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Debate aconteceu na CVM-RJ
Palestra da Semana Enef abordou crowdfunding
Crowdfunding. O que essa palavra significa? O Superintendente de Desenvolvimento ao Mercado (SDM) da CVM, Antonio Berwanger, conduziu o debate hoje (12/5), no Centro Educacional da Autarquia, no Rio de Janeiro. A palestra foi mais uma ação da entidade durante a Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF).
Traduzindo ao ‘pé da letra’, o “financiamento por multidão” é a obtenção de pequenas quantias de dinheiro junto a um grande número de pessoas com a finalidade de captar montante para atividade social, cultural, empréstimos para pessoas físicas ou jurídicas ou investimento em empresa.
Antonio pontuou que, apesar de existirem quatro tipos de crowdfunding (doação, recompensa, empréstimo e investimento), apenas o último está sob o escopo da CVM.
“Por se tratar de oferta de valor mobiliário realizada publicamente – via internet -, deve ser regulada pela Autarquia. Existe uma audiência pública sobre o tema, em fase de análise, que pretende regulamentar as plataformas de crowdfunding em que os investimentos serão oferecidos”, explicou Berwanger.
O crowdfunding de investimento é uma iniciativa popular, inclusive entre pessoas que não são investidores habituais do mercado de capitais, sendo necessária uma atuação educacional por parte da Autarquia. Segundo Antonio, “num primeiro momento, a plataforma não tinha esse propósito. Por isso, é importante mostrar quais as iniciativas da CVM para desenvolver esse mercado, trazendo a proteção necessária para o investidor”.
Mas existem riscos? De acordo com superintendente, os investidores devem estar atentos. “O empreendimento pode não dar certo e acabar logo nos primeiros meses de ‘vida’, o que geraria perda de dinheiro”, informou Antonio. Durante a palestra surgiram dúvidas nos expectadores. Um deles questionou a respeito das empresas que podem ofertar via plataforma eletrônica. “Pode ser uma startup, um bar, um restaurante, desde que a receita bruta anual de faturamento da empresa seja menor que R$ 10 milhões”, explicou o superintendente.
Antonio também respondeu à pergunta feita sobre quem pode investir. “Além de investidores anjo – que atuam como investidores líderes de ofertas - e investidores qualificados – que têm investimentos acima de 10 milhões de reais -, abrimos também para pessoas que tenham até 10% da renda bruta ou patrimônio líquido (o que for maior) do investidor”, esclareceu.
“O crowdfunding está mudando a postura do brasileiro, que, culturalmente, é avesso ao risco. Apesar disso, vejo mudança de comportamento neste sentido”, finalizou Antonio.