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Doação de sangue por militares atletas
Neste período de distanciamento social, preconizado em virtude da pandemia do novo coronavírus, as pessoas procuram a melhor forma de enfrentar a situação, muitas vezes, usando a tecnologia para a interação social, ou melhor, virtual. Entre os militares atletas, o que mais se tem visto são vídeos sobre treinos em casa, lives sobre assuntos pertinentes às suas modalidades e brincadeiras conhecidas por “desafios”. Dessa forma, todos interagem, trocam experiências e conhecimentos, se divertem e passam o tempo.
Na última segunda-feira, o Sargento da Força Aérea Brasileira Bernardo Oliveira, atleta olímpico de tiro com arco, uniu o útil ao agradável. Aproveitou a brincadeira e desafiou atletas a doarem sangue no Hemocentro de Brasília.
Com o slogan “Se for para sair de casa, que seja para fazer o bem”, ele iniciou uma bela campanha solidária, com o apoio do Hemocentro, para incentivar a doação de sangue durante a quarentena, já que o estoque diminuiu em virtude do isolamento social.
“Nossa proposta é criar uma corrente do bem nas redes sociais. Por isso, escolhi um atleta de cada modalidade para doar e desafiar outros colegas e, assim, montarmos uma grande rede solidária”, explicou o militar atleta.
Os primeiros desafiados foram o Sargento do Exército Matheus Américo, do atletismo, Bruno Fiorotto, do basquete, Weslley Brasília, do futebol e Matheus Santos, do vôlei.
Matheus Américo, que, como Bernardo, faz parte do Programa Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, aceitou o desafio prontamente. Segundo ele, basta ligar para 160 para agendar o horário e a data para a doação. “É tudo muito rápido e simples. Fico muito feliz em poder ajudar. Nesse momento de combate à COVID-19, a solidariedade e a união são grandes armas”.
O Sargento, que assim como a maior parte dos atletas, está treinando em casa, lembra da importância de, ao sair, tomar todas as precauções recomendadas pelo Ministério da Saúde.
Para o diretor executivo do Hemocentro, Alexandre Nonino, “as pessoas só devem sair de casa para o essencial – e doar sangue é essencial. Muitos pacientes precisam passar por uma ou várias transfusões e não há outro recurso que substitua o sangue, a não ser a solidariedade dos doadores.”
O desafio de doação de sangue divulgado pelos atletas da cidade também contribui para incentivar o gesto voluntário de mais pessoas: “Enquanto durar a quarentena e o isolamento social, iniciativas como o desafio dos atletas são muito importantes para os estoques do Hemocentro não baixarem nesse período de restrições”, disse o diretor do Hemocentro.
De acordo com o Hemocentro, não é possível quantificar o número exato de atletas que participaram da brincadeira até o momento, uma vez que a doação de sangue está sendo agendada individualmente. Mas a instituição já identificou que atletas amadores também estão aderindo ao movimento.
Os desafios continuam nas redes sociais e Bernardo ressalta que a brincadeira é séria e que ajuda a salvar vidas. “Acho que nós, como atletas, devemos usar a nossa influência para o bem. E, com o tema da saúde em destaque, achei que valia a pena chamar a atenção para a doação de sangue, que é um ato de cidadania e de amor”, disse.