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A segunda edição de 2024 promove ações de desenvolvimento sustentável em 12 municípios de Rondônia
Operação ‘Sentinelas Avançadas II’ do Projeto Rondon recebe 252 participantes em Porto Velho (RO)
Publicado em
18/07/2024 09h38
Atualizado em
19/07/2024 11h10
"O estado de Rondônia sediou a primeira operação do Projeto Rondon, em 1967, tornando a operação de 2024 especialmente significativa para nós", afirmou o Coronel Carlos André Levy, coordenador-geral do Projeto Rondon, representando o MD (Ministério da Defesa) em saudação aos rondonistas. Nesta edição, que se estende de 9 a 27 de julho, 252 universitários e professores de 24 instituições de ensino superior trocarão conhecimentos com as comunidades locais em 12 municípios.
O Rondon é considerado o maior projeto de extensão do Brasil, ao reunir participantes em uma ação interministerial em parceria com as Forças Armadas e instituições de ensino superior. O objetivo é unir voluntários em ações que contribuem para o desenvolvimento sustentável nos municípios contemplados, por meio do emprego das habilidades universitárias, cooperando significativamente com a cidadania e o Desenvolvimento Nacional. A extensão também dá aos estudantes a oportunidade de sair das salas de aula e vivenciar na prática diferentes aspectos da realidade brasileira. Os projetos abrangem áreas como Cultura, Direitos Humanos, Justiça, Educação, Saúde, Comunicação, Produção, Tecnologia, Trabalho e Meio Ambiente.
De 10 a 11 de julho, os rondonistas foram recebidos pela 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro em Porto Velho (RO). Durante a estadia, assistiram à apresentação da tropa na presença do Diretor de Projetos Sociais do MD, General William Abrahão. Também participaram do jantar de boas-vindas no 5°BEC (Batalhão de Engenharia de Construção) e assistiram a apresentações de artistas locais.
“O Projeto Rondon promove dois movimentos: a oportunidade dos estudantes conhecerem realidades nacionais in loco, ao mesmo tempo em que as comunidades se capacitam para promover ações multiplicadoras de cidadania”, enfatizou o General Abrahão.
No dia seguinte, houve a tradicional “Cerimônia do Chapéu” realizada no Teatro Estadual Palácio das Artes. O chapéu com a logomarca do Projeto Rondon é considerado o signo distintivo do projeto e materializa uma tradição, concebida no início da segunda metade do século passado. A outorga do chapéu, recebida com muita vibração, marca o início oficial da Operação e consagra todos os estudantes e professores como rondonistas a partir da vestimenta do acessório.
A cerimônia também é importante para a integração das equipes. “A troca com rondonistas de outras regiões é muito gratificante, tenho também a expectativa de aprender muito com as comunidades locais”, afirma Heloisa Santos, estudante de Medicina Veterinária da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
O secretário subchefe da Casa Militar, coronel PM Alexandre Gonçalves Viana, representando na cerimônia o governador de Rondônia, Marcos Rocha (UNIÃO), elogiou o empenho dos participantes em servir à população do estado. ‘‘Esse é um projeto brilhante, um grande gesto de amor ao próximo, e em nome do governador agradeço por mais uma vez trazerem para Rondônia esse projeto grandioso’’, disse. A cerimônia contou com apresentações de representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que falaram sobre o papel das três Forças Armadas do país e explicaram os procedimentos para alistamentos. No encerramento, o historiador e pesquisador Lourismar da Silva Barroso, autor da biografia Rondon: uma vida dedicada ao Brasil, encenou um monólogo, em que vivenciou o Marechal Cândido Rondon em suas expedições pelo interior do Brasil, na primeira metade do século 20.
Além da apresentação, na tarde de sexta-feira, os convidados participaram de uma dinâmica de sobrevivência na selva com instrutores especializados da 17ª Brigada de Infantaria de Selva. Entre as instruções estavam orientações de como construir abrigos, esterilizar água, fazer fogo e identificar o que comer e como preparar. “Não imaginava que seria algo tão interativo, gostei de ter acesso a um conhecimento que não estamos habituados”, relata Ana Luísa Botan, estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFLA (Universidade Federal de Lavras), de Minas Gerais.
Ao final da estadia dos rondonistas na 17ª Brigada, horas antes de saírem para os 12 municípios em oito ônibus e uma van, um evento surpresa marcou a alvorada: foram todos acordados ao som da Banda de Música da brigada, fogos de artifício e disparos de munições de festim.
É grande a expectativa dos rondonistas com os próximos dias. “Estou muito feliz pela oportunidade. Como é a primeira vez, ainda tenho aquele friozinho na barriga, receio de não conseguir responder às expectativas, mas é um medo que eu considero bom, porque a gente quer entregar algo melhor, é isso que a gente está buscando”, afirmou Gabriela de Oliveira Silva, aluna de Enfermagem da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), de São Paulo.
Gabriela está no quarto ano da faculdade e concorreu com 40 outros estudantes interessados em participar. Em Cujubim, vai oferecer oficinas de primeiros socorros para árbitros de futebol e instrutores de judô, além de orientações a agentes de saúde sobre segurança de pacientes no município. “Vamos compartilhar ferramentas que funcionam para a gente lá, para construir um meio. Rondon significa transformação e resiliência. Está sendo uma experiência transformadora e não só para mim, acredito que para todo mundo”.
Felipe Bramucci