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Militares, professores e estudantes debatem reflexos das imigrações
Brasília, 27/09/2018 –
O contexto migratório tem mudado rapidamente nos últimos anos e de forma global. Ainda que os fatos sejam recorrentes, os países que recebem ou já receberam grandes fluxos de imigrantes, ainda têm dificuldades para definir políticas para essas situações. Com o intuito de debater o assunto, a Escola Superior de Guerra (ESG), campus Brasília, promoveu na quarta-feira (26), o seminário Perspectivas da União Europeia e do Brasil sobre a imigração.
Na abertura, o comandante da escola em Brasília, general Wilson Lauria, destacou que a discussão era uma oportunidade ímpar devido à questão migratória existente no Brasil atualmente. “Durante muito tempo ficamos longe desse tema, mas estamos vivendo o fenômeno na nossa fronteira norte. E isso nos importa, pois traz reflexos aos nossos interesses nacionais”, apontou.
Ainda no início do evento, o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, abordou as semelhanças, diferenças e dificuldades dos fluxos migratórios entre os países. Para ele, é preciso o trabalho em conjunto, pois interessa aprofundar o assunto de defesa com o Brasil. “O ponto de partida para o trabalho conjunto entre brasileiros e europeus são os princípios partilhados, bem como os humanitários, a defesa do multilateralismo e dos direitos humanos, por exemplo”, alegou.
De acordo com o embaixador, a crise migratória na Europa, que teve início em 2014, ensinou aos países o que funcionou, o que foram boas práticas e o que deu errado. Atualmente, o fluxo diminuiu 97%, ele, avaliou. João Gomes realçou sobre importância da multilateralidade, principalmente, nesse tema. “Para nós, é muito importante o diálogo. Hoje, no Brasil, está em Roraima, daqui cinco anos não faço ideia de onde vai estar, mas tenho a certeza que em algum lugar”, afirmou.
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Panorama
Para dar uma ideia do que ocorreu na Europa, o professor PhD da European Union Institute for Security Studies Roderick Parkes, mostrou os antecedentes políticos da crise de 2014, o durante e o depois. À época, ocorreram três fluxos migratórios muito expressivos. “Foi difícil. Era um assunto que pensávamos ser de um jeito e, quando aconteceu, foi totalmente diferente. Vimos a necessidade de repensar a nossa política externa, demos um passo para trás”, alegou. Segundo ele, um dos principais efeitos que a crise causou na sociedade foi a questão de segurança. Principalmente, devido a terroristas infiltrados na demanda migratória.
Sobre a política migratória do Brasil, o professor doutor e coordenador científico do Observatório das Migrações Internacionais (OBmigra), Leonardo Cavalcanti, apontou que é difícil criar uma política migratória, pois ela tem multiplicidades. “Há muitas propostas, mas nenhum país consegue ter um modelo de como lidar com a situação, até porque não há como. É um fenômeno difícil”, comentou. A respeito dos imigrantes venezuelanos, o professor afirmou que o número de pessoas que tem chegado não é grande para o Brasil, mas, sim, para Roraima que não tem estrutura para comportar sozinha.
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Por Júlia Campos
Fotos: Tereza Sobreira/MD
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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