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02/02/2012 - DEFESA - Presidenta Dilma enaltece trabalho dos militares brasileiros no Haiti
Presidenta Dilma enaltece trabalho dos militares brasileiros no Haiti
Porto Príncipe, 02/02/2012
– A presidenta da República, Dilma Rousseff, enalteceu em Porto Príncipe, capital do Haiti, a participação dos batalhões brasileiros no processo de reconstrução do país.
“Temos muito orgulho do trabalho desenvolvido pelos nossos batalhões na força da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Quero, aqui, prestar minhas homenagens aos soldados e diplomatas vitimados pelo terremoto que assolou este país”, afirmou.
A declaração foi feita nos jardins do Palácio Presidencial haitiano, durante conferência de imprensa. Segundo a chefe de Estado brasileira, o processo de redução de tropas determinado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas não pode prejudicar o avanço obtido no campo da segurança.
Comissão mista
Para isso, Brasil e Haiti criaram uma comissão mista para estudar os efeitos do processo, que começa em março próximo e se encerra em outubro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a Minustah passará de 12.502 homens e mulheres para 10.600, incluídos os componentes militar e policial.
Em termos militares, a redução implicará na saída de 1.600 dos 8.940 efetivos. Desse total, 288 serão retirados do contingente brasileiro, que conta com 2.189 homens e mulheres. O objetivo é retornar o contingente aos níveis existentes antes do terremoto de 12 de janeiro de 2010.
No mesmo evento, o presidente do Haiti, Michel Marthelly, agradeceu o esforço das tropas brasileiras no processo de estabilização e reconstrução do país. Lembrou que os efeitos da tragédia já foram largamente superados e que chegou o momento de reduzir o componente militar da Minustah.
Ele acentuou, no entanto, que o processo de construção das forças de segurança do país ainda não está completo, e que conta com o apoio brasileiro para a tarefa.
Delegações
Antes de conversarem com os jornalistas, autoridades brasileiras e haitianas participaram de uma reunião em um dos anexos do Palácio Presidencial. Compareceram ao encontro, pela delegação brasileira, os ministros da Defesa, Celso Amorim; de Relações Exteriores, Antônio Patriota; da Saúde, Alexandre Padilha; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel; do Gabinete de Segurança Institucional, general-de-exército José Elito, e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário. O governador da Bahia, Jacques Wagner, também integrou a comitiva.
Pelo Haiti, participaram do encontro o primeiro-ministro Garry Conille e o ministro de Negócios Estrangeiros, Gary Lamothe.
Visita às tropas
Depois da reunião, as autoridades dos dois países dirigiram-se à Base General Bacellar, que abriga o contingente brasileiro. A presidenta Dilma Rousseff recebeu as honras militares ao lado de seu colega haitiano e passou a tropa em revista.
Em seguida, foi saudada pelo comandante do destacamento, coronel Luciano Mendes Nolasco, e do comandante da Força da Minustah, general-de-brigada Luiz Eduardo Ramos Pereira. No palanque, recebeu os cumprimentos do chefe do Estado-Maior Conjunto, general-de-exército José Carlos de Nardi, e do comandante do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri.
Em português, o presidente Marthelly agradeceu a ajuda brasileira e disse que, num futuro próximo, espera falar com tropas haitianas “que estarão neste mesmo lugar.” Ele fechou o discurso em créole (idioma local derivado do francês): “Brezilyen bombagai” (brasileiros bons amigos).
Compromisso com a paz
Ao discursar, a presidenta Dilma Rousseff disse que a participação brasileira busca dar um novo sentido às forças de paz da ONU. Para ela, o princípio de segurança coletiva tem que combinar justiça social, desenvolvimento e respeito à soberania.
Depois de reiterar a tradição brasileira de priorizar o diálogo e a diplomacia como instrumentos principais de promoção da paz e da estabilidade, a chefe de Estado brasileira alertou: “Insistimos que uma visão mais ampla e integrada dos conflitos deve tomar lugar na agenda das Nações Unidas, mesmo quando suscitam grande preocupação no âmbito da comunidade internacional.”
Atuação das tropas
Dilma Rousseff destacou o trabalho de manutenção de paz realizado pelos batalhões de infantaria e o destacamento de fuzileiros navais e elogiou o esforço da companhia de engenharia no processo de reconstrução e de promoção de desenvolvimento do Haiti. Segundo ela, essas ações ilustram “a dimensão ampliada da participação brasileira na Minustah.”
A presidenta lembrou, também, a ação dos hospitais de campanha montados pelas Forças Armadas brasileiras depois do terremoto de janeiro de 2010 e reconheceu a importância do contingente nas ações de desenvolvimento socioeconômico e de fortalecimento do Estado no Haiti.
Atualmente, o Brasil mantém dois batalhões de infantaria, os Brabat I e II, uma companhia de engenharia e um destacamento dos fuzileiros navais em Porto Príncipe. Cerca de 150 haitianos prestam serviço como operários – na manutenção de viaturas, obras civis e em serviços gerais – e intérpretes. Eles participaram da cerimônia ao lado do palanque presidencial.
Fotos: Felipe Barra
Ministério da Defesa
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