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21/01/2011 - DEFESA - Alunos e Professores falam de suas experiências no Rondon
Alunos e Professores falam de suas experiências no Rondon
Brasília, 21/01/2011
– Cerca de 800 alunos e professores estão realizado atividades sociais e de cidadania junto em 40 cidades do interior do Pará, Piauí e Tocantins, desde o último sábado e domingo (15/01 e 116/01). Eles integram as operações Carajás e Zabelê, do Projeto Rondon, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento do País e para a redução das desigualdades sociais.
Amanhã, sábado (22/01), e domingo (23/01), o Rondon iniciará outras duas operações, envolvendo a participação de outros 800 professores e alunos, em Sergipe (Operação Rio dos Siris) e Rio Grande do Norte (Operação Seridó).
No total, somando as operações do Pará, Piauí e Tocantins, com as de Sergipe e Rio Grande do Norte, cerca de 1.600 estudantes e professores (também chamados de rondonistas) estarão desenvolvendo em 80 localidades dezenas de projetos ligados à saúde, educação, meio ambiente, habitação, gestão de água e esgoto e comunicação. Nos projetos, os rondonistas colocam conhecimentos e propostas de ação à disposição dessas comunidades. De posse desses conhecimentos, agentes locais, prefeituras e líderes comunitários poderão criar condições para colocar os projetos em prática.
A construção de casas de baixo custo, com conforto térmico (apropriado para regiões com temperaturas elevadas), é um dos conhecimentos levados a Brejo Grande do Araguaia, município situado a 90 km de Marabá, no Pará, pela equipe de 8 estudantes, que tem como um de seus coordenadores o professor Henrique Rozenfeld, da Universidade de São Paulo, campus de São Carlos. O projeto, segundo o professor, tem como vantagem principal a utilização de material e mão-de-obra local na construção.
Já o professor Professor Edson Eiji Matsura, da disciplina de planejamento e
desenvolvimento rural sustentável, da Unicamp, está levando ao município de Pio IX, a 430 km de Teresina (Piauí), projeto de conservação de solos e água na agricultura. Cerca de 70% da população de Pio IX é constituída de trabalhadores rurais, que vivem em assentamentos e trabalham na colheita e processamento de caju.
“Esse município, disse o professor, tem um problema gravíssimo de falta de água: a solução que levamos é aproveitarmos a água do subsolo, que é salina, transformando-a em água apropriada para beber”. Para isso, de acordo com o professor, é necessário disseminar e aplicar a técnica de dessalinização, ainda desconhecida pela maior parte dos moradores da região.
Matsura explicou que faz parte do projeto também incentivar o tratamento de esgoto doméstico nos assentamentos e o aproveitamento da água das chuvas em cisternas (construídas pelo governo estadual) por meio de calhas do telhado.
Já a estudante Denise Cardoso dos Santos, do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, situada em Cascavel, afirmou que vai trabalhar em Ourilândia do Norte (Pará). “Achei interessante poder contribuir nesse projeto, já que pretendo aplicar meus conhecimentos na conscientização da comunidade sobre a importância dos cuidados com a saúde e educação”. Denise afirmou que, em troca, pretende aprender a cultura local, seus valores e tradições. “Vou focar a saúde da mulher, ministrando palestras para profissionais da saúde sobre câncer de mama, colo uterino, menopausa e assistência à gestante”, disse.
A professora Ana Maria Ballani Migott, da Universidade de Passo Fundo, disse que vai trabalhar em Eldorado dos Carajás (Pará). O objetivo é realizar um conjunto de três núcleos de ações. No primeiro, professora e alunos vão atuar na propagação de conhecimentos em saúde, educação, esporte, lazer e nutrição. No segundo núcleo, atuarão em atividades diretas com a comunidade em prevenção à droga, orientação sobre sexualidade e combate à violência. O terceiro núcleo de ações consiste em elaborar a cartilha e incentivar a aplicação da técnica da árvore da cidadania, a ser feita com a participação dos moradores do município.
Daniela Lobato do Nascimento, da Universidade Católica de Brasília, é da área de Pedagogia. No Rondon, ela já participou, como aluna, de um projeto que visava levar o conhecimento teórico de temas comunitários para a aplicação local. Agora, já como professora, ela disse estar conhecendo o Rondon nos bastidores. "É esforço grande trazer o máximo de conforto a esses estudantes, que se dedicam e sabem da responsabilidade com o município onde irão atuar. Alguns pais preocupados chegam a nos ligar em busca de informações, mas dão total apoio e reconhecem o quanto esta experiência é importante para a vida profissional e pessoal desses estudantes", disse.
Juliângela Fiorentin, aluna do curso de farmácia da UFP, em Passo Fundo (Rio Grande do Sul), afirma que pretende orientar a comunidade a alcançar uma vida melhor, prevenindo doenças e buscando melhor qualidade de vida. “Quero fazer palestras, orientações e apresentar sugestões para a melhoria de qualidade de vida”, disse.
Juliana Furlan, da FESP, professora de curso de comunicação social (comportamento do consumidor), vai trabalhar em Abel Figueiredo, Pará, (cidade de 5 mil habitantes). “Fui motivada pelos alunos a conhecer o projeto e a intervir também”. Furlan disse que a expectativa é deixar sementes no município. “Quinze dias é pouco. Porém, se nesse período deixarmos a semente sairemos com a sensação de missão cumprida”, afirmou. Ela disse que pretende implantar um jornal comunitário na cidade e criar, na câmara municipal, rádio comunitária.
Acesse aqui as fotos da operação
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Texto: José Romildo
Fotos: Élio Sales
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa