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12/11/2012 - DEFESA - Aviões da Força Aérea levam profissionais de saúde a comunidades indígenas afastadas
Aviões da Força Aérea levam profissionais de saúde a comunidades indígenas afastadas
Tabatinga, 12/11/2012
– Distante 50 minutos de avião de Tabatinga, Vila Bittencourt é um pequeno povoado em plena floresta amazônica. Lá, os serviços médicos e odontológicos só acontecem quando há operações especiais do governo.
Foi o que aconteceu na última sexta-feira (9), quando profissionais do setor de saúde desembarcaram no lugarejo vindos de diversos pontos do país, em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
A ação concluiu a primeira fase de apoio logístico do Ministério da Defesa na Operação Curumim II, deflagrada pelo Ministério da Saúde. A iniciativa tem como finalidade ampliar o atendimento médico para indígenas que vivem em localidades de difícil acesso nas regiões do Alto Solimões e do Alto Rio Negro, no Amazonas.
Com o apoio da FAB, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas, farmacêuticos e bioquímicos puderam chegar a alguns desses locais, para prestar atendimento à população indígena, principalmente crianças e gestantes.
Operação Curumim
Além de dez profissionais de saúde, a viagem envolveu uma comitiva formada por representantes dos ministérios da Defesa e da Saúde. Na manhã da última sexta-feira (9), eles partiram num cargueiro C-105 Amazonas de Tabatinga em direção ao 3º Pelotão Especial de Fronteira (3º PEF), localizado na Vila Bittencourt, município de Japurá, bem na divisa com a Colômbia.
Durante os primeiros dias da operação, a FAB realizou mais de 20 horas de voo entre Manaus e as regiões do Alto Rio Negro, conhecida como Cabeça do Cachorro, e do Alto Rio Solimões, transportando também equipamentos e medicamentos.
Segundo o comandante da aeronave usada na operação, tenente coronel-aviador Ricardo Neto Hatherly, operações de socorro e evacuação de moradores com necessidade de atendimento médico “já fazem parte da rotina” dos pilotos da FAB que atuam na Amazônia. Segundo ele, é difícil vencer as grandes distâncias e as barreiras naturais que caracterizam a região sem o apoio das Forças Armadas.
Para o chefe da Seção de Operações Complementares do Ministério da Defesa, coronel Luciano Puchalski, esse apoio é importante até mesmo pelo conhecimento que os militares têm da região. “Na Vila Bittencourt, empregamos os 60 militares do Exército que atuam aqui”, contou.
Segundo Puchalski, esses efetivos serão responsáveis pelo deslocamento das equipes de saúde até a aldeia Maku-Yuhup, próxima ao vilarejo. Barcos motorizados de alta velocidade, conhecidos como voadeiras, serão operados pelos militares para levar os profissionais pela manhã e buscá-los no final da tarde.
De acordo com a diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Mariana Maleronka Ferron, a expectativa é realizar 6 mil atendimentos durante a Operação Curumim II, incluindo as comunidades indígenas do Alto Rio Negro e Solimões.
Ela enfatiza que a iniciativa não é apenas uma atividade pontual de atendimento básico. “Nossa intenção é mapear a estrutura física dos locais, a organização de farmácia e de redes de frios, para que tenhamos uma rede permanente de assistência mais qualificada”, disse a diretora.
Mariana Ferron destacou ainda que a parceria com Ministério da Defesa vai além do apoio logístico e transporte de medicamentos. A troca de conhecimentos e informações sobre a região, como os dados da navegabilidade dos rios, também são importantes.
Na avaliação do representante do Distrito Indígena do Alto Solimões, Eládio Kokama, a iniciativa do poder público é importante e esperada há tempos pela comunidade. “O governo não está investindo aqui a toa, precisamos muito desse apoio”, afirmou. O encerramento da Operação está previsto para o final de novembro.
Fotos: Leonice Leal e Luis Oliveira/Ascom-MS
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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