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Calha Norte investe nos Pelotões Especiais de Fronteiras para minimizar isolamento dos militares e garantir a soberania nacional
São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM), 26/10/2019 -
A vida na fronteira é de sacrifícios. Os 1.095 militares que servem nos Pelotões Especiais de Fronteira (PEFs) da "Cabeça do Cachorro" passam por privações. Geralmente, eles possuem energia elétrica somente oito horas por dia, produzida por geradores a diesel. A comunicação com os grandes centros é precária e o acesso aos PEFs é difícil. Normalmente, só se chega lá por meio de aeronaves da Força Aérea Brasileira. Por isso, o Programa Calha Norte (PCN) prioriza o investimento nesses lugares inóspitos do Brasil, a fim de minimizar o isolamento desses militares e garantir a defesa do território nacional.
"Vamos olhar mais para os pelotões de fronteira. Lá eles necessitam do básico. O que que eu posso melhorar? Primeiro o pelotão, depois quem está nas cidades grandes", garantiu o Diretor do Departamento do Programa Calha Norte, o General de Divisão da reserva Ubiratan Poty.
Dessa forma, nos últimos anos, o PCN destinou recursos para os Pelotões Especiais de Fronteira melhorarem sua infraestrutura. Houve modernização das instalações; manutenção dos motores das embarcações; aquisição de empilhadeiras, de ar condicionados, de material de construção, de motosserras e de material de escritório.
No 1ºPEF, de Palmeiras do Javari, por exemplo, houve reforma dos Próprios Nacionais Residenciais (casas funcionais). O trator e a bomba de estação de tratamento de água foram consertados. Vivem no local 65 militares, a maioria de origem indígena, da etnia Matsés. Lá eles possuem duas escolas: uma estadual e outra municipal, com capacidade para 108 alunos. Os professores são pessoas da comunidade ou os próprios militares. O posto médico da região dispõe de médico, dentista, farmacêutico e enfermeiro e pode realizar exames de Malária, Aids e Sífilis.
Já o 3ºPEF, de São Joaquim, possui efetivo de 70 militares e está incrustado em uma comunidade de 300 indígenas, da etnia Kuripako, dividida em 80 casas. O Rio Içana sinaliza a fronteira com a Colômbia. Assim como nos outros PEFs, os militares realizam ações de reconhecimento de fronteira. Nesse caso, devem combater diversos tipos de ilícios como: entrada de drogas, mineração ilegal, pirataria, caça ilegal, dissidentes das FARC, crime organizado e crimes ambientais.
“Nós somos a presença do Estado, tanto na parte jurídica quanto na ambiental. Assim como nos outros PEFs, a gente segue a tríade: vida, que é a parte social e de lazer com as esposas; trabalho, que inclui a carga administrativa; e combate, que se refere à parte policial e de reconhecimento de fronteira, além de combate aos diversos tipos de crimes”, disse o Comandante do 3º Pelotão Especial de Fronteira, Primeiro-Tenente Manoel Paulino Sobrinho.
Na visita ao 2ºPEF, de Querari, a comitiva do Programa Calha Norte foi recebida com uma declaração do gestor da escola estadual indígena, Geraldo Lozano Marques. "É uma honra estarmos aqui para recebê-los e dar as boas-vindas aos preciosos visitantes, pessoas que buscam compreender a importância da interação humana para o sucesso da crescente amizade e respeito. Sejam bem-vindos ao nosso simples lugar".
Navios podem levar dias para chegar aos PEFs
De São Gabriel da Cachoeira até o 1ºPEF, em Yauaretê, são 260km e dois dias de navio. O 2ºPEF, em Querari, fica a 350 km e quatro dias; o 3ºPEF, de São Joaquim, 330km e 5 dias; o 4ºPEF, de Cucuí, 150 km e 9h; o 5ºPEF, de Maturacá, 133km e 8h; o 6ºPEF, de Pari Cacheira, 300km e dois dias e o 7ºPEF, Tunuí Cachoeira, a 220 km e um dia de barco de São Gabriel da Cachoeira.
5º Batalhão de Infantaria de Selva
O 5º Batalhão de Infantaria de Selva (5º BIS), localizado em São Gabriel da Cachoeira, coordena sete dos 24 Pelotões Especiais de Fronteiras da Amazônia Ocidental. Essa OM é responsável pela vigilância de 1.315 Km de fronteira, sendo 1.055 km com a Colômbia e 260 km com a Venezuela.
A "Cabeça do Cachorro", como é conhecida a região, está a 850 km de Manaus e a 450 km de Barcelos, locais mais próximos de onde decolam as aeronaves da Força Aérea Brasileira. Há cerca de 40 mil habitantes e a população é 90 % indígena, de 27 diferentes etnias. O local é rodeado por rios, mas o deslocamento por navio é complexo, depende da cheia e da vazante, e pode levar muito tempo de um ponto ao outro.
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Por Capitão-Tenente Fabrício Costa
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