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Defesa realiza Reunião de Comando e Estado-Maior do 16º Contingente Brasileiro no Líbano
Brasília, 22/06/2018 - O Ministério da Defesa (MD), por intermédio da Subchefia de Operações de Paz (SC4), conduziu a Reunião de Comando e Estado-Maior do 16º Contingente Brasileiro no Líbano (CONTBRAS-Líbano), no período de 18 a 21 de junho. Participaram da atividade, oficiais da tripulação do navio capitânia e do Estado-Maior da Força Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL).
Realizada semestralmente, esta é a primeira fase das instruções para a Operação Líbano, estabelecida pela Diretriz Ministerial nº 01/2012, de 18 de janeiro de 2012 e tem como objetivo preparar os militares que comporão os contingentes. Na oportunidade, é realizada a apresentação do efetivo ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
Durante a reunião, há o compartilhamento de conhecimentos referentes à estrutura da ONU, no que é pertinente às Operações de Paz, aos aspectos históricos do Líbano, aos aspectos jurídicos da missão e à atuação da SC-4 e de outros setores do ministério em apoio ao CONTBRAS-Líbano.
O subchefe de Operações de Paz, almirante Rogério Ramos Lage, ressaltou que o Brasil integra com o navio capitânia da MB a única operação de paz de caráter marítimo, e que o desempenho dos militares que ali exercem suas tarefas é reconhecido pela ONU e pela comunidade internacional.
A Capacitação
Além da reunião no MD, a capacitação dos integrantes da FTM inclui cursos no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC) e no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), ambos no Rio de Janeiro (RJ). Nesses Centros, os militares recebem instruções doutrinárias teóricas e práticas, que contribuirão para o cumprimento da missão.
No Ministério da Defesa, os militares assistiram uma preleção do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho; e palestras com ex-comandante da FTM e puderam conhecer estudos de casos apresentados pela SC4. Também assistiram exposições de historiadores, membros do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério Público Militar, para o entendimento da parte jurídica inicial que, como futuros peacekeepers, devem ter para a missão.
Desde 2011, um almirante brasileiro comanda a Força Tarefa Marítima, composta por 6 navios de diversas nacionalidades. “A FTM é um instrumento muito importante no concerto da paz para o mundo, além de projetar a política externa brasileira”, ressaltou o almirante Lage.
CONTBRAS-Líbano
O almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves Junior, comandante da FTM nos anos de 2017 e 2018, destacou que a missão da Força-Tarefa Marítima é evitar a entrada ilegal de armas pelo mar territorial do Líbano e adestrar a Marinha libanesa. Ele ressaltou, também, que a presença da UNIFIL incrementa a estabilidade regional, promovendo o aumento do comércio e a redução do custo do frete, o que significa a efetivação da sensação de segurança no local. Outro fato que reflete essa maior estabilidade foi a ampliação do porto de Beirute nos últimos anos.
A capitão de fragata Mônica de Araújo Thuler, única mulher do contingente e que será a Assessora Jurídica da missão, disse que o seu desejo de participar de uma Missão de Paz surgiu a partir de um curso sobre conflitos armados, que realizou na Escola Superior de Guerra (ESG). A partir daquele momento, a oficial, que já possuía mestrado nessa área de atuação, decidiu incrementar os seus conhecimentos realizando o Curso de Direito Internacional Humanitário, em San Remo, na Itália. A comandante Mônica Thuler viu na UNIFIL uma excelente oportunidade de colocar em prática o que aprendeu na teoria.
"A oportunidade de participar da UNIFIL me deixa muito orgulhosa, tanto pelo aspecto do crescimento profissional, quanto pela satisfação de deixar para os meus filhos o exemplo de que podemos alcançar tudo que sonharmos”, disse orgulhosa.
O navio capitânia do próximo contingente é a Fragata Liberal, que desatracará do Rio de Janeiro no mês de agosto deste ano, com 200 marinheiros a bordo e sob o comando do capitão de fragata Claudio Henrique Teixeira Correia, que participou da reunião em Brasília, acompanhado do chefe de operações e do encarregado geral do armamento do navio, com a finalidade de adquirir os conhecimentos necessários ao bom desempenho da função e poder transmiti-los aos demais tripulantes.
O comandante está motivado e empolgado com missão, por considerá-la muito importante para a Marinha, para o Ministério da Defesa e por extensão para o Brasil. "Como pessoa me sinto útil por fazer algo que vai ajudar outros que nem conhecemos. Fazer parte da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL me orgulha muito, ainda mais como comandante do navio capitânia e com uma tripulação composta por 200 militares subordinados a mim”, disse.
Contribuições para o sucesso da Missão
Para o Conselheiro do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Felipe Haddock Lobo Goulart, que trabalhou em Beirute, entre 2013 e 2016, e participou da Operação de Apoio aos Refugiados Brasileiros do Líbano, participar da reunião no MD é uma grande honra pela oportunidade de contribuir para o sucesso da missão. “A presença da Força Tarefa Marítima tornou o Brasil mais conhecido entre os participantes, sobretudo, sob uma ótica bastante positiva, face ao alto profissionalismo e dedicação dos efetivos da Marinha que se somaram à UNIFIL”, ressaltou.
A pesquisadora da Escola de Guerra Naval (EGN), especialista em assuntos judaicos, Juliana Foguel Castelo Branco, que falou aos militares sobre o processo de formação da identidade árabe-israelense, disse que a presença de um contingente brasileiro no Líbano é muito importante para o Brasil pela possibilidade de projeção internacional; por assumir uma posição estratégica; pelo treinamento constante das Forças Aramadas (FFAA); e pela capacidade de fazer uma “diplomacia de defesa” no cenário internacional. “Essa missão, enquanto agente propiciador de paz, num contexto de conflito, não só capacita as nossas Forças, como também mostra a expressividade brasileira na condução de processo de política externa de paz e de contato com outros povos e outras culturas que nos respeitam pela nossa condução histórica frente ao cenário”, disse a professora Juliana.
Submarinista e já acostumado com missões de risco, o suboficial André Florêncio da Silva, se interessou em participar da missão pela curiosidade gerada pelos relatos de amigos e pela oportunidade de fazer uma imersão em uma cultura tão diferente da nossa. Fazendo referência ao nível dos palestrantes, o suboficial disse que estava muito satisfeito com a preparação que está recebendo, pois não esperava que tivesse contato com doutores, diplomatas, acadêmicos e oficias com tamanha experiência.
Também participaram do corpo docente do evento: a promotora do Ministério Público Militar Najla Nassif Palma; o secretário do Ministério das Relações Exteriores Ricardo Rizzo; os capitães de Mar e Guerra Alexandre Mariano Feitosa, Mauro Rodrigues Seco Junior, José Américo Alexandre Dias, e Alexandre Peres Teixeira; os coronéis (EB) Fernando Cesar Hernandes e Rodrigo de Carvalho Bernardo; os coronéis (FAB) Josbecasi Moreira de Lima e Marcelo de Moura Silva; a capitão de fragata Cíntia Lobo Cezar. Além do capitão de Mar e Guerra José Guilherme Viégas, que coordenou o evento.
Por comandante Cleber Ribeiro
Fotos: Keven Cobalchini/MD
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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