Notícias
Combate da Marinha ao escalpelamento beneficia cerca de 20 mil pessoas na Região Amazônica
Brasília, 09/11/2015 – A Marinha do Brasil, por meio de Ações Cívico-Sociais (AciSo), já conseguiu instalar gratuitamente, de 2009 para cá, cerca de 3.600 calhas protetoras para evitar o escalpelamento – arrancamento brusco e acidental do couro cabeludo. Com isso, e também com ações educativas e de prevenção, estima-se que aproximadamente 20 mil pessoas tenham sido beneficiadas, neste mesmo período.
O acidente é comum na Região Amazônica, onde é grande o número de pessoas que trabalham ou se locomovem por via fluvial, e onde ainda é grande o número de casos de falta de segurança nas embarcações. O problema atinge mais as mulheres, que respondem por 80% do total de acidentados.
De acordo com o comandante Aristides Carvalho Neto, da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), a Marinha firmou algumas parceiras na tentativa de frear este tipo de problema na região. “Por meio de convênios de patrocínio, parcerias com o Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Eletronorte e Petrobrás possibilitaram a fabricação, tanto de calhas protetoras, quanto de materiais educativos”, explica.
Segundo o comandante, as ações preventivas fazem toda a diferença, porque muitas pessoas se acidentam justamente por não saberem como evitar. Por isso, ele destaca que é fundamental dar continuidade a este trabalho. “As parcerias duraram até 2013 e, desde o início deste ano, a Marinha tenta renovar os convênios”, disse.
O foco das Ações Cívico-Sociais está nos estados do Amapá e do Pará, onde são registrados os mais altos números de ocorrências. Só no Pará, foram 200 casos no período de 2009 até 2015.
Além do aspecto cívico-social, a Marinha também exerce na região sua função de fiscalização, já que o uso de proteção no motor, no eixo e nas partes móveis das embarcações, é obrigatório e previsto em lei.
A Capitania fiscaliza todas as embarcações, inclusive as que receberam as calhas protetoras. Nos casos em que for constatada a retirada da proteção, o condutor está sujeito a punições que vão desde aplicação de multa até a apreensão da embarcação. Dependendo do caso, o infrator também pode ser responsabilizado nas esferas cível e criminal.
O Acidente
Dentre os diversos acidentes, o escalpelamento é o que mais acomete a região Amazônica e acontece quando as embarcações não possuem a cobertura necessária para cobrir o eixo – que fica dentro do barco e se liga ao motor.
A falta do equipamento coloca em risco passageiros e tripulantes, pois cria uma situação favorável para que elas tenham seus cabelos e couro cabeludo arrancados bruscamente quando puxados pelo eixo em movimento. As vítimas, em grande parte, têm orelhas, sobrancelhas e por vezes uma enorme parte da pele do rosto e pescoço, arrancados levando a deformações graves e até à morte, consequência da rotação ininterrupta do motor.
Prevenção
A Marinha recomenda que todas as embarcações sejam construídas já com a proteção no eixo e nas partes móveis do motor. Já para as antigas, que sejam confeccionadas as coberturas e que sejam retiradas de tráfego as embarcações que não atendam as normas de segurança.
Entre os projetos preventivos desenvolvidos pela Força Naval, que ensinam maneiras de se reduzir a quantidade de acidentes, destaca-se o Projeto Educando para Evitar o Sofrimento (PSNA). Com palestras e distribuição de material educativo, ele tem como foco os pequenos navegantes, proprietários de embarcação miúda, utilizadas em transporte familiar e de mercadorias.
A Capitania dos Portos recomenda que mulheres e meninas viajem sempre na frente do barco e nunca com os cabelos soltos.
Serviço:
Segurança da Navegação, disque 0800-280-7200 ou (91) 99114-9187
Por Tenente Fayga
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
61 3312-4071