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12/11/2012 - DEFESA - Militares prestam apoio médico em área isolada da Amazônia
Militares prestam apoio médico em área isolada da Amazônia
Tabatinga, 12/11/2012
– Proteger 1.632 km de divisa na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru é uma das missões do 8º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro no Comando de Fronteira Solimões, mas não a única. Médicos lotados no Hospital de Guarnição do Exército, localizado em Tabatinga (AM), levam a cargo um ofício igualmente nobre: prestar atendimento básico de saúde para moradores da região.
O hospital, criado inicialmente para atender as famílias de militares ali lotados, é a única opção de serviço médico no local. São cerca de 6 mil pacientes atendidos por mês, metade dos quais crianças – um grupo que inclui também indígenas de diversas etnias, em especial Marubo, Corubo, Kokama e Tikunas (esta última, a mais numerosa do município).
Distante 1.105 km em linha reta da capital do Estado, Tabatinga sintetiza as dificuldades de acesso ao extremo norte do Amazonas – tanto para chegar, como para sair de lá. Quem não pode arcar com o alto custo das passagens aéreas até Manaus precisa encarar até sete dias de viagem por via fluvial, algo inviável quando se necessita de atendimento médico emergencial.
As
dificuldades com o isolamento e de transporte logístico e de material, além da ausência de recursos humanos adequados, exigem esforço redobrado da equipe militar de saúde, garante o chefe da Divisão de Clínica Médica do Hospital de Guarnição do Exército, capitão Ivandro Romero.
No caso das comunidades indígenas, diz Romero, o afastamento dificulta ainda mais o tratamento dos pacientes, em especial no estágio inicial das doenças, quando são maiores as chances de cura.
Oriunda do Vale do Javari, a índia Margarete Panamari precisou enfrentar muitas horas de barco para buscar atendimento a um de seus nove filhos, com quadro grave de pneumonia. A demora fez com que ele chegasse ao hospital em situação ainda mais delicada.
Já Lídia Carmem de Souza, de origem Tikuna, precisou do apoio de uma ambulância para trazer o filho, que tinha diarreia, da comunidade de Muriaçu até o hospital em Tabatinga.
De acordo com o capitão Ivandro Romero, casos como esses exigem superação da equipe de 17 médicos do Exército, que chegam a realizar até 200 atendimentos diários. Na enfermagem do Hospital de Guarnição trabalham também 26 profissionais. Pelas estatísticas apresentadas, o ideal seria contar com 60 enfermeiros para dar conta de toda a demanda.
A tenente Savanna Damasceno Perez, assistente
social da unidade, diz que a dificuldade de transferência de doentes em estado grave é um dos principais obstáculos enfrentados pela equipe médica. De acordo com a profissional, é alto o custo do frete de uma ambulância para operação aérea. Como há pouca disponibilidade de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para atender os municípios do interior, existem casos em que o paciente vai a óbito antes da chegada do socorro.
Além do atendimento em Tabatinga, o Exército mantém uma equipe de saúde em cada um dos quatro pelotões de fronteira no Estado. Esses profissionais também prestam assistência médica à comunidade em geral.
Operação Curumim II
Para melhorar a realidade em locais de difícil acesso, está em andamento na região do Alto Solimões a Operação Curumim II. Deflagrada pelo Ministério da Saúde com o apoio das Forças Armadas, a ação foi criada para melhorar o atendimento básico de saúde em aldeias indígenas isoladas. A ação prevê atendimento médico para os indígenas, vacinação, distribuição de medicamentos e cesta de alimentos. Prevista para durar um mês, a operação irá atuar junto a comunidades localizadas no Alto do Rio Negro e Alto do Solimões. Cerca de 6 mil indígenas devem ser atendidos ao longo desse período.
Fotos: CFSol-8º BIS
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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