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Jornalistas acompanham distribuição de vacinas e vacinação em terras indígenas do Amazonas a convite da Defesa
Manaus e Tabatinga (AM), 20/01/2021
- Eram 11h da segunda-feira (18), quando a viagem de imprensa foi confirmada. Os jornalistas tiveram pouco mais de 2h para reagir ao convite do Ministério da Defesa. Todos precisavam estar às 13h na Ala 1 (Base Aérea de Brasília) para embarcar rumo ao estado do Amazonas. Era a 20ª ação interministerial entre Defesa e Saúde, sendo a 17ª missão em aldeias indígenas, desde o primeiro semestre do ano passado para cá.
Entretanto, antes de o avião C-97 (Brasília), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolar, os profissionais de imprensa precisaram passar por uma bateria de exames. Apesar de terem apresentado o resultado negativo do PCR, também tiveram de se submeter a um teste de sorologia.
Foi aí que veio um dos momentos mais difíceis da “press trip”: dois jornalistas testaram positivo no exame sorológico e tiveram que ser cortados da viagem. Passado o primeiro obstáculo, era hora de encarar 5h30 de voo de Brasília até a capital amazonense, com pouso técnico para abastecimento da aeronave da FAB em Cachimbo, no Pará.
A chegada à Ala 8 (Base Aérea de Manaus), às 22h30 (horário de Brasília), foi debaixo de chuva. Mas em um dia histórico. Pouco antes, às 21h (horário de Brasília), pousara, no mesmo local, um avião C-130 (Hércules) com as primeiras vacinas contra a Covid-19, justamente na cidade que mais sofreu com o Coronavírus no Brasil. Todos pernoitaram no Hotel de Trânsito de Oficial (HTO) da Ala 8.
Na terça-feira (19), às 6h30, 17 jornalistas, de 11 veículos de comunicação brasileiros e estrangeiros, presenciaram o embarque de 10 mil doses de vacinas, da capital amazonense para o município de Tabatinga, no mesmo estado, em avião C-97 (Brasília) da FAB. Desse total, mil vacinas iriam para a aldeia indígena de Umariaçu, em Tabatinga, na fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, onde estava prevista a visita dos profissionais de imprensa.
O repórter Valteno de Oliveira, da TV Bandeirantes, foi um dos jornalistas que presenciaram a chegada da vacina tanto em Manaus quando no interior da Amazônia. Quando perguntado sobre o que viu, ele não disfarçou a emoção. “Acompanhar e registrar a imunização dos povos indígenas é uma das missões mais importantes da minha carreira. Muito bom saber que as Forças Armadas estão presentes nessas comunidades tão distantes e isoladas do País”, afirmou o jornalista, que tem mais de 30 anos de profissão.
De Manaus, a comitiva de imprensa se deslocou para Tabatinga. Depois de 2h30 de voo, os jornalistas da TV Bandeirantes, O Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Correio Braziliense, Reuters, Associated Press, EBC, Xinhua, Metrópoles e Poder 360 desembarcaram no oeste da Amazônia.
Dali todos se dirigiram para o HTO do 8º Batalhão de Infantaria de Selva (8*BIS), em Tabatinga. Era hora de deixar a mala na Organização Militar (OM) do Exército e calibrar os equipamentos para o grande momento: a vacinação dos primeiros indígenas aldeados do Alto Solimões, na Amazônia.
Os jornalistas foram para a Aldeia Umariaçu de ônibus. A viagem, de pouco mais de 10 km, durou menos de 30 minutos. A estrada de terra virou barro. Mas a lama e os buracos da pista não impediram a chegada da imprensa à comunidade indígena de etnia Ticuna.
A dificuldade de acesso às aldeias indígenas da Amazônia chamou atenção do repórter fotográfico Sérgio Lima. Ele, que era o decano da comitiva de imprensa, cobriu in loco as ações das Forças Armadas contra a Covid-19 na Região Norte do Brasil.
“A gente não consegue chegar a alguns lugares da Amazônia por via terrestre. Isso inviabiliza acessos, principalmente, a áreas indígenas. Sem o apoio das Forças Armadas, não conseguiríamos cobrir essas pautas”, disse o fotógrafo, que atuou nos principais jornais do País e foi um dos enviados especiais do site Poder 360 na “press trip” coordenada pelo Ministério da Defesa.
Na aldeia Umariaçu, os profissionais de imprensa foram recebidos pelos funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Eles puderam acompanhar a vacinação dos primeiros indígenas aldeados do Alto Solimões. Entrevistaram os nativos e os profissionais de saúde que participaram da ação.
“Uma das coisas que me chamou muita atenção foram as palavras e a atitude do enfermeiro que aplicou a primária dose da vacina na comunidade. Mesmo perdendo a esposa para a Covid-19 há menos de um mês, ele não deixou de prestar seu papel e trazer exemplo da importância da vacinação”, afirmou Bruna Lima, repórter do jornal Correio Braziliense, que ressaltou a necessidade de se combater as fake news, a fim de levar mais tranquilidade e aumentar a adesão dos povos indígenas à imunização.
Na quarta-feira (20), era preciso tomar café da manhã às 5h30, já que meia hora depois começava o deslocamento do HTO do 8º BIS para o Aeroporto de Tabatinga. A jornada de volta para Brasília era bem puxada.
A decolagem de Tabatinga foi às 9h (horário de Brasília), com pousos técnicos para abastecimento em Porto Velho, Rondônia, às 11h, e Cachimbo, Pará, às 14h20. Entre um trecho e outro, foram, aproximadamente, 2h de voo, mais intervalos de 1h em solo. No total, 10 horas de viagem.
Por Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa
Fotos: Divulgação/Ministério da Defesa
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