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Comitiva interministerial acompanha atividades desenvolvidas pela Operação Acolhida
Boa Vista (RR), 18/01/19 – Comitiva interministerial, organizada pelo Ministério da Defesa, acompanhou o trabalho desenvolvido pela Operação Acolhida em Boa Vista e Pacaraima (RR), nesta quinta e sexta-feira (17 e 18). A crise humanitária na Venezuela intensificou o ingresso de imigrantes desse país no Brasil. Para recepcionar, abrigar e interiorizar essa população que atravessa a fronteira em situação de vulnerabilidade, em março de 2108, foi criada a operação.
Este cenário foi conferido de perto pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, da Educação, Ricardo Rodrigues, da Cidadania, Osmar Terra, da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Controladoria Geral da União, Wagner de Campos Rosário. A iniciativa de natureza humanitária conta com a participação de órgãos federais, estaduais, municipais, de segurança pública, internacionais e organizações não governamentais. Pelas três Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), estão envolvidos quase 600 militares.
Fernando Azevedo avaliou que os abrigos estão bem estruturados e que agora “o novo governo verá o que ainda pode ser aperfeiçoado”. O ministro lembrou que por dia passam de 500 a 700 venezuelanos pelo primeiro posto de triagem, em Pacaraima, “buscando uma solução de vida melhor para eles no Brasil. Eles recebem a primeira orientação em Pacaraima, vêm para os abrigos em Boa Vista e mais de 4,5 mil são interiorizados pelo Brasil afora”, destacou.
Fluxo migratório
A Operação Acolhida atua a partir de três pilares. São eles: o ordenamento de fronteira, o acolhimento e a interiorização. O primeiro organiza o fluxo imigratório logo na chegada à fronteira. Os imigrantes são recepcionados e identificados. Em seguida, são encaminhados ao controle imigratório, a cargo da Polícia Federal. Para permanecer no Brasil, eles são vacinados.
Os venezuelanos que desejam permanecer no Brasil são encaminhados aos representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Ali eles preenchem um cadastro e recebem a documentação de imigração – CPF e carteira de trabalho provisória. Os imigrantes ainda passam por entrevista para avaliação do conhecimento profissional e das características de cada um.
O segundo pilar da Acolhida está sustentado na assistência social. Ao verificar que o imigrante está desassistido, são oferecidas condições dignas de alojamento, de alimentação e de apoio médico. Atualmente, existem 13 abrigos em Roraima, sendo 11 em Boa Vista e dois no município de Pacaraima. Os abrigos estão organizados para receber separadamente homens solteiros, mulheres solteiras, casais com e sem filhos, LGBT e indígenas da etnia Warao. Os abrigados recebem três refeições diárias e contam com lavanderia e atendimento médico, entre outros serviços prestados.
A missão da Operação Acolhida é finalizada com o processo de interiorização dos imigrantes. Ou seja, quando eles são encaminhados para outros municípios brasileiros e passam a contar com mais oportunidades de inserção socioeconômica. Para a transferência dos venezuelanos, é feita a articulação entre representantes governamentais e da ONU com representantes municipais e da sociedade civil interessados em acolher esses imigrantes.
A partir da identificação de vagas, os imigrantes interessados em participar do processo de interiorização são selecionados, passam por exame de saúde, regularizam a documentação, são transferidos para as cidades de destino e levados para abrigos onde participam de cursos.
A interiorização tem caráter voluntário. Os detalhes sobre a cidade de destino são explicados com antecedência. Os participantes assinam termo de voluntariedade junto à Agência das Nações Unidas para as Migrações (OIM), das Nações Unidas.
Números
As primeiras viagens de interiorização ocorreram em 5 e 6 de abril de 2018, com o transporte de 265 venezuelanos para as cidades de São Paulo (199) e Cuiabá (66). De lá para cá, 4,2 mil imigrantes do país vizinho foram encaminhados para 15 unidades da Federação.
Desde de 5 de abril , mais de 4,2 mil pessoas foram interiorizadas em 15 unidades da Federação. Diariamente são distribuídas, em média, 10,5 mil refeições aos imigrantes. Nesse período também, foram feitos 24.128 atendimentos médicos em Boa Vista e 11.888 em Pacaraima. Para a manutenção dos abrigos, há ainda a contratação de serviços como limpeza de fossas, coleta de lixo, dedetização, banheiros químicos, internet, TV e telefonia por satélite.
Por Comandante Cleber Ribeiro, com informações da Operação Acolhida
Fotos: Comunicação da Operação Acolhida
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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