Notícias
CONVÊNIO
CVM e Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe firmam acordo de cooperação técnica que contempla populações indígenas no Brasil
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe firmam acordo de cooperação técnica.
O objetivo é desenvolver metodologia inclusiva e replicável para a educação financeira e de alfabetização digital das populações indígenas no Brasil, com base no desenho do material didático e na implementação de projeto piloto com a comunidade Jarakí, localizada na Vila do Lago de Praia, no Estado do Pará.
"Muitas comunidades indígenas ainda não estão totalmente inseridas na economia e são empreendedoras por necessidade. A educação financeira e a formação empreendedora são importantes, pois quando seus negócios enfrentam dificuldades de acesso ao capital, isso pode colocá-los à margem, quando comparados aos não indígenas. Desenvolver materiais de educação financeira aderentes à realidade das populações indígenas pode melhorar a integração desses povos originários com o mercado financeiro e de capitais, permitindo que essa integração não seja apenas predatória, quando o indígena se vê em situação de desvantagem informacional e desequilíbrio de recursos, mas também permita que as populações se desenvolvam economicamente, preservando suas raízes e culturas."
Nathalie Vidual, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM.
Educação financeira e letramento digital indígena
A parceria prevê:
- Desenvolvimento de metodologia para material educacional para educação financeira nas escolas indígenas, incluindo para capacitação de professores.
- Material educacional para letramento digital indígena, incluindo material para capacitação de multiplicadores.
- Monitoramento do projeto de educação financeira e de letramento digital nas escolas indígenas.
- Inclusão de indicadores de resultados (quantitativos e qualitativos) e de impacto do programa.
“Este convênio nos permitirá, além de reforçar nosso mandato como banco verde e do crescimento sustentável e inclusivo da América Latina e Caribe, também promover o desenvolvimento étnico-territorial e, no futuro, contar com a oportunidade de replicar essa iniciativa não apenas no Brasil, mas em toda a região”, afirmou Estefanía Laterza, representante do CAF no país.
"O projeto piloto foi iniciado na escola indígena da Aldeia de Lago da Praia com o envolvimento de 4 professores e cerca de 70 alunos indígenas do ensino fundamental. Até o momento já foi realizado uma revisão por parte das professoras indígenas do material de Educação Financeira nas Escolas, a aplicação de questionário da OCDE para mapeamento de conhecimento e comportamento financeiro, recebimento de computadores na aldeia, criação de um laboratório de informática, instalação de painel solar e, em andamento, a elaboração de uma cartilha de educação financeira voltada para o 4° ano. A faixa etária contemplada varia de 14 a 17 anos e, após o teste nas escolas, o projeto será ampliado a todas as escolas indígenas indicadas pelo MEC."
Paulo Portinho, Gerente de Educação e Inclusão Financeira (GEIF) da CVM.