mostrou o aumento da participação das mulheres em cargos de liderança de empresas no mundo. Apesar disso, apenas 5% dos postos de chefia de empresas e de diretoria executiva eram ocupados por mulheres.
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Segundo a especialista em gênero Tânia Fontenele, a participação da população feminina no setor público muda conforme os níveis hierárquicos em que atuam. “Nos cargos de inicio de carreira, principalmente na base da pirâmide, há uma equidade de homens e mulheres. Mas, a partir do momento, em que os cargos de decisão vão aumentando, o percentual feminino diminui drasticamente”, avalia.
Para a secretaria da Seprod Perpétua Almeida, as mulheres estão conseguindo ocupar novos espaços. “Com o tempo, os homens devem olhar para nós mulheres, que ocupamos novos espaços, não como alguém que disputa lugar com eles, mas como alguém que chega para somar”, finaliza.
Por Lane Barreto
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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