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Atualmente resido na aldeia Tiwa, do território Araribóia.
Sou professor na Escola “Centro Educacional Ensino Zezinho Rodrigues”, exercendo esse cargo de professor desde 2019.
Apresento aqui um relato de minha vida cotidiana e das práticas culturais da minha aldeia, no território indígena dos Guajajara.
Me baseio em observações e pesquisas realizadas na comunidade. Além disso, relato motivos que me levaram a ingressar na universidade.
Destaco a importância da educação superior para a preservação e o fortalecimento das culturas indígenas.
Acho importante compartilhar conhecimentos para o bem-estar da comunidade. Ter essa conexão com a natureza e sentir essa belezura.
É isso que me faz viver na aldeia e na comunidade.
Gosto de pensar no todo, trazer novidade de saberes, compartilhar com a comunidade em geral.
Vivo em uma aldeia que fica centralizada em quatro municípios, que são Amarante do Maranhão, Grajaú do Maranhão, Arame do Maranhão, Bom Jesus das Selvas do Maranhão.
Antes minha aldeia se chamava Aldeia Presídio, esse nome era conhecido por todos, mas era um nome que assustava as pessoas. As pessoas queriam visitar a aldeia e conhecer as epistemologias e cosmologias indígenas. O nome dava medo. Por isso que veio esse questionamento. As lideranças da base tiveram que mudar esse nome.
A comunidade mudou o nome para Aldeia Tiwa. Esse nome significa, na língua Tentehara, espinho. Til significa espinheiro. Colocaram esse nome porque ali, na margem do rio, era cheio de espinho.
O rio Zutiwa, anteriormente, era chamado rio Preto. Durante uma reunião interna, em 1995, as lideranças indígenas decidiram mudar a aldeia para Tiwa, em homenagem ao rio que se caracterizava por ser cheio de espinho. Batizaram com esse nome, dando destaque para palavras importantes de nossa língua.
Essas referências vêm do saudoso e grandioso Zezico Rodrigues Guajajara. Ele entrevistou diversos anciãos e anciãs para coletar histórias e informações que estavam na oralidade sobre a aldeia.
Prossigo com muito entusiasmo e ousadia para o desenvolvimento da aldeia. Quero somar na melhoria da educação, da saúde e em todas as instâncias.
Minha reflexão é que tudo é possível para aqueles que acreditam no seu potencial e que são referência para si mesmo e para comunidade, são resistência e são protagonistas de si.
Tive incentivo da minha rainha-avó Hildene Guajajara e minha rainha-mãe Dinalva Guajajara, e incentivo de mim mesmo.
Eu tive sensibilidade e curiosidade de trazer novos saberes e experiências que eu tive ao longo desse processo de aprendizagem.
Sigo aprendendo junto com os meus colegas.
Quero saber dos meus direitos, da lei que nos ampara. Da Constituição de 1988. Dar mais visibilidade a estes direitos e ir adiante no processo de aprendizagem própria, como diz o artigo 210 da Constituição.
Estudar é sempre muito produtivo para mim e para meu povo.
Quero revitalizar as culinárias internas, que é preciso revitalizar, porque nos fortalece enquanto povo diferente, precisa fortalecer.