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24/05/2011 - DEFESA - Jobim fala ao programa “Encontros”, da TV Senado
Jobim fala ao programa “Encontros”, da TV Senado
Brasília, 23/05/2011 – Em entrevista ao programa “Encontros”, da TV Senado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que as Forças Armadas brasileiras devem desenvolver capacidade dissuasória, em cooperação com os demais países da América do Sul, de modo a permitir que as nações do subcontinente possam administrar suas riquezas “para o bem dos sul-americanos e do mundo”. A entrevista, concedida ao jornalista Armando Rollemberg, foi ao ar ao longo da última semana e pode ser acessada no sítio da TV Senado.
Durante a conversa, o ministro da Defesa ressaltou a importância de nossas riquezas serem administradas com a ajuda de uma estratégia de dissuasão. Segundo Jobim, a América do Sul constitui um centro relevante de energia renovável e não renovável, que pode despertar o interesse de países de fora da região. O ministro ressaltou também que o subcontinente é um dos maiores produtores de proteína animal e vegetal do planeta. “Produzimos alimento para o mundo”, disse. Ele citou a importância das reservas de água potável da América do Sul, notadamente as reservas do Aquífero Guarani e da Amazônia.
Na entrevista, Jobim afirmou que o Brasil, ao elaborar a Estratégia Nacional de Defesa, documento lançado em 2008, procurou enfrentar a questão, sempre recorrente, da possibilidade ou não da permanente presença das Forças Armadas brasileiras em todo o território nacional.
Segundo ele, a questão, colocada dessa forma, leva ao pressuposto de que é impossível ter as Forças Armadas na totalidade do território nacional, devido à magnitude de sua extensão. Conforme observou Jobim, além dos 8,5 milhões de km² de território, o Brasil tem também soberania sobre 4,5 milhões de km² de fundos marinhos, o que totaliza uma área total de 13 milhões de km². Levando-se em conta o contorno territorial do país, o Brasil tem de cuidar de 16.725 km de fronteira com países limítrofes, além de outros 8,5 mil km de litoral.
Diante dessa realidade, Jobim lembrou que a Estratégia Nacional de Defesa (END) estabeleceu como primeira regra o monitoramento e o controle do território, tanto em relação às fronteiras terrestres quanto no que se refere à fronteira oceânica, Amazônia Azul incluída.
E, como segunda regra, a END estabeleceu a mobilidade, que é a possibilidade de as Forças Armadas estarem presentes nos lugares em que se tornarem necessárias, acionadas pelo monitoramento. Ações de mobilidade podem ser muitas. O ministro da Defesa destacou porém o projeto da aeronave KC 390, um cargueiro que será construído pela Embraer, que terá papel importante como equipamento capaz de responder às necessidades do país nessa área. O primeiro vôo do protótipo dessa aeronave está previsto para 2014, mas o projeto será disponibilizado ao mercado já em 2016. Trata-se de avião que se encaixa perfeitamente no quesito mobilidade, já que pode descer em pista de apenas 1500 metros e transportar até 20 toneladas. Três países da América do Sul (Chile, Argentina e Colômbia) e dois europeus (Portugal e República Tchaca) irão também fabricar componentes para o cargueiro brasileiro.
Jobim ressaltou que um princípio importante estabelecido na END é a ligação do desenvolvimento no Brasil e na América do Sul com a implantação de uma indústria base de defesa. "Não se admite que se tenha uma indústria de defesa que não esteja ligada ao desenvolvimento nacional. Precisamos ligá-la a isto. Porque as pesquisas que se fazem em áreas de defesa são duais e de alta tecnologia. Aplicam-se tanto ao setor público quanto ao privado”, afirmou.
A íntegra da entrevista ao programa "Encontros" pode ser assistida pela internet, em três partes, em links fornecidos no sítio da TV Senado. A página oferece também a possibilidade do usuário copiar os arquivos para seu computador.
Texto: José Romildo
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
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