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Dia da Vitória celebra o 71º aniversário do término da Segunda Guerra Mundial
Rio de Janeiro, 08/05/2016 - O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, participou neste domingo (8), pela manhã, da cerimônia de entrega da Medalha da Vitória, no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Aldo Rebelo ressaltou o protagonismo do Brasil neste dia histórico, participando do esforço de guerra dos países aliados para derrotar as forças nazifascistas.
"O Brasil esteve presente com 25 mil combatentes, recrutados para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Esteve presente com sua força terrestre, semeou com seu sangue nos campos da Itália, a semente eterna da aspiração dos povos por viverem em nações independentes em comunhão de liberdade entre si e com seus semelhantes", disse o ministro.
Rebelo lembrou que a Marinha do Brasil e a Marinha Mercante estiveram entre os primeiro alvos de ataques nazistas, com 12 navios mercantes afundados pela Alemanha e mais de 1400 integrantes sacrificados nas águas do Atlântico. "Queremos celebrar a contribuição e a presença da Marinha de Guerra, da Marinha do Brasil e da Marinha Mercante no dia de hoje", afirmou.
Sobre a contribuição da Força Aérea Brasileira (FAB) naquele conflito, o ministro enfatizou: "A nossa gloriosa Força Aérea, recém criada, com seu 1º Grupo de Aviação de Caça desenhou nos céus da Europa uma página de heroísmo dos militares brasileiros. O Brasil celebra no dia de hoje, o heroísmo, a competência e o profissionalismo dos seus aviadores eternizados na Força Aérea".
O ministro também falou das conquistas que o Exército alcançou em Montese e em outras batalhas, deixando registrado na Itália, o profissionalismo e o heroísmo do soldado brasileiro, reconhecido pelo próprio inimigo. "Quando em patrulha, três integrantes do 11º Batalhão de Montanha, hoje situado em São João Del Rei, ao se depararem com uma companhia alemã enfrentaram os inimigos até o último cartucho. Sem munição, de baioneta calada foram ao encontro do inimigo até o extermínio”, explicou. “E a própria companhia alemã deu enterro a esses três heróis brasileiros e deixou lá o seu registro: Aqui jazem três heróis brasileiros. Esse foi o tributo de sangue das nossas Forças Armadas que pagaram para defender a dignidade da pátria, a honra, a soberania e os direitos sagrados da humanidade a viver em liberdade", completou.
Rebelo recordou ainda dos civis desarmados e em regiões inóspitas que contribuíram para que não faltasse a matéria-prima para o esforço da guerra, no caso, a borracha. "Os soldados da borracha, formados, principalmente, pelos nordestinos que foram para a Amazônia e lá se sacrificaram para que os aliados tivesse a matéria-prima", explicou.
O ministro não deixou de falar do papel das mulheres do Corpo de Enfermagem, que como voluntárias foram para a Itália, demonstrando o patriotismo e a atitude humanitária das brasileiras.
Consequências da Guerra
Para Aldo Rebelo, o conflito mundial depois de encerrado trouxe consequências importantes para os países envolvidos. "Acentuou nas nações o amor à independência nacional, o fortalecimento de movimentos de libertação em todo o mundo e o fim de vários impérios coloniais”, explicou. “Para o Brasil trouxe, além do contato com o que havia de mais moderno em tática militar e equipamentos, incorporou uma nova fase de desenvolvimento econômico, principalmente, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional", acrescentou.
Ao encerrar o seu pronunciamento, Aldo Rebelo destacou que as causas que levaram o mundo ao conflito mundial e as razões que fizeram as nações entrarem em disputa não desapareceram. "Antagonismos nacionais, lutas por espaço geopolítico, disputas por acesso ao desenvolvimento e à ciência, essa agenda continua viva, visível e acentuada em todo mundo”, disse. “Por esse motivo, é preciso, ao lado da celebração da vitória do 8 de maio, da homenagem aos heróis brasileiros, do tributo para que não se apague da memória do País, o quanto devemos às nossas instituições armadas", afirmou.
Rebelo salientou que é preciso considerar a atualidade e a importância das instituições militares. "Que a Força Aérea esteja permanentemente preparada para proteger nosso espaço aéreo continental, que a Marinha esteja sempre preparada para proteger nossas águas jurisdicionais e interiores, as riquezas do mar, as rotas de comercio. E que o Estado brasileiro tenha o compromisso com a capacidade plena de Forças Armadas compatíveis com a nossa grandeza", destacou. O Brasil, segundo o ministro da Defesa, ganhou reconhecimento dos aliados e credenciais, após a Guerra, para participar de missões de paz, como a Missão do Sinai, em 1956.
Medalha da Vitória
A condecoração, instituída em 2004 pelo Ministério da Defesa (MD), homenageia militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e civis nacionais e estrangeiros que contribuíram para difusão das ações e a atuação da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Segunda Guerra Mundial, e em defesa da liberdade e da paz mundial.
Neste ano, 289 personalidades civis e militares e 61 ex-combatentes foram agraciados, além de seis instituições. O Dia da Vitória relembra o 8 de maio de 1945, quando as tropas do nazi-fascismo se renderam ao Alto Comando das Forças Aliadas e da antiga União Soviética.
Durante os cumprimentos aos agraciados, o ministro Aldo recebeu do capitão da Força Aérea e ex-combatente, Osias Machado, o símbolo e grito de guerra do 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB. O símbolo foi criado pelo então capitão aviador, brigadeiro Fortunato Câmara de Oliveira, comandante da Esquadrilha Azul. "O emblema tem um avestruz porque é uma ave que consegue sobreviver a tudo. Então, a esperança nossa quando foi criado o Grupo é que nós sobrevivêssemos a tudo, enfrentássemos tudo”, disse. “Todos os nossos materiais tinham este escudo, o ´Senta a Pua!`. Quando o nordestino tinha um problema dizia isso, é como "desce o porrete", relatou o veterano de guerra.
Após a imposição das medalhas, foi realizada a aposição de coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, com salva-fúnebre de 15 tiros, e lançadas pétalas de rosa sobre a lápide. Em seguida, o destacamento das três Forças Armadas desfilou em continência ao ministro da Defesa, junto com ex-combatentes e veteranos da Segunda Guerra.
Estiveram no ato os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira Bacellar; do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas; da Força Aérea, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho; o secretário-geral do MD, general Joaquim Silva e Luna, além de outras autoridades civis e militares.
Por Alexandre Gonzaga
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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