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Almirante assume comando da Força Marítima da Missão da ONU no Líbano
Brasília, 26/02/15 – A partir desta quinta-feira (26/02), a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-Unifil) , desde 2011 sob liderança brasileira, passa a ter um novo comandante. O almirante Flávio Macedo Brasil será o responsável pela missão e terá sob seu comando cerca de mil militares oriundos de seis países - Grécia, Turquia, Alemanha, Bangladesh e Indonésia, além dos brasileiros.
O almirante Brasil é o quinto comandante brasileiro da FTM-Unifil. Ele ocupará a função até fevereiro de 2016. No período, trabalhará junto com o nono e o décimo contingentes brasileiros no Líbano – as tropas, assim como a nau-capitânia, permanecem apenas seis meses em missão. No total, são 264 os militares da Marinha que participam da força internacional em cada contingente.
A passagem de comando foi realizada na manhã desta quinta (26) no porto de Beirute. A cerimônia foi presidida pelo force commander da Unifil, o general italiano Luciano Portolano. Flávio Brasil recebeu a função do almirante Walter Eduardo Bombarda, que comandava a Força-Tarefa Marítima desde fevereiro de 2014.
O almirante Ademir Sobrinho, chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, representou o ministro Jaques Wagner e o general José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) , na cerimônia em Beirute.
Criada inicialmente em 1978, durante a Guerra Civil Libanesa – que envolvia também palestinos e israelenses –, a missão de paz da ONU teve o reforço da Força-Tarefa Marítima em 2006, após a invasão de Israel ao sul do Líbano para combater o grupo xiita Hezbollah. Depois de ser liderada pela Alemanha e por um grupo europeu composto por Portugal, Espanha, França e Itália, a FTM-Unifil passou ao comando brasileiro em 2011. Desde então, cabe à Marinha do Brasil indicar o comandante da missão e também a nau-capitânia da esquadra internacional.
Patrulhamento
O raio de ação marítima sob responsabilidade dos militares brasileiros é de 205 km de costa - o que equivale a todo o litoral do estado de Sergipe. “Nossa função é controlar as águas territoriais do Líbano, assim como suas águas adjacentes, de forma a evitar que haja ingresso de armamento ilegal naquele país”, explicou o almirante Brasil. Segundo o comandante, este é a objetivo principal da missão, com a realização de bloqueios da entrada de armas ilegais, ilícito cuja incidência diminuiu desde que o Brasil assumiu a liderança da FTM-Unifil.
“A segunda tarefa, tão importante quanto, é o treinamento das Forças Armadas libanesas, para que, no futuro, possam assumir as responsabilidades que hoje são desempenhadas pela Força-Tarefa Marítima”, acrescentou o almirante Brasil.
A ação marítima no Líbano conta com a participação de Marinhas estrangeiras que empregam sete embarcações na missão - todas estarão sob o comando do almirante Brasil. Atualmente, além do efetivo brasileiro, a FTM-Unifil é composta por 48 militares gregos, 105 turcos, 123 alemães, 322 bengaleses e 103 indonésios.
Desafios
A UNIFIL é a única missão de paz da ONU em ambiente marítimo composta por navios e tripulações militares de vários países. Para o almirante, comandar uma força multinacional é um dos aspectos mais desafiadores da sua nova função. “Existem diferenças culturais, religiosas e operacionais. A maneira como as Marinhas se comportam é muito semelhante, mas há diferenças que devem ser respeitadas”, disse ele, destacando o quanto esse tipo de experiência é enriquecedora para um militar. “Isso é motivo de orgulho, pois são poucos os que têm a oportunidade de comandar uma força-tarefa multinacional”, destacou.
O território Líbano é considerado uma área delicada por fazer fronteira com Israel e Síria, sendo um país cercado por conflitos étnicos, religiosos e territoriais. Para o comandante, o cenário a realidade local além do nível do complexo. “Por esta razão, o almirante acredita ser importante a manutenção de missões como esta na região. “Entendemos a importância que esse tipo de operação tem para a paz no Oriente Médio, algo que acaba transpassando para todo o mundo”.
Treinamento
Os militares escolhidos para a missão passaram por um processo seletivo e foram submetidos a treinamentos e exercícios, determinados pelo Departamento de Operações de Paz da ONU, que começaram em setembro de 2014 em Brasília e no Rio de Janeiro.
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Os exercícios foram compostos por uma série de estágios baseados nas missões prévias. “Foram calcados na experiência do pessoal que já esteve na missão, que nos passaram suas dificuldades e apresentaram os desafios que vamos enfrentar. Também uma preparação para entender o cenário, a situação geopolítica e religiosa do Líbano”, ressaltou o almirante Brasil.
Existem dois tipos de treinamentos, um para a tripulação, e outro para o Estado-Maior, que é o comando da missão. “São treinamentos distintos. O da tripulação é muito específico para as tarefas operacionais e táticas que serão desempenhadas lá. O do staff inclui também as questões culturais, como a questão da língua”, acrescentou o almirante Brasil.
Por Tenente Fayga Soares
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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