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11/09/2012 - DEFESA - Defesa firma acordo para implantar projeto de prevenção à Aids e DST nas Forças Armadas
Defesa firma acordo para implantar projeto de prevenção à Aids e DST nas Forças Armadas
Brasília, 11/09/2012 –
Com foco em um público-alvo de 50 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, foi assinado nesta segunda-feira projeto de prevenção à Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nas Forças Armadas. É o que consta no acordo de cooperação entre o Departamento de Saúde e Assistência Social (Desas), do Ministério da Defesa (MD), e a Cicattelli Associates Inc. Brasil (CAI-Brasil) – instituição parceira do programa.
A partir da data de assinatura até 2015, 18 organizações militares situadas em Brasília (DF), Recife (PE) e Porto Alegre (RS) serão beneficiadas totalizando, assim, o público de abrangência das ações que contam com distribuição de preservativos, testes para HIV/Aids e inclusão do assunto nas escolas militares.
A escolha por Recife foi motivada pelo fato de Pernambuco ser o estado com maior prevalência de HIV da região Nordeste. Já Porto Alegre possui a maior taxa de incidência da doença na região Sul. Outro aspecto que determinou a eleição é que o estado do Rio Grande do Sul faz fronteira com países que também estão incluídos no acordo.
O caso de Brasília foi diferente. Elegeu-se por ser cidade-sede do MD e do Comitê de Prevenção e Controle de HIV-Aids nas Forças Armadas do Brasil (Coprecos), o que facilita a coleta de dados e informações.
Desde 2011, o projeto “Avanzada” atua na República Dominicana, Panamá, Colômbia, El Salvador, Nicarágua e Paraguai. Este ano, além do Brasil, aderiram à ação Argentina, Uruguai, Peru e Guatemala. Futuramente, mais quatro países da América Latina e Caribe devem se juntar à iniciativa.
O diretor do Desas, presidente da Coprecos e agora representante nacional do projeto, general médico Francisco José Trindade Távora, explicou que será feita uma amostragem com 994 militares das três Forças a fim de mapear as doenças nas três áreas aonde o “Avanzada” vai trabalhar. A testagem é constituída de estudo comportamental e exame de HIV, que só serão realizados após autorização contratual dos voluntários.
Távora alerta que os militares que tiverem resultado positivo para o vírus continuarão a desempenhar normalmente suas funções dentro das Forças. O general afirmou, ainda, que “em relação à Aids, já superamos muitas barreiras”.
A cooperação conta com orçamento de R$ 51 milhões de dólares do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária. Essa quantia é referente a todos os países participantes e vale para o período de 2011-2015. A iniciativa é apoiada pelo Unaids – programa das Nações Unidas – e pelo Ministério da Saúde.
Estiveram presentes na assinatura do acordo a gerente-geral do Programa de Prevenção e Controle das DST/Aids nas Forças Armadas, major Neuzimar Gonçalves da Silva; o coordenador brasileiro da Unaids, Pedro Chequer; e o diretor do Departamento de Administração Interna do MD, Fernando Bauer.
Capacitação
Além de desenvolver atividades nos campos de vigilância epidemiológica, pesquisa, prevenção, diagnóstico e tratamento para controle de DST e Aids, a ação prevê a capacitação de 500 militares que irão atuar como “educadores de pares” nos estabelecimentos militares de ensino de todo o país.
A ideia é implementar, inicialmente, o tema nos cursos de formação de oficiais e após o segundo ano de vigência do projeto expandir para o currículo das demais escolas militares brasileiras.
Sobre isso, a presidente da CAI-Brasil, Jacqueline Rocha Côrtes, acredita que a estratégia de atingir primeiro as Forças Armadas tem o objetivo de levar os conhecimentos adquiridos por eles, posteriormente, para a rede familiar e de amigos, que convivem com esses oficiais e praças.
Os cursos ministrados terão foco na redução do estigma e do preconceito em relação aos portadores da doença e vão abordar identidade de gênero, direitos humanos e a conscientização para dentro e fora do meio militar. Para o general Távora, o mais importante “é a disseminação de conhecimentos no que diz respeito à importância da prevenção”.
Gestores
De 17 a 20 deste mês, três pessoas civis estarão em treinamento no Hospital das Forças Armadas, localizado em Brasília. Eles serão nomeados como gerente de projeto, gerente de monitoramento e avaliação e assistente administrativo. Trinta e seis militares (12 de cada Força) atuarão como gestores regionais e nacionais do “Avanzada” e já foram designados para a missão. A designação não inclui qualquer tipo de remuneração a mais nos salários desses profissionais.
Foto: Felipe Barra
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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