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Bandas militares levam alegria e espalham esperança com música
Brasília (DF), 03/05/2020 - A música está ligada às ações militares, não só como meio de comunicação, mas também como elemento psicológico, levando ânimo às tropas e atemorizando o inimigo. Durante a movimentação de guerra, os grupos de soldados eram facilmente identificados com suas cores e bandeiras, mas em meio ao fogo da batalha, a obscuridade impossibilitava reconhecê-los. Com isso, a música marcial era o que distinguia o amigo do inimigo.
Como citou o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, “o Brasil está diante de uma guerra”, só que não há bombas ou canhões para vencer o opositor. Para superar o coronavírus, a estratégia é manter o distanciamento social. Os elementos da batalha são álcool em gel, água, sabão e desinfetantes. As recomendações são evitar tocar o rosto, lavar as mãos com frequência, usar máscara e evitar sair de casa. São tarefas aparentemente simples, mas que podem desencadear sentimentos de desânimo e melancolia. A falta de convívio social pode tornar os dias ainda mais difíceis.
E é aí que entra a música. A mensagem que ela passa é a de não esmorecer, de relaxar e de melhorar o humor. Esse novo ânimo também é espalhado pelos músicos das bandas militares, que transmitem alegria à sociedade em isolamento, com suas diversas canções. A Banda de Música do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) desfilou pelas ruas de Recife (PE), tocando marchas, dobrados e canções populares. “Não poderíamos deixar de levar um enlevo sentimental para amenizar essa pandemia, por meio da nossa arte, àqueles que permanecem de quarentena em suas residências”, falou o Capitão Das Rosas, maestro da banda.
Essa foi a primeira apresentação da Banda do Cindacta III, mas há a pretensão de novas exibições, como esclarece o maestro. “Já estamos planejando outras apresentações enquanto durar a pandemia e estamos com um projeto de realizarmos concertos quando passar essa situação, fazendo com que todos nós, músicos, sintamos orgulho e motivação para espalharmos a boa música a todos os familiares de nosso efetivo”, explicou.
Na quarta-feira (29), a Banda do Comando Militar do Nordeste levou coragem e ânimo ao Hospital Memorial Jaboatão, no município de Jaboatão dos Guararapes. Uma das músicas tocadas foi Aquarela do Brasil. O regente é o Tenente Edvaldo Pereira de Araújo. “Foi muito gratificante levar um pouco de alegria para as pessoas, diante dessa situação de pandemia”, comentou. A banda é formada por 57 músicos, que participam habitualmente de atividades cívico-culturais, comemorações e festividades da sociedade pernambucana.
No Rio de Janeiro, a Banda de Música da 1ª Divisão de Exército (1ª DE) apresenta-se de segunda a sábado, em frente ao Hospital Geral do Exército. Para evitar aglomerações, apenas dois integrantes participam. Eles tocam saxofone e trompete. Os músicos realizaram 33 apresentações. "É um trabalho muito grandioso, pois leva conforto e paz a quem está sofrendo. Sentimos empatia e calor humano, o público interagiu muito conosco", expressou o mestre da banda, Subtenente Marcelo Teixeira Silva. A Banda da Primeira Divisão de Exército tem 76 anos e, atualmente, conta com 26 integrantes.
O psicólogo Rodrigo Acioli, do Conselho Federal de Psicologia, explica que a música tem poder de transformação. “É uma ferramenta que ajuda não só a passar o tempo, mas também pode remeter a lembranças, sentimentos e sensações. Nesse momento de isolamento social, a música pode desconectar a pessoa de sensações de angústia e de ansiedade”, esclarece.
A apresentação de bandas em ruas, hospitais e condomínios é uma novidade que está se expandindo nesse período. Acioli explica que esse novo movimento de intervenção artística influencia ainda mais as emoções dos ouvintes pelo fator surpresa. “Não é o simples fato de ouvir uma música, é o fato de estar havendo uma interferência artística. Sem que se espere, surge uma banda e nos tira do marasmo. O fator surpresa é positivo, quando agradável”, explica.
Ele conta ainda que, quando criança, costumava ouvir a Banda dos Fuzileiros Navais e, hoje em dia, quando escuta esse grupo, é remetido à infância, o que traz sensação de bem-estar. “Esse é um exemplo do efeito que a música pode causar”, lembrou o especialista.
Dia Internacional do Jazz
Dia primeiro de maio foi comemorado o Dia internacional do Jazz. A data foi celebrada também pelas Forças Armadas, de forma muito especial: militares músicos de sete nações se reuniram em um vídeo para homenagear a data e enviar mensagem de esperança. Assista:
Por Mariana Alvarenga
Fotos: Divulgação
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