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ECADEC edição Petrópolis tem o maior número de participantes
Petrópolis, 04/08/2017 – Na sua terceira edição, o Exercício Conjunto de Defesa Civil (ECADEC), realizado em Petrópolis (RJ), de 31 de julho a 4 de agosto, contou com cerca de 170 integrantes, entre civis e militares. O número de participantes dobrou de 2015 para 2017. Foram eles: Forças Armadas, Defesa Civil nacional, estadual (Rondônia, Acre, Minas Gerais, São Paulo, Paraná) e municipal (Petrópolis, Teresópolis, Caxias, Nova Friburgo), representantes do Ministério da Saúde, do Instituto Estadual do Ambiente, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Cruz Vermelha, do Instituto Militar de Engenharia, de rede de radioamadores e grupo de voluntários do município.
O objetivo principal da atividade foi proporcionar às agências envolvidas a oportunidade de aplicar suas capacidades e testar protocolos de procedimentos para o atendimento as vítimas e controle de danos em caso de desastres. As ações foram integradas e tiveram como apoio, para o processo decisório, softwares de simulação desenvolvidos pelas Forças Armadas.
“É um exercício de complementariedade de capacidades. Todos nós, Defesa Civil, Forças Armadas, as agências que participam, seja no âmbito nacional, estadual ou municipal, sabemos o que tem que ser feito e fazemos muito bem. Porém, precisamos nos integrar e um dos objetivos deste Exercício é que cada um conheça a capacidade do outro, para que, em caso de catástrofes, possamos atuar conjuntamente, coordenar as ações de forma mais eficaz”, explicou o diretor do ECADEC, subchefe de Operações do Ministério da Defesa (MD), brigadeiro Hudson Potiguara.
O Exercício é um exemplo de como ocorre a evolução das ações para o acionamento dos diversos órgãos em caso de desastres. “Existe aqui um time, Defesa Civil, Forças Armadas, Ministério da Saúde. Se esse time não estiver coeso, não funciona”, afirmou o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração, coronel Renato Newton Ramow. Todas as edições do ECADEC foram apoiadas pelo Ministério da Integração. O Exercício já foi realizado em Santa Catarina e no Espírito Santo.
Na avaliação do brigadeiro Potiguara, prevenção e acionamento correto dos meios foram as ideias finais do Exercício neste ano. “Mas, este Exercício é um preparo para pós catástrofe, então, ele é reativo. A gente precisa preparar a população para ela ser preventiva. Isso realmente nós temos que trabalhar melhor, desde escolas, desde mídia, para que a população atenda a sirene como tem que ser feito. Nós precisamos trabalhar mais essa prevenção”, destacou.
Cenários Simulados
O ECADEC começou na segunda-feira (31) com uma ambientação dos participantes sobre a dinâmica a ser utilizada. Cada instituição apresentou suas capacidades e a partir do segundo dia, em um cenário simulado, semelhante ao ocorrido em Petrópolis, em 2011, iniciaram o trabalho integrado.
Incidentes foram lançados em rede de computadores, para resposta das agências, que, com o apoio de softwares desenvolvidos pelas Forças Armadas, para a consciência situacional, podiam tomar as decisões em conjunto e acionar os meios emergenciais necessários.
Os softwares utilizados foram: o Apolo, sistema criado pelo Ministério da Defesa junto à Marinha do Brasil, que mostra toda a infraestrutura logística que pode ser utilizada em situações emergenciais, como aeródromos, portos, condições de estradas; o Pacificador, do Exército Brasileiro, um sistema de Comando e Controle utilizado na sincronização das ações e no andamento dos incidentes; e o Combater, também do Exército, que pode apoiar o planejamento, verificando, por exemplo, se há impedimentos no terreno para um deslocamento de viaturas. Esses programas foram feitos para serem operados em ambientes interagências.
“Nós temos dois objetivos aqui, empregando esses softwares. O primeiro é disponibilizarmos para Defesa Civil e para os outros órgãos, algo que pode ser útil para eles. E o segundo, para nós, onde estamos vendo como esses programas reagem dentro de operações de apoio à Defesa Civil”, lembrou o comandante de Operações Terrestres (COTER), do Exército, general Paulo Humberto.
Na quinta-feira (3), porém, as ações virtuais deram espaço para atividades reais. Da sede do ECADEC, da estrutura montada no 32º Batalhão de Infantaria Leve, os participantes observaram o treinamento de evacuação, com o acionamento de sirenes, no bairro Duarte da Silveira, em Petrópolis. Nesse evento, a população tem que sair de suas casas e seguir para um ponto de apoio da Defesa Civil. Em 2011 esse procedimento não existia.
À tarde, no Pico do Couto, no Destacamento de Controle de Espaço Aéreo (DTCEA), da Força Aérea, foi desencadeado o Plano de Combate a incêndio, executado por militares da unidade e do Corpo de Bombeiros de Petrópolis. No local estão radares meteorológicos, de terminal, de rota e antenas de comunicação, que atendem o espaço aéreo do estado do Rio de Janeiro. Cercado por áreas de preservação ambiental, é ponto importante na identificação de focos de incêndios na região e estratégico para o tráfego aéreo.
Balanço Final
De 67 incidentes simulados previstos para o Exercício, 45 foram solucionados pelas agências. Esse resultado indicou, ao final do ECADEC 2017, o caminho para o aperfeiçoamento dos sistemas logísticos, administrativos, operacionais, não só das Forças Armadas, como também de todos os órgãos ligados à Defesa Civil.
Os pontos positivos destacados pelos participantes foram: o conhecimento de metodologias e tecnologias de consciência situacional e interinstitucional; oportunidade para avaliar protocolos operacionais; interação e vasta troca de experiências em diferentes níveis federativos.
Bruna Ferreira Costa, representante do Ministério da Saúde, destacou a integração com as agências. “O Ministério da Saúde pode participar na construção dos cenários e os demais órgãos puderam contribuir de uma maneira muito clara e importante. Tivemos oportunidade de conhecer sistemas de informações como o Pacificador e o Apolo”, disse Bruna.
O apoio à Defesa Civil pelas Forças Armadas está previsto no artigo 16 da Lei Complementar nº 97/99. Esse apoio é acionado a partir do esgotamento dos meios federais empregados pela Defesa Civil, que é de responsabilidade do Ministério da Integração, com a atuação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC), na articulação com estados e municípios.
Por major Sylvia Martins
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério de Defesa
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