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Atuações conjuntas no mar e de inteligência reforçam debates no 2° simpósio de Segurança
Brasília, 28/04/2016 – A segurança marítima e o aperfeiçoamento no sistema de intercâmbio de informações foram destaques no 2° simpósio sobre Segurança Regional Europa-América do Sul. O encontro teve como objetivo, discutir e entender os aspectos regionais da América do Sul, principalmente a Unasul com a União Europeia (UE), buscando, a partir de trocas de experiências, construir uma política conjunta de segurança e futuros acordos de cooperação militar.
O evento, que acontece anualmente, reuniu cerca de 200 participantes, nesta quarta-feira (27), no Comando Militar do Planalto (CMP), no Setor Militar Urbano Brasília (DF).
O seminário debateu a necessidade de construir um intercâmbio forte na área da inteligência regional em respostas à evolução da criminalidade e do terrorismo internacionais. O comandante-adjunto do serviço de informações e segurança belga, coronel Peter De Vliegher, explicou como funciona o sistema de inteligência da Bélgica e afirmou que “a interoperabilidade se demostrou como sendo essencial para o serviço de segurança”.
“A nossa responsabilidade tem dois aspectos: primeiro precisamos proteger todos os cidadãos belgas no exterior e identificar todas as ameaças que possam interferir no interesse nacional. Além disso, apoiamos todas as operações militares que possam aparecer”, esclareceu.
“Somos organizados com um serviço clássico de inteligência, nós temos capacidades que podem ser empregadas externa e internamente para todas as nossas atividades. Nós operamos com três capacidades singulares na Bélgica, temos uma capacidade independente de imagens por satélites, temos autoridade nacional e capacidade de cyber segurança da Bélgica”, disse o coronel Peter.
Ele acrescentou ainda que é fundamental aumentar as capacidades operacionais por meio do compartilhamento de informações, pois a falta de comunicação entre as instituições é a causa da dificuldade no sistema de segurança.
O coronel Peter De Vliegher defende que todos possam trabalhar no mesmo ritmo. “A criação de uma célula de fusão dos três serviços: o de inteligência, judicial e de polícia. Todos os serviços têm o seu próprio papel, mas é muito importante o compartilhamento de redes sigilosas de informações, usando os mesmos softwares, conversando a mesma língua no mesmo canal”, concluiu.
Segurança marítima
O vice-comandante de operações da Força Naval da União Europeia na Somália, contra-almirante Jonas Wikström, citou a Operação Atalanta como exemplo de ação. Principal Operação Naval da União Europeia, a Atalanta concentra esforços regionais para conter o terrorismo e a pirataria na Costa da Somália.
Wikström explicou que foi realizada uma análise de risco das atividades criminosas da área da África: “Avaliamos o uso de melhores práticas de gestão e aumentamos a nossa vigilância. O apoio de Operações marítimas nos possibilitou reduzir, por exemplo, as ações de pirataria. Em 2011, foram 143 ataques com 750 reféns. Agora, estamos em uma posição melhor em relação aos ataques a navios mercantes. De maio de 2012 para cá, esses números reduziram bastante”, disse Wikström.
A pesquisadora Patrícia Schneider, do Instituto de Pesquisas da Paz e Políticas de Segurança Universidade de Hamburgo da Alemanha, tratou da questão da migração como uma problemática mundial. Ela sugeriu, como forma de minimizar esse problema, um esforço internacional, principalmente em rotas marítimas – onde o fluxo de pessoas já ultrapassou 1 milhão de refugiados.
Patrícia Schneider explicou que a União Europeia adota, desde maio de 2015, quatro princípios em relação à migração: redução de incentivos para imigração irregular, salvamento de vidas e proteção das fronteiras, uma forte política comum de asilo e uma nova política de migração.
Para o secretário-geral do Ministério da Defesa, general Silva e Luna, o seminário permite importantes abordagens. “De forma concisa e substantiva, considero que ele serve para se fazer um alinhamento de percepção sobre a estratégia de como essas áreas do mundo construíram suas estruturas de segurança. A partir daí, identificar quais os desafios contemporâneos à segurança e à defesa que lhes são comuns e como elas podem estreitar laços de cooperação e confiança para superarem esses desafios”, afirmou.
O evento reuniu adidos militares da área de Brasília, representantes do Instituto Pandiá Calógeras (IPC) , dos ministérios das Relações Exteriores, da Academia de estudos e Defesa, acadêmicos, representantes de governo, militares brasileiros e estrangeiros.
Por tenente Fayga
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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