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Empresas alimentícias apresentam soluções tecnológicas para as Forças Armadas
Rio de Janeiro (01/11/2015) - O VI Seminário de Alimentação das Forças Armadas (SEAL) recebeu no segundo e último dia do encontro (29/10), o depoimento de empresários da cadeia produtiva alimentar e serviços, disposta a fornecer soluções tecnológicas para a Marinha, Exército e Aeronáutica.
O diretor da Cellier Alimentos, José Luiz Favrin, apresentou o aprimoramento da ração operacional ao longo dos tempos. Lembrou fatos épicos do general cartaginês Aníbal (247-183 aC), um dos maiores estrategistas militares, que derrotou os romanos na batalha de Canas, considerada a mais sangrenta, até então, da história.
Em apenas 4 horas, cerca de 50 mil cartagineses, entre Infantaria e Cavalaria, derrotaram o exército romano composto por 86 mil homens, sendo que 50 mil morreram em combate. "Os romanos aprenderam muito com a perda e melhoraram a sua Intendência, e perceberam, mais do que nunca, que era fundamental suprimentos. Desta forma, a área militar foi pioneira no uso da alimentação e tecnologias, proporcionando às tropas uma boa condição sensorial", comentou.
Favrin citou o cônsul romano Paulo Emílio que, em aproximadamente 10 AC, disse que "o acampamento é uma segunda pátria e, para cada soldado, a tenda é a casa e o lar". Este conceito fez com que o Império Romano se expandisse rapidamente e a preocupação com a subsistência fosse um premissa dentro dos exércitos.
De acordo com o empresário paulista, em 1795 o cientista Nicolas Appert recebeu um prêmio do imperador Napoleão por preservar alimentos por uma semana. Mas foi a partir do século XX que se iniciaram os primeiros estudos para a conservação dos alimentos, até chegar aos dias atuais, das rações termoprocessadas com alimento pronto para o consumo, em pouchs esterilizados (embalagens flexíveis).
Com sede em Campinas (SP), a Cellier é atualmente a única empresa que fornece rações operacionais termoprocessadas às Forças Armadas. A fábrica produz cerca 400 mil rações. Ao Exército, são fornecidos seis cardápios; para a Marinha, são cinco pratos; e a Aeronáutica recebe três opções de rações.
A Cellier, em 2003, forneceu ração coletiva para o programa de inserção social de Angola e, em 2010, para as vítimas do terremoto no Haiti. A empresa não fornece alimentos apenas na área militar. No seu portfólio, há grandes e conhecidos clientes do setor de fast food.
Inovações da Vapza
A Vapza Alimentos, localizada em Castro (PR), relatou as inovações, praticidades e segurança na produção de alimentos longa vida. A gerente de marketing, Rose Sachet, relatou que a empresa atua desde 1995 no mercado de varejo e
food service
. Produz 20 toneladas de alimentos por ano, embaladas a vácuo, sem conservantes, e cozidos a vapor dentro das próprias embalagens.
Segundo a gerente, a empresa possui um mix de cerca de 19 produtos, incluindo vegetais, carnes, grãos e orgânicos, que têm validade de seis a 24 meses, dispensando refrigeração. "É umas das poucas empresas autorizadas a exportar pratos prontos, possuindo diversos certificados de órgãos reguladores, inclusive nos Estados Unidos, e de países árabes", complementou Rose.
Conforme a gerente, a tecnologia empregada do retort pouch , embalagem flexível esterilizável, onde o alimento recebe um tratamento térmico, permite que o produto tenha uma maior tempo de vida nas prateleiras, conservando o sabor dos alimentos, redução do peso da mercadoria, racionalização de estocagem e facilidade de transportar. "A esterilização elimina os microorganismos e a embalagem protege e impede a contaminação do alimento", completa Rose.
A segunda maior empresa global de alimentos, o grupo JBS, presente em 20 países e mais de 215 mil colaboradores ao redor do mundo, apresentou soluções tecnológicas e sua capacidade de atender os mercados interno e externo.
O gerente de produtos da JBS, Marcos Roque, detalhou as novas tecnologias em produção de alimentos. Segundo Roque, a JBS possui vários métodos de congelamento. "O processo mais comum é o túnel contínuo, por ventilação forçada, levando em torno de 18 a 24 horas para finalização".
No túnel em espiral, por exemplo, são processados produtos supergelados, como hambúrgueres, kibes e almôndegas. Também existem processos de congelamento para produtos já cozidos para o mercado institucional e para o varejo, prontos para o consumo. Roque acrescentou que a empresa possui produtos com a técnica de esterilização, garantindo maior segurança dos alimentos, como a carne cozida, o feijão, entre outros.
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A FoodBox Tecnologia de Alimentos detalhou soluções em pontos remotos de alimentação. Conforme o diretor Amauri Pelloso, a empresa oferece cozinhas modulares, em conteineres, capazes de produzirem de 100 a 10.000 refeições diárias. "Oferecemos meios para diagnósticos e planos de operações, conseguimos preparar alimentos mantendo o índice de nutrientes adequados e higienização", informou Pelloso.
Há 40 anos no mercado, a FoodBox elabora também projetos para eventos com cardápios temáticos, praças de alimentação e outros equipamentos de entretenimentos. A empresa disponiliza espaços para a triagem e recebimentos dos produtos, passando por câmaras frias, vestiários, restaurante, até chegar na captação e tratamento de água e efluentes.
Ao final do evento, que visa lançar as bases do Projeto Estratégico de Defesa e Cultura Alimentar das Forças Armadas, os participantes do seminário puderam degustar alguns produtos das empresas.
Por Alexandre Gonzaga
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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