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Sociobiodiversidade
MinC e Instituto Chico Mendes discutem políticas para povos e comunidades tradicionais das Unidades de Conservação
Foto: Divulgação ICMBio
Com objetivo de pensar políticas culturais que atendam as especificidades e a diversidade dos povos e comunidades tradicionais das Unidades de Conservação federais, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, se reuniu, na última quinta-feira (21), com o diretor de Promoção de Culturas Populares do Ministério da Cultura (MinC), Tião Soares. Também participaram do encontro a diretora de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação, Kátia Torres, e as servidoras e colaboradoras da Coordenação-Geral de Populações Tradicionais do ICMBio.
A articulação com o Ministério da Cultura é inédita na história do Instituto e parte da compreensão de que políticas culturais são fundamentais para a visibilização e proteção dos conhecimentos, valores, formas de fazer e viver nos territórios em que se inserem as unidades de conservação, bem como de valorização cultural das comunidades que vivem nestes espaços protegidos. "A promoção da cultura é parte intrínseca da boa governança das áreas protegidas, sendo um caminho privilegiado, portanto, para a salvaguarda da sociobiodiversidade", afirma Katia Torres.
Segundo Tião Soares, há inúmeras possibilidades de atuação em conjunto para a valorização, proteção e salvaguarda das mestras e mestres das culturas populares e seus territórios tradicionais. Destacou como exemplo a integração das unidades de conservação com os Pontos e Pontões de Cultura, mais especificamente com os Pontões Temáticos das Culturas Populares e Tradicionais, dos Povos e Comunidades de Matriz Africana e o de Territórios Rurais e Cultura Alimentar.
“A importância das culturas populares e tradicionais é imperiosa no uso de seus sentidos dentro das comunidades e territórios tradicionais, especialmente naqueles territórios de proteção ambiental, onde os seus habitantes e a biodiversidade fazem parte desse pensamento complexo em que as políticas culturais estão imbricadas e implicadas numa dimensão cidadã. Os conceitos se entrelaçam numa perspectiva da dialógica cultural. A parceria com o ICMBio é o início de uma possível mudança do sentido do que deva ser uma política cultural que atenda uma outra forma de pensar juntos e fazer com a cosmovisão daqueles conhecimentos tradicionais”, explicou Tião Soares.
Os dois órgãos poderão estreitar os diálogos também em relação ao futuro Plano Nacional das Culturas Populares e Tradicionais, que será formulado pelo MinC e poderá incorporar o debate sobre políticas públicas de cultura sustentável em territórios de proteção ambiental.
Com informações do ICMBio