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Em Boa Vista, Defesa, Justiça e GSI discutem propostas para a situação de imigrantes venezuelanos
Boa Vista (Roraima), 9/02/2018 – A presença de imigrantes venezuelanos na fronteira com Roraima levou uma comitiva do governo federal à Boa Vista na quinta-feira (8). Os ministros da Defesa, Raul Jungmann; da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim; do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Etchegoyen, estiveram reunidos com autoridades do estado para avaliar o impacto da situação e levantar ações a serem executadas pelas diversas esferas do Governo.
Na Ala 7 (Base Aérea de Boa Vista), os ministros ouviram a representante da Casa Civil, Viviane Esse, da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Presidência, que anunciou o início do censo dos imigrantes, a partir da semana que vem, pela Polícia Federal. Segundo ela, a medida é importante para saber quantos estão regulares e irregulares, pois já são mais de 30 mil que entraram no Brasil e se instalaram pelas ruas da cidade.
A comitiva federal ainda ouviu autoridades locais e parlamentares sobre os impactos que a presença dos imigrantes tem causado ao estado. A desembargadora do Tribunal de Justiça de Roraima, Elaine Bianchi, relatou o aumento em 170% de tradutor em audiências de crimes comuns tratados pelos juízes estaduais. A prefeita de Boa Vista, Tereza Surita, confirmou a falta de estrutura da cidade para atender a crise humanitária instaurada com a chegada dos venezuelanos.
Foram levantadas proposta como o ordenamento da fronteira, para que sejam empregadas regras brasileiras aos imigrantes, e a interiorização daqueles que se encontram em Boa Vista, ou seja, a ida para outros estados.
Antes da reunião com a governadora de Roraima, Maria Suely Silva Campos, os ministros estiveram na praça Simon Bolívar, onde grande parte de imigrantes permanecem durante todo dia. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, pode conversar com os venezuelanos, que em sua maioria, vêm ao País em busca de trabalho e melhores condições de vida.
“Nós temos que equilibrar a questão humanitária que a gente não pode esquecer, que são irmãos venezuelanos, mas também com a situação do estado de Roraima. Então, nós estamos aqui para procurar promover esse equilíbrio, de um lado a preocupação com irmãos venezuelanos, que não estão aqui porque queriam estar, eles queriam estar na Pátria deles. E a outra parte, evidentemente, com todo peso, com toda a sobrecarga que representa para a cidade e para Roraima”, disse o ministro Jungmann. Para ele, “é uma questão que o Brasil tem que abraçar, não apenas a cidade, não apenas o estado”.
A governadora do estado, Maria Suely, apresentou à comitiva sugestões para a melhoria da situação da imigração existente, entre elas: aumento do efetivo policial, ampliação da atuação das Forças Armadas na fronteira, recepção e triagem de estrangeiros, restabelecimento de barreira sanitária.
Coordenada pelo GSI, a ida da comitiva à Roraima demonstra um esforço conjunto de civis e militares para em curto e longo prazos vencer os desafios impostos por essas ações. No mesmo dia, os ministros iniciaram uma agenda de encontros bilaterais em Suriname e na Guiana.
Por Sylvia Martins
Fotos: Tereza Sobreira/MD
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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