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Rondonista, qual é sua lição?
Júlia Letícia da Silva Onório; Silmara Gabriela da Silva e Maria Rosa da Silva
Optou-se por iniciar este texto trazendo uma breve reflexão: no âmbito universitário, somos estimulados a participar de ações voltadas para a lógica do ensino e de atividades extensionistas ou científicas. Como se sabe, estas atividades promovem carga horária prática que será requisitada para o fechamento das horas extras desenvolvidas pelo aluno para permitir a conclusão de sua formação. O que se pretende apontar neste texto é que, embora todas estas atividades possam trazer experiências exitosas para o universitário que delas participa, nenhuma das até então citada pode se comparar com a vivência no Projeto Rondon que além de estimular a aquisição de conhecimentos nas áreas afins e promover a obtenção deste conhecimento sob a ótica da horizontalidade estabelecida entre rondonistas e comunidade, permite, principalmente, o crescimento pessoal quando instiga nos participantes o desejo de deixar a zona de conforto existente em sua realidade e buscar contribuir, no sentido de ações voluntárias, para o desenvolvimento de sociedades que estão enfrentando problemas multifacetados, seja por ausência de políticas públicas ou pela má implementação destas. Mas, afinal, qual lição adquirimos com esta experiência?
De início, trazemos o lema mais ouvido durante as cerimônias de abertura e encerramento: “ Uma vez rondonista, sempre rondonista ”. Isso, para nós, significa dizer que nos tornamos rondonistas à medida que permitimos nos afastar, temporariamente, do nosso cotidiano, para ajudar a (re)construir outros cotidianos nesse extenso Brasil. Em contrapartida, significa também que só seremos eternos rondonistas se nos dispormos a considerar essa lição de vida como um legado a ser refletido diariamente para que as ações de voluntariado e transformação na realidade de outras pessoas sejam feitas cotidianamente, independente do nível de complexidade de suas atitudes pessoais.
Assim, acreditamos que será sempre rondonista aquele que não só se recordar de suas ações na respectiva operação, mas também praticar o princípio embutido na execução deste projeto: formar, não só no escopo de ações profissionais, pessoas aptas a lidar com autenticidade, empatia e capacidade de resolução das situações que afligem pessoas, grupos ou comunidades. Participar do maior projeto de extensão do Brasil é motivo de orgulho e alegria. Quem dera todos os universitários pudessem participar de experiências como esta que se preocupa formar pessoas com lições de vida e cidadania, concretizando seu ideal de ser uma sala de aula sem muros e com grande extensão territorial. A vivência aqui retratada aconteceu por meio da Operação Itapemirim, especificamente, no município de Ibatiba/Espírito Santo. A equipe de que se trata esta experiência é formada por estudantes e profissionais da saúde que desenvolveram diversas ações dentro deste eixo. Fazemos parte da Universidade Estadual de Ciências de Saúde de Alagoas (UNCISAL). Foram 15 dias de ações intensas que provocou cansaço físico e mental, mas trouxe para nós uma experiência indescritível válida por todos os 365 dias do ano de 2016 enquanto universitários integrados em ações extensionistas e, com toda certeza, será memorado por nós durante nossa vida profissional e pessoal. Com grande prazer, seremos sempre rondonistas!
Fonte: Coordenação de Comunicação Social do Projeto Rondon