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09/05/2011 - DEFESA - Forças Armadas permanecerão no complexo do Alemão enquanto for necessário, garante Jobim
Forças Armadas permanecerão no complexo do Alemão enquanto for necessário, garante Jobim
Rio de Janeiro, 09/05/2011
– Ao visitar, na última sexta-feira (6/5), o comando da Força Pacificadora no Complexo do Alemão, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que "as Forças Armadas só sairão da área no momento em que for possível, ou seja, quando as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) estiverem mobiliadas". A ida ao Rio de Janeiro serviu para o ministro acompanhar as operações realizadas pelo Exército nas comunidades.
Foi a segunda vez que Jobim visitou o local, onde tropas do Exército têm prestado apoio, de forma subsidiária, nas operações de combate ao tráfico de drogas. Presentes há mais de cinco meses na região, os militares vêm atuando no patrulhamento, revista e prisão em flagrante, conforme previsto no acordo que estabelece os fundamentos de emprego, constituição e a subordinação da Força de Pacificação na cidade. O acordo foi assinado em dezembro de 2010.
Ao longo da visita, o ministro da Defesa assistiu uma palestra e sobrevoou toda a região, com o objetivo de localizar os pontos fortes (antigos locais do tráfico) que serão utilizados pelas UPPs. Jobim também percorreu de carro (um jipe Marruá, do Exército) vários pontos do complexo do Alemão e da Penha.
A programação incluiu, por fim, a visita a uma das cinco estações teleféricas construídas recentemente na região, inspirada em um projeto semelhante ao desenvolvido na Colômbia. A linha de teleféricos vai integrar as favelas dos Complexos do Alemão e da Penha ao sistema de transporte público. A iniciativa se encontra em fase final de testes.
Apoio popular
Segundo informações da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, que está no comando da Força de Pacificação desde 21 de fevereiro, o apoio da população para a pacificação das favelas tem sido essencial para a motivação da tropa e para o sucesso da operação.
Os moradores fazem denúncias anônimas por meio do número 0800 021 7171, ou mesmo pessoalmente. A identidade dos colaboradores é mantida em sigilo. De acordo com dados do “Disque denúncia”, a Força Pacificadora tem hoje 94% de aprovação junto à população.
Resultados de uma pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas (FGV), que mediu a percepção da presença do Estado em diferentes regiões do Rio, apontou a “liberdade de ir e vir” como um dos pontos que apresentaram melhora significativa no Complexo do Alemão. Segundo o estudo, a nota passou de 69 para 81 pontos.
As 20 favelas que compõem o Complexo do Alemão e da Penha estão ocupadas por cerca de 1.700 militares do Exército e 200 homens das polícias civil e militar. A população, nos dois complexos, é estimada em cerca de 400 mil habitantes, que ocupam hoje cerca de 40 mil domicílios.
Os militares que atuam na região se revezam em esquema de rodízio. Depois de operar por 12 semanas nas comunidades, a 9ª Brigada de Infantaria Motorizada deverá efetuar a passagem de comando da Força Pacificadora à 11ª Brigada de Infantaria Leve, que assume as operações a partir do dia 15 deste mês.
Além de colaborar no patrulhamento da região, as Forças Armadas têm ajudado na remoção de lixos e entulhos das ruas, na realização de pequenos reparos em vias públicas, na pintura de muros, no atendimento médico e na promoção de atividades esportivas e recreativas de integração com a população, inclusive por meio de palestras em escolas.
Durante a visita desta última sexta-feira, o ministro Nelson Jobim esteve acompanhado pelo o Comandante do Exército, general Enzo Martins Peri; pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi e pelo secretário de Organização Institucional do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso, além de oficiais do Exército.
Histórico da operação
As Forças Armadas passaram a atuar, subsidiariamente, em operações de reforço à segurança pública no Rio de Janeiro após a intensificação de ataques em vários pontos da cidade e arrastões, em novembro de 2010. Em 25 de novembro, uma força-tarefa do Batalhão da Brigada de Infantaria de Paraquedista do Exército, apta na atuação em Garantia da Lei e da Ordem (GLO), se instalou no Complexo do Alemão a pedido do governo do estado. Poucos exércitos no mundo têm condições de fazer ocupações como essa.
No dia 28 de novembro, ocorreu a invasão do Complexo do Alemão pelas Forças de Segurança Pública do Rio de Janeiro e pela Polícia Federal. A diretriz ministerial n° 15 e a assinatura das regras de engajamento foram realizadas no dia 4 de dezembro. Em 23 do mesmo mês, foi assinado o “Acordo para o emprego da Força de Pacificação na cidade do Rio”, estabelecendo as condições de emprego da tropa federal.
Reportagem: Roberta Belyse
Fotos: Tereza Sobreira
Edição: Roberto Thomaz
Assessoria de Comunicação Social
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