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Militares atuam na segunda fase da Missão Xavante
Brasília (DF), 04/08/2020 - Na segunda-feira (03), a Missão Xavante entrou na sua segunda fase. Militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica seguiram para o município de São Félix do Araguaia, na divisa entre os estados do Mato Grosso e Tocantins. Eles foram reforçar o apoio à saúde dos Xavantes que vivem naquela região do País.
A ação conjunta dos Ministérios da Defesa, da Justiça e da Saúde para auxiliar os indígenas no combate ao novo coronavírus está em sua oitava edição e, nessa fase, tem a coordenação do Comando Conjunto do Planalto, em Brasília, Distrito Federal.
A concentração dos profissionais de saúde das Forças Armadas, oriundos de Organizações Militares do Rio de Janeiro (RJ), de Campo Grande (MS) e de Brasília, foi na ALA 1 (Base Aérea de Brasília). De lá, os 15 militares, entre eles médicos clínicos gerais, pediatras, ginecologistas-obstetras, enfermeiros e técnicos de enfermagem embarcaram em uma aeronave C-97 Brasília, da Força Aérea Brasileira (FAB), rumo à base da missão, em São Felix do Araguaia.
A Tenente da Marinha Ananda dos Santos Conde é médica da Unidade Médica da Esquadra no Rio de Janeiro e foi voluntária para o trabalho junto às comunidades indígenas daquela região. Só nesse ano, ela já integrou missões militares no Amazonas, no Acre e no Pará, sendo essa última também para ajudar no combate à Covid-19.
“Sempre me vi fazendo isso. Foi um dos motivos de ter ingressado na Marinha. Antes de ser médica, eu trabalhei no interior do Amazonas, na FUNAI, e conheci o Navio da Esperança, que leva assistência médica aos ribeirinhos e à população indígena. Desde então, consegui ingressar no curso de Medicina e, depois, na Marinha. Fazer parte dessas ações é uma realização pessoal e profissional”, disse.
Com o mesmo sentimento de realização, o Sargento do Exército Caldas Fernandes, técnico de enfermagem da emergência do Hospital Militar de Área de Campo Grande, ressalta a importância de poder ajudar o próximo. “Estou no Exército há três anos e espero poder colaborar com o País nessa ajuda humanitária, prestando assistência em saúde com qualidade para a população indígena e devolvendo à sociedade meu conhecimento e habilidades”, ressaltou.
A Capitão Aviadora Bruna Nascentes Teles, piloto da aeronave C-97 da FAB, destacou a importância desse apoio para as populações indígenas: “É sempre uma honra participar desse tipo de missão e representar a Força Aérea, levando ajuda e esperança a esses lugares de difícil acesso”.
Com o apoio aéreo de um helicóptero Super Cougar, do Exército Brasileiro, os profissionais farão atendimentos na Terra Indígena de Marãiwatsédé, distante 120 km de São Félix do Araguaia; em Santa Terezinha, a 130 Km; e em aldeias mais próximas, como Fontoura e Santa Izabel.
Os militares apoiarão as equipes multidisciplinares de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) que atuam na área. Além do atendimento médico especializado, realizarão testes rápidos naqueles que apresentarem sintomas compatíveis com a Covid-19 e passarão orientações sobre isolamento social e uso de equipamentos de proteção.
O Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, enfatizou que a ação interministerial apoia os indígenas no enfrentamento da pandemia, com um atendimento de saúde integral, realizado de forma segura para todos os envolvidos.
“Seguimos a doutrina do Marechal Cândido Rondon, que desbravou o interior do Brasil, sempre se preocupando com os indígenas. “Morrer se for preciso, matar nunca”, era o seu lema, que hoje inspira a todos nós das Forças Armadas”, disse o General, pouco antes do embarque da missão.
Para os atendimentos e para os postos da região, foi levada uma tonelada de insumos de saúde (medicamentos, EPI, testes), disponibilizados pelo Ministério da Saúde. “Os equipamentos e materiais serão usados de forma consciente e para evitar o contágio e a propagação do novo coronavírus na região. Os indígenas receberão kits com máscara e álcool em gel”, disse Carlos Colares, Assessor Técnico da SESAI.
Segurança dos indígenas em primeiro lugar
Como regra básica, que já vem sendo adotada em todas as missões dessa natureza, foram seguidos rigorosos protocolos de saúde, visando a segurança das populações indígenas. Os integrantes da missão realizaram, antes do embarque, todos os procedimentos necessários para comprovar a ausência de sinais e sintomas que possam sugerir a Covid-19, incluindo o exame molecular de RT-PCR negativo. A partir do momento da coleta, eles entram em quarentena para evitar o contágio posterior. Além disso, antes do embarque, são realizados testes rápidos imunológicos (IgM e IgG) e inspeção sanitária, para comprovar a ausência de sinais e sintomas provocados pelo vírus.
Para as comunidades indígenas que serão atendidas nessa segunda fase da Missão Xavante, foram disponibilizadas pelo Ministério da Justiça, por meio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), mil cestas com alimentação básica.
De acordo com o presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, ao entregar cestas básicas, a Fundação garante a segurança alimentar dos indígenas e colabora para que eles permaneçam nas aldeias, o que ajuda a evitar o contágio pelo novo coronavírus.
“Trata-se de uma ação fundamental e exitosa, que mobiliza equipes da FUNAI de Norte a Sul do País. No caso do Povo Xavante, o envio de uma nova remessa de alimentos mostra o empenho da Fundação em fazer com que os indígenas consigam passar por este momento com tranquilidade”, ressalta Marcelo Xavier.
Para o último dia da missão, está prevista uma Ação Cívico Social (ACISO) em benefício da população do município de São Felix do Araguaia, onde a missão está baseada. Em função da extensa área de abrangência populacional e territorial, a missão Xavante, de apoio às comunidades indígenas daquela região do País, foi dividida em três fases. A próxima e última etapa será de 10 a 16 de agosto, na área do Polo Base Sangradouro, no estado de Mato Grosso.
Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento
Por Maristella Marszallek
Fotos: Alexandre Manfrim, Willian Meira /MMFDH e divulgação Ministério da Defesa
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