Notícias
Defesa comemora o Dia das Comunicações Navais
Brasília, 29/03/2016 - Nessa segunda-feira (28), foi comemorado no Brasil o Dia das Comunicações Navais, data que também homenageia o seu patrono, o vice-almirante Tácito Reis de Moraes Rego. No começo do século XX, a Marinha do Brasil (MB) foi uma das primeiras do mundo a disponibilizar a tecnologia da telegrafia em seus navios e Organizações Militares (OM) de terra.
Em 28 de março 1907, o aviso ministerial nº 685 criava o Serviço Radiotelegráfico da Marinha (SRM), estabelecendo as primeiras instruções para o Serviço de Telegrafia sem fio da Armada Nacional, e alterando o nome do Posto Rádio da Marinha para Estação Radiotelegráfica da Ilha das Cobras - Estação Central. Pela importância da criação desse serviço, em 1º de setembro de 2008 o Estado-Maior da Armada publicou a portaria nº 178, instituindo o dia 28 de março como Dia das Comunicações Navais e o vice-almirante Tácito Reis de Moraes Rego (foto ao lado) como patrono, a fim de rememorar os fatos históricos e elencar os principais desafios e conquistas deste setor.
O almirante assumiu a função de primeiro encarregado da Estação Central, tendo se destacado por sua atuação nos primórdios das comunicações na MB e colaborando na instalação de diversas estações rádio nos navios e nas Organizações Militares (OM) de terra, além de ajudar na construção de faróis e radiofaróis que auxiliam a navegação no Brasil.
Código Morse
O Código Morse
é um sistema de represent
ação de
letras
,
números
e sinais de
pontuação
por meio de um sinal codificado, enviado intermitentemente, criado por
Samuel Morse,
em
1835
O suboficial da Marinha Antonio Carlos da Silva Ferreira, colaborador do Ministério da Defesa, explica o que é o sistema. “Na verdade, o Código Morse é uma combinação de pontos, traços e espaços. A transmissão do código é feita através de um manipulador, que envia a mensagem para uma pessoa que esteja em uma estação de recepção”, explica.
Ferreira exerceu a telegrafia em duas fases de sua carreira militar. Na primeira, no navio contratorpedeiro Paraná, de 1991 a 1994, onde oito telegrafistas eram habilitados a trabalhar com o Código Morse. No Contratorpedeiro, as mensagens eram recebidas da Estação Rádio da Marinha no Rio de Janeiro (ERMRJ), local responsável por difundir informações aos navios que estavam no mar. " A pessoa que recebia a mensagem utilizava um fone de ouvido e uma máquina de escrever para decodificar e registrar as informações", complementa o suboficial.
Entre 1995 a 1998, ele trabalhou na Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), em Niterói (RJ). Ele relata que, entre os outros meios de comunicação utilizados pelo Centro de Comunicações, a telegrafia também era usada. Na época, eram recebidas dos faróis, por meio do Código Morse, as mensagens que auxiliavam a elaboração das previsões meteorológicas. “Nós recebíamos as mensagens meteorológicas dos faróis por meio do código Morse. Essas mensagens serviam como subsídios para as cartas sinóticas e, dessa forma, ajudavam no serviço de meteorologia”, afirma.
Na opinião do suboficial da Marinha, o beneficio de se utilizar o telégrafo era que ele proporcionava uma boa qualidade de transmissão e recepção, mesmo em condições climáticas adversas de propagação. Ao mesmo tempo, Ferreira destaca que havia a desvantagem de o instrumento poder ser manuseado somente por pessoas devidamente habilitadas, limitando o uso da tecnologia. Para facilitar o aprendizado dos marinheiros, Ferreira revela que a Força Naval utilizava o método da repetição: “Nós entrávamos no centro de instrução e, ali, estudávamos diariamente os caracteres, até aprender o Código Morse. Cada caractere era associado a uma música, ou seja, um som específico, para facilitar a compreensão”.
Confira, abaixo, um vídeo em que o suboficial Ferreira fala mais sobre o Código Morse.
Por Lane Barreto
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4071