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Exercício conjunto testa capacidades das Forças Armadas e da Defesa Civil no Espírito Santo
Vila Velha (ES), 24/11/2016 – Chuvas intensas, inundações, deslizamentos de encostas e até um incidente químico no complexo de Tubarão. Este foi o cenário simulado enfrentado, nesta semana, pelos 120 participantes do 2º Exercício Conjunto de Apoio à Defesa Civil (ECADEC), realizado pelo Ministério da Defesa, no estado do Espírito Santo.
Forças Armadas, representantes da Defesa Civil nacional e do estado, dos Ministérios da Integração e da Saúde, do Corpo de Bombeiro e de outros órgãos do governo estadual estiveram juntos, de 21 a 25 de novembro, no 38º Batalhão de Infantaria (38º BI), em Vila Velha (ES), para testar e aperfeiçoar procedimentos adotados em casos de desastres naturais e antrópicos (causados pelo homem), e proceder rápida resposta as suas consequências.
Sem tropas ou equipes no terreno, as situações fictícias apresentadas foram baseadas em fato ocorrido entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, quando o estado do Espírito Santo sofreu com fortes chuvas que ocasionaram enchentes, soterramento de casas, interrupção de estradas, queda de pontes e um número elevado de mortos e desabrigados.
No exercício, tudo funciona por meio de rede de computadores, porém os protocolos, planos e ações são coordenados entre as instituições para o emprego real.
O treinamento, segundo o subchefe de Operações do Ministério da Defesa, brigadeiro Hudson Costa Potiguara, está moldado no aspecto mínimo para testar a integração entre as agências. “Ocorre a nível de Estado-Maior Conjunto. A estrutura montada é tipicamente em termos de economia de custos, mas numa situação real, é de acordo com a dimensão do evento”, afirmou.
A importância do preparo das Forças Armadas, por meio de atividades conjuntas que possibilitem coletar subsídios e promover melhorias, se traduz na prioridade de salvar vidas e de minimizar os prejuízos dos desastres. As ações de apoio à Defesa Civil cumprem as atribuições subsidiárias constantes da Constituição Federal de 1988 e da Lei Complementar nº 97, de 1999.
“Este é o segundo exercício. Procuramos atuar em áreas em que há o histórico de alguma calamidade ou catástrofe, de modo que possamos treinar esse apoio, conhecer as capacidades da Defesa Civil e de ela conhecer as nossas capacidades. Dessa maneira, com integração, coordenação e colaboração, a gente pode realmente cumprir a nossa missão, que é bem apoiar”, disse o chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, general Cláudio Cócia Moura.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, coronel Carlos Marcelo D’Isep, ressaltou o valor do exercício conjunto para a Defesa Civil. “Essa integração é importante para facilitar o encadeamento em caso real do acionamento dos recursos. Nós temos um Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, mas fugindo do nosso controle e dos nossos recursos, a gente precisa de apoio de outros órgãos. Precisamos testar como a gente aciona a complementação aos nossos serviços”, explicou o coronel D’Isep.
Desastres Químicos e Programas de Acompanhamento
Além dos danos resultantes das condições hidrológicas, é preciso estar pronto para aqueles incidentes do tipo radiológico, químico, biológico e do meio ambiente em situações de apoio à Defesa Civil.
No cenário simulado do exercício, o complexo portuário de Tubarão foi alvo de explosão de um contêiner com lixo químico, ocasionando uma nuvem tóxica. As Forças Armadas atuaram, devido a experiência na área de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), para minimizar os danos à população. Caminhões de Comando e Controle do pátio do 38º BI recebiam imagens e informações do incidente em tempo real.
O ECADEC é mais uma oportunidade para as Forças Armadas aperfeiçoarem seu emprego conjunto em um amplo espectro, em proveito da sociedade, e de apresentarem às demais instituições envolvidas algumas de suas capacidades.
Destacaram-se na parte de comando e controle: o Programa Pacificador, sistema digital de acompanhamento situacional e das simulações dos incidentes; e o Centro de Coordenação de Operações Terrestres e Interagências, caracterizado por equipamentos em unidades móveis, para controle e coordenação, independente das estruturas existentes nas regiões atingidas. Ambos do Exército Brasileiro.
O Programa Apolo, desenvolvido pela Marinha do Brasil, ferramenta de base de dados de apoio à decisão, permite verificar instalações e estruturas disponíveis para a realização das ações emergenciais. O ECADEC acontece anualmente. O próximo deverá ser realizado em Curitiba, no estado do Paraná.
Por major Sylvia Martins
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4071