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30/11/2010 - DEFESA - Jobim nega críticas a Samuel Pinheiro Guimarães
Jobim nega críticas a Samuel Pinheiro Guimarães
Brasília, 30/11/2010 - O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que encontra-se hoje em visita oficial à Polônia, ligou na manhã desta terça-feira para o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, para negar as afirmações atribuídas a ele em telegrama da embaixada dos Estados Unidos divulgado pelo site Wikileaks.org.
De acordo com o telegrama, de 2008, Jobim teria dito ao então embaixador dos Estados Unidos do Brasil, Clifford Sobel, que Guimarães “odeia os Estados Unidos”.
Jobim desmentiu a afirmação e esclareceu a Guimarães que realmente em algum momento conversou sobre ele com o embaixador, mas disse que o tratou com respeito e classificou Guimarães como “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”.
Segundo Jobim, “se o embaixador disse que Samuel não gosta dos Estados Unidos, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo”, afirmou.
SOBERANIA
As relações entre Brasil e Estados Unidos, tanto no âmbito diplomático quanto na área de Defesa, estão cada vez mais aprofundadas. No entanto, eventuais divergências entre as duas Nações tornam-se visíveis, à medida em que aumenta o relevo do Brasil no cenário internacional.
O Brasil tem se mostrado especialmente zeloso na busca da integração sul-americana - política, diplomática, militar, econômica- buscando evitar ações de países externos ao sub-continente que possam simbolizar ameaças à soberania dos países da região.
No campo da Defesa, algumas dessas divergências de visões entre Brasil e Estados Unidos foram expressa publicamente por Jobim em duas palestras recentes.
Na primeira palestra, em Lisboa (16/09/2010), o ministro protestou contra as mudanças de normas da Organização do Tratado do Atlântico Norte(OTAN), que potencialmente autorizaria a organização a intervir militarmente em qualquer parte do mundo, inclusive no Atlântico Sul.
Segundo Jobim, isso poderia ser pretexto para os Estados Unidos intervirem com “verniz de legitimidade” quando não tivesse respaldo da Organização das Nações Unidas (ONU).
A segunda divergência manifestada por Jobim, em reunião de ministro da Defesa na Bolívia (22/11/2010), foi sobre a mistura entre assuntos de Defesa e de Segurança (tráfico, terrorismo, etc).
Jobim disse que o Brasil rejeita uma tese eventualmente aventada de que os Estados Unidos garantiria a defesa da América do Sul e as Forças Armadas do continente passariam a cuidar de assuntos de Segurança, que hoje no Brasil são do âmbito policial.
“Os Estados Unidos cuidariam da defesa do hemisfério (segundo seus critérios unilaterais, como ocorreu durante a Guerra das Malvinas)”, alertou Jobim no discurso.
Leia a íntegra dos discursos:
DISCURSO EM LISBOA (10/09/2010)- NA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL - “O FUTURO DA COMUNIDADE TRANSATLÂNTICA”
Link encurtado : http://migre.me/2Bd3g
Link Original: https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/File/2010/mes09/o_futuro_da_comunidade.pdf
DISCURSO NA BOLÍVIA (22/11/2010)- NA IX CONFERÊNCIA DE MINISTROS DA DEFESA DAS AMÉRICAS
Link encurtado : http://migre.me/2BcON
Link original:
https://www.gov.br/defesa/pt-br/index.php/noticias-do-md/2453996-24112010-defesa-discurso-do-ministro-jobim-na-ix-conferencia-de-ministros-da-defesa-das-americas-bolivia.html
Texto: José Ramos
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa