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Amazônia Conectada leva acesso à saúde e à educação para comunidades isoladas
Brasília (DF), 06/11/2020 - O Projeto Amazônia Conectada possibilita o acesso à internet por meio de cabos de fibra óptica. Essa medida permite que comunidades isoladas recebam assistência escolar e hospitalar na região amazônica.
Sob coordenação geral do Ministério da Defesa, trata-se de um esforço interministerial entre os Ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa tem atuação direta do Exército Brasileiro na implantação da infraestrutura.
Em regiões onde a comunicação geralmente é instável, a rede de internet de alto alcance e velocidade instituiu serviços como a telemedicina, o ensino à distância, o acesso online a serviços do Poder Judiciário, ao comércio e ao turismo.
A iniciativa liga Manaus (AM) a 52 municípios por cerca de 7 mil km de infovias. A estrutura óptica é conectada por vias subaquáticas, inicialmente criada (Portaria Interministerial nº 586, de 22 de julho de 2015) para suprir a necessidade de transmissão de dados e comunicação rápida entre as unidades do Exército e das Forças Armadas na Amazônia. Contudo, o General de Exército Décio Luís Schons, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, destaca que a importância dessa ação vai além das comunicações estratégicas visando as operações militares.
“Se um militar ou familiar precisar de atendimento médico além da capacidade do médico de fronteira, ele precisa ser evacuado para Manaus. Muitas vezes, o único transporte possível é de avião. Com a fibra óptica, podemos instalar a telemedicina para comunicação com o hospital de Manaus e assessoramento. Atende-se toda população que está em torno do pelotão, tanto na área de saúde quanto de ensino, com a educação à distância”, exemplifica o general.
Fases do projeto
O Amazônia Conectada está na segunda fase. São 350 km de redes ativas de Novo Airão a Barcelos (AM) e de Manaus a Novo Airão (AM). O último trecho conta com conexão entre 4 escolas, o hospital da região e wi-fi na praça da cidade. A primeira fase foi executada entre 2014 e 2017. Na extensão do Rio Solimões, foram concluídos 240 km entre Coari a Tefé (AM) e de Manaus a Coari (AM). Atualmente, esses trechos passam por manutenção.
Os trabalhos foram retomados em 2019 com a descentralização de recursos oriundos da Operação Lava Jato e destinados ao Exército para aplicação em ações na região amazônica. Parte dessa receita foi reservada ao Amazônia Conectada para a aquisição de 470 km de cabos de fibra óptica, da Noruega, para reparar as conexões interrompidas e para o lançamento dos cabos da segunda etapa.
A movimentação em torno da terceira fase, que ligará Barcelos à brigada militar de São Gabriel da Cachoeira (AM), aguarda a edição de um decreto que irá transformar o projeto em Programa Amazônia Conectada. Essa conversão tem o objetivo de aumentar a governança, e, como resultado, incluirá o programa no orçamento federal.
A tecnologia de fibra óptica subfluvial é menos dispendiosa e com impacto ambiental reduzido se comparado ao uso de redes aéreas ao longo do leito dos rios, uma vez que não exige a derrubada de árvores.
Segundo o General Schons, o investimento para conclusão da fase três é de R$ 39 milhões. Ele relata que a meta é conectar as quatro brigadas da região à Manaus. São elas as brigadas de Tefé, São Gabriel da Cachoeira (AM), Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO), essa última, entretanto, não será por via subfluvial e sim pela interligação pela BR 319, que conecta a capital rondoniense à Manaus.
Integração e parcerias
O Exército Brasileiro atua diretamente na engenharia de implantação da infraestrutura, cabendo à Marinha do Brasil emitir o licenciamento e autorizações para empresas que apoiam o lançamento e a manutenção dos cabos de fibra óptica.
A Aeronáutica realiza o monitoramento das ligações de rede e de áreas remotas, além de sediar, no município de Vila de Moura, entre Novo Airão e Barcelos (AM), a instalação repetidora do sinal de internet. Órgãos integrantes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo também colaboram com a ação.
“O projeto é um exemplo muito bom de como uma iniciativa que visa as ações de defesa da Marinha, Exército e Aeronáutica pode transbordar para o uso civil, em proveito da sociedade em geral”, afirma o general Schons.
Por Viviane Oliveira
Fotos: Alexandre Manfrim (Ascom) e Exército Brasileiro
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