Isamel Apracti Krahô
O mestre Apracti é liderança, ancião e Hoxuá Krahô.
Nascido na aldeia Galheiro é um dos fundadores da aldeia Manoel Alves Pequeno, na Terra Indígena Kraholândia.
Ismael é conhecido, também, fora do território mehi, sendo convidado para fazer apresentações de Hoxuá em eventos por todo o país, e até mesmo fora dele, como na Colômbia, onde foi ano passado a convite de um palhaço colombiano.
Hoxuá é um personagem importante da cosmologia mehi-Krahô e participa de algumas cerimônias ancestrais, como a Jat Jon Pej (Festa da Batata).
Este amikin, concebido para gerar alegria, saúde e bem-estar, é vinculado à narrativa da “Festa dos legumes”, do pur (roça ancestral).
Foi no momento em que os legumes, liderados pela batata-doce e a abóbora, se animaram, que se concebeu a festa, na qual algumas práticas de conhecimento foram ensinadas, como a corrida de tora de batata.
No mini doc produzido pela Revista Pihhy, Apracti fala um pouco de sua vida, do que se espera de um Hoxuá e da prática da palhaçaria não indígena. Ele mostra, ainda, o impacto da presença de um mestre de cultura em uma instituição universitária.
Trata-se da primeira visita de Apracti à universidade.
O Hoxuá que é conhecido popularmente por gerar o riso, realizando performances como a de um palhaço não indígena, na festa mehi é, na realidade, a abóbora viva que se levantou da roça para criar uma festa, na verdade um amikin.
Segundo Apracti, se ele faz o papal de palhaço nas apresentações culturais fora da aldeia, a figura de Hoxuá é, entretanto, mais do que isso, na cosmologia indígena.
Representa a abóbora, alimento central na roça tradicional.
É como um alimento vivo, uma abóbora viva.
O alimento vivo, segundo o mestre, é o que garante a cultura viva e a sustentabilidade do território.
Hoxuá é riso, palhaçaria mehi, abóbora viva, conhecimento e saúde!
Apresentamos a seguir um trecho do mini doc em desenvolvimento.
(texto: Revista Pihhy)