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Dia dos Namorados
Conheça a história dos ponteiros unidos pela Cultura Viva
Casamento no Ponto de Memória Pompéu /Foto: Carine Costa
O Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, traz à tona muitas histórias de amor. Nesse universo de tantos encontros, a Política Nacional Cultura Viva (PNCV) foi a responsável pela união dos ponteiros Aline Cantia e Fernando Chagas, 10 anos atrás. Eles se conheceram na 5ª Teia Nacional, realizada em Natal (RN), em 2014, ano em que foi sancionada a Lei 13.018/2014, que tornou o programa Cultura Viva uma política de Estado. Cada um estava no evento, considerado o maior encontro dos atores envolvidos na implementação da PNCV, para representar o seu respectivo Ponto de Cultura.
“Quando cheguei no cortejo da Teia, vi um moço tocando pandeiro, e ele me perguntou se eu queria tocar. Falei não, mas que eu poderia contar uma história. E aí, a gente começou a conversar. Ficamos juntos no último dia da Teia e nunca mais nos separamos. Oficializamos nosso namoro à distância, sempre conectados pela cultura e pela arte”, lembra Aline. Para Fernando, o encontro também foi especial. “Quando a conheci, ela me disse que era contadora de histórias. E eu contei para ela a história de amor dos meus pais, e ela ouviu com muita atenção. Achei tão bonito a forma como ela me escutou, com tanta atenção, e isso me conquistou à primeira vista", contou Fernando.
Natural de Minas Gerais, Aline atuava com o Ponto de Cultura AbraPalavra, dedicado a desenvolver ações de incentivo às oralidades e à literatura. Já Fernando morava em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, onde dirigia o Ponto de Cultura Tribal sobre Rodas da Animação, que tinha um caminhão-palco com ações de multilinguagens artísticas. O casal manteve o namoro a distância até 2017, quando Fernando se mudou para Belo Horizonte. Na bagagem, levou as experiências de gestão e do seu trabalho de criação artística do teatro e da música para juntar forças com o Instituto Cultural AbraPalavra, idealizado por Aline e pelo músico Chicó do Céu, que trabalhavam em quatro frentes principais: formação, produção, criação e pesquisa. Dessa união, surgiu um Pontão de Cultura, no final de 2023.
“A gente começou a fortalecer o Ponto de Cultura AbraPalavra e, no final do ano passado, viramos um Pontão Nacional de Livro, Leitura e Literatura. Então, foi a experiência desses ponteiros que se juntaram e viraram um pontão. Temos produzido muitos trabalhos juntos, artísticos, musicais e literários. Temos viajado para várias partes do mundo contando outras histórias, e essa história também”, completa Aline.
O Pontão Nacional de Livro, Leitura e Literatura é um dos 42 Pontões de Cultura fomentados pelo Ministério da Cultura (MinC) para fortalecer a Política Nacional Cultura Viva. Os grupos culturais foram selecionados em um Edital de Chamamento Público e receberão um repasse de R$ 400 mil a R$ 800 mil para a execução de um projeto cultural pelo período de 12 meses.
“O nosso Pontão vai atuar nas cinco regiões do Brasil com atividades de formação em escrita literária e criativa, mediação de leitura, cultura viva, entre outros, e fará um mapeamento e diagnóstico junto a Pontos de Leitura e de Cultura para ampliar e fortalecer as políticas públicas voltadas para o livro, bibliotecas e literatura. Além disso, com a contribuição de 20 agentes cultura viva, pretendemos fortalecer a rede nacional dos Pontos de Leitura", explicou Fernando.
Aline, Fernado e os demais representantes dos pontões selecionados participaram, entre os dias 3 e 5 de junho, em Brasília, do 1º Seminário de Pontões de Cultura - Política de Base Comunitária Reconstruindo o Brasil. O evento marcou o início da parceria entre o MinC e essas instituições para articular e mapear as redes territoriais e temáticas dos pontos de cultura no país.
“A Cultura Viva é esse lugar mesmo dos encontros, acho que ela nasce justamente para isso, para fomentar os pontos que já existem no Brasil e a partir daí cria-se uma rede de solidariedade, uma rede de afetos, que é bem revolucionária”, concluiu Aline.