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07/12/2011 - DEFESA - Operação militar reduz oferta de drogas na faixa de fronteiras
Operação militar reduz oferta de drogas na faixa de fronteiras
Preços da maconha e da pasta base de cocaína dão salto expressivo devido a ações preventivas nas fronteiras com Peru, Bolívia e Paraguai
Brasília, 07/12/2011
– O tráfico de drogas foi gravemente atingido durante os 15 dias da Operação Ágata 3, que iniciou hoje sua fase de desmobilização, segundo dados divulgados pelas secretarias de segurança dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Praticamente nenhuma substância ilícita chegou às organizações criminosas que agem nessas unidades da Federação. Como resultado, o custo da pasta base de cocaína subiu 60% em Cáceres (MT) e 65% em Dourados (MS). O preço da maconha saltou 100% em Cuiabá (MT) e em Campo Grande (MS).
Essas e outras informações foram repassadas ao vice-presidente da República, Michel Temer, e ao ministro da Defesa, Celso Amorim, em visita de inspeção às unidades militares que participaram da operação.
Coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), a Ágata 3 integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho pela presidenta da República, Dilma Rousseff. O plano é coordenado pelo vice-presidente Michel Temer.
“Considero os resultados extremamente positivos”, disse Celso Amorim, em Cáceres (MT). “É importante caracterizar a Operação Ágata como uma ação de dissuasão, para provar que o Estado brasileiro existe e vai agir. Além do efeito imediato na redução da criminalidade, o resultado mais importante é o de mostrar a presença do Estado na fronteira.”
O ministro ressaltou os desafios enfrentados, lembrando que o Brasil tem a segunda maior extensão de fronteira, depois da Rússia. “São 17 mil km de fronteira. Para vigiá-los, torna-se necessária uma ação conjunta dos governos federal e estaduais. Acho que isso é fundamental, bem como a presença das Forças Armadas dentro de sua destinação e limites constitucionais, apoiando as forças policiais.”
Celso Amorim também defendeu uma maior integração das economias sul-americanas como forma efetiva de combater o narcotráfico. “Não sou o ministro das Relações Exteriores, mas tenho experiência no assunto”, afirmou. “Uma forma eficiente de combater o narcotráfico é adquirir produtos desses países, para que possam diversificar suas economias. Tenho certeza que esta é uma das preocupações do governo brasileiro: atacar o lado econômico e social, que muitas vezes está na raiz do problema.”
Ação estratégica de governo
Em Cáceres, o vice-presidente Michel Temer destacou que a ação dissuasória das Forças Armadas facilita o trabalho da Polícia Federal na Operação Sentinela – a outra vertente do Plano de Fronteiras. “Durante a Operação Ágata há um represamento desses ilícitos. Quando os militares se retiram da fronteira, os criminosos procuram atender a demanda reprimida, o que favorece a ação dos policiais federais.”
Nos próximos dias, o Ministério da Justiça vai divulgar o balanço das ações nas fronteiras que deve mostrar a evolução das vistorias de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves, de 390 mil para 2,3 milhões de abordagens. Estima-se que as apreensões de entorpecentes foram catorze vezes superiores à dos seis meses que antecederam a implantação do Plano Estratégico de Fronteiras. Nos primeiros seis meses deste ano, foram confiscadas 7,85 toneladas de maconha e cocaína. Nos seis meses seguintes, 111,4 toneladas (95,6 toneladas de maconha e 15,7 toneladas de cocaína).
Balanço
A Operação Ágata 3 foi complementada, em Mato Grosso do Sul, pela Operação Cadeado, o que resultou na maior ação conjunta das Forças Armadas, em extensão territorial, no âmbito do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF). Juntas, as operações combateram ilícitos em 6.977 quilômetros de fronteiras com Peru, Bolívia e Paraguai.
Cerca de 6.500 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica participaram diretamente das ações, cobrindo uma faixa que atingiu cinco estados brasileiros: Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Ao longo das operações, foram apreendidos 10 veículos leves, 27 motos, cinco ônibus e caminhões (um deles com cerca de 10 toneladas de explosivos), além de oito embarcações. A lista de material capturado inclui R$ 467.871,00 em espécie, 17,8 kg de pasta base de cocaína, mais de 600 kg de maconha e 34 armas.
Para dar conta da extensa área coberta, a Ágata 3 e a Cadeado mobilizaram significativo aparato militar. Ao todo, foram empregadas mais de 70 aeronaves (de caça, asas rotativas, transporte e reconhecimento), dez embarcações e aproximadamente 200 viaturas, incluindo veículos de reconhecimento Cascavel e unidades de transporte de tropa Urutu.
Para defender o espaço aéreo contra voos ilícitos, a FAB empregou aviões A-1 (AMX), F-5EM e A-29 Super Tucano nas cidades de Tabatinga (AM), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Vilhena (RO) e Porto Velho (RO), apoiados por aviões de alerta antecipado E-99, equipados com radares capazes de detectar aeronaves que realizam voos rasantes, e R-99, de sensoriamento remoto e reconhecimento.
Em suporte às atividades terrestres e fluviais, foram utilizados aviões de transporte C-130 Hercules, C-105 Amazonas, C-97 Brasília, C-98 Caravan e C-95 Bandeirante.
Além de tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, integraram a Ágata 3 e a Cadeado equipes da Força Nacional de Segurança Pública, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), das polícias civil e militar do Mato Grosso, Rondônia e Acre, da Receita Federal, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, entre outros órgãos.
Três oficiais de ligação do Exército, da Marinha e da Força Aérea da Bolívia acompanharam as ações da Ágata 3 nas proximidades de Guajará Mirim. A medida sinaliza o interesse do país vizinho em cooperar no combate a crimes na faixa de fronteira.
Ação social
Parte dos militares dedicou-se também à realização de atividades cívico-sociais, junto a comunidades carentes. Foram realizados 8.973 procedimentos, 7.060 atendimentos odontológicos e 9.034 atendimentos médicos em ações das três forças.
Dois soldados do Exército, Tiago Bezerra Machado e Silva Santos, realizaram um parto considerado de alto risco (a menina encontrava-se em posição pélvica). A mãe, Hezelda Humberto, decidiu batizá-la de Ágata, em homenagem aos militares.
Fotos: Felipe Barra
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
(61) 3312-4070