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16/12/2011 - DEFESA - Ministério da Defesa e ONU Mulheres firmam carta de intenções para ampliar presença feminina em missões de paz
Ministério da Defesa e ONU Mulheres firmam carta de intenções para ampliar presença feminina em missões de paz
Documento reconhece papel de liderança do Brasil na busca da paz
Rio de Janeiro, 16/12/2011
— O Ministério da Defesa e a ONU Mulheres (agência da Organização das Nações Unidas para as mulheres) firmaram
carta de intenções
com o objetivo de ampliar a presença feminina em operações de paz. O documento, o primeiro do gênero a ser firmado pelo organismo internacional, foi assinado pelo ministro Celso Amorim e pela secretária-geral adjunta das Nações Unidas e diretora executiva da agência, Michelle Bachelet, durante visita ao Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil Sérgio Vieira de Mello (CCOPAB), na Vila Militar do Rio de Janeiro.
A diretora executiva da agência, que já ocupou a presidência e o cargo de ministra da Defesa do Chile, manifestou, em entrevista coletiva, seu contentamento em visitar o centro.
Destacou, em seguida, o caráter amplo da CCOPAB, que “prepara pessoal militar e civil para trabalhar pela paz no mundo, tarefa que colocou o Brasil em posição de destaque no cenário internacional.”
Bachelet ressaltou, no entanto, que é necessário ampliar a visão feminina sobre as missões desenvolvidas pelas Nações Unidas em áreas de conflito. “Temos de considerar que as mulheres são parte importante na construção da paz, área em que continuaremos a dialogar e a carta de intenção firmada entre ONU Mulheres e o Ministério da Defesa do Brasil busca incluir uma perspectiva de gênero no tema.”
A
carta de intenções
, segundo a subsecretária da ONU Mulheres, vai além do reconhecimento do papel brasileiro em missões de paz. “É uma prova da vontade do Ministério da Defesa em ampliar a participação feminina”, concluiu.
Em sua palestra, proferida durante a cerimônia de formatura de novos integrantes de missões de paz, Bachelet afirmou que o estupro transformou-se em arma de guerra e de genocídio. Citou cifras, segundo ela “assustadoras”, de violência contra a mulher.
“Em Ruanda houve espantosos 450 mil casos de ataques sexuais contra mulheres e meninas”, lembrou. “No Congo, aconteceram cerca de 500 mil casos. Hoje, a maior vítima no campo de batalha não é o soldado, mas a mulher.”
Amorim
Depois de brincar com os jornalistas, mostrando a Michelle Bachelet que há preponderância de mulheres na mídia, o ministro brasileiro reconheceu que há muito a avançar nas questões de gênero no Brasil. “Creio que é importante ter presente essa questão nas operações de paz. Realmente as mulheres levam uma mensagem diferente, comprovada por estudos antropológicos. Já pude ver de perto no Haiti, onde há uma grande presença de médicas.”
Celso Amorim fez questão de destacar o compromisso de sua pasta com os direitos humanos. Lembrou que, a partir do próximo ano, haverá uma disciplina sobre o tema no CCOPAB. Em 2013, a matéria será incluída no currículo das escolas das Forças Armadas. No momento, trabalha-se o conteúdo a ser ministrado no curso, que será comum a todas as unidades de ensino militar.
Na turma formada hoje há militares e policiais que irão exercer tarefas de manutenção de paz no Haiti, no Líbano, no Timor Leste e em outras missões das Nações Unidas.
ONU Mulheres
A ONU Mulheres foi formada em setembro de 2010, reunindo os quatro órgãos já existentes nas Nações Unidas para melhorar as condições de vida das mulheres - o Fundo da ONU para o Desenvolvimento da Mulher (Unifem), a Divisão da ONU para o Avanço da Mulher, o Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação para a Promoção da Mulher (Instraw, na sigla em inglês) e o Escritório do Assessor Especial para Assuntos do Gênero (Osagi, na sigla em inglês). Michelle Bachelet é a primeira diretora-executiva da entidade.
Veja a íntegra da carta de intenções firmada entre o Ministério da Defesa do Brasil e a ONU Mulheres
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Fotos: Felipe Barra
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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