Apresentação
Todos os materiais compartilhados aqui foram escritos por membros do grupo “Escritores Mazahuas", um coletivo composto por intelectuais indígenas ligados ao povo Mazahua, um povo originário com presença em diferentes cidades do México e dos Estados Unidos, mas cuja territorialidade histórica está localizada no centro do país mexicano, a norte da província do Estado do México e a leste da província de Michoacán.
Escritores Mazahuas é um projeto autogerido e independente que, desde 2017, se dedica à criação de materiais escritos de maneira bilíngue (em espanhol e jñatrjo), bem como à divulgação e promoção da língua jñatrjo e da cultura mazahua.
Os membros do grupo dedicam-se principalmente à produção poética e literária e, em menor medida, também fazem contribuições acadêmicas, especialmente na área da tradução.
As obras aqui expostas são uma pequena amostra do trabalho, da criatividade e da sensibilidade poética e narrativa dos autores.
Através da leitura, o leitor poderá identificar alguns dos índices culturais e referências geográficas que inundam o imaginário e compõem a cosmologia do povo Mazahua, bem como a experiência da migração, também profundamente enraizada no povo Mazahua.
Os poemas de Francisco Antonio León Cuervo refletem sobre duas questões profundamente complexas e transversais à subjetividade coletiva dos Mazahua. Em “¿Aún preguntas quién soy?”, o autor reflete sobre o eu, que para o povo Mazahua não é independente da natureza, mas é composto por ela.
Da mesma forma, em “La tierra”, o autor lança versos que nos permitem visualizar a importância da terra para a cultura Mazahua; a terra torna possível a agricultura, a casa e a vida em geral.
Por sua vez, “Baile”, de Germán Segundo Cárdenas, inspira-se numa dança feminina conhecida na cultura Mazahua como Danza de Pastoras; esta dança, de caráter ritual, tem como pano de fundo simbólico a germinação e a sexualidade feminina.
Para fechar a amostra poética, Rufino Benitez Reyna compartilha conosco um poema pedagógico intitulado “Filho”, cujos versos aludem ao tipo de comportamento que se espera que os jovens Mazahua tenham, tanto na sua interação social humana, como com os recursos naturais do seu meio ambiente.
O conto de Susana Bautista Cruz, “Nadie” (Ninguém), trata das situações e humilhações vividas pelas mulheres migrantes na sua peregrinação para os Estados Unidos; os maus tratos dos contrabandistas e a relação entre uma mãe e a sua filha pequena.
Todos os materiais foram escritos e traduzidos para a língua jñatrjo por membros do grupo de escritores Mazahua. E traduzidos ao português pela equipe da Revista Pihhy.
Ninguém
Susana Bautista Cruz
Não havia nenhum sinal de movimento na estrada. Ninguém.
Apenas uma linha borrada que apontava para o infinito, e o fumo que desfocava o rosto amado.
A moça correu atrás do ônibus. Os seus passos curtos tornavam-se maiores no desespero de o alcançar. A angústia deixou-a sem fôlego, e as suas pernas enrolaram-se. Ela caiu como uma serpente.
O golpe brutal no estômago silenciou-a durante segundos, e ela mal conseguiu dizer uma palavra: “Mamãe”.
-Para que esta gritaria toda? - dizia Simão, enquanto colocava aguardente nos copos de plástico. Ele tinha um cigarro apagado na boca.
-Deixem-na em paz! Só ela conhece a sua dor, disse Elias.
-Que dor? - respondeu Simão, debochando. E acendeu o cigarro.
-Ela veio de tão longe. Deixou tudo.
-Deixar o quê. Segundo ela, não tinha nada, apenas a sua filha. -Estar aqui tem os seus perigos". Ele bebeu toda a bebida e acrescentou: "A fronteira é um bom lugar para viver".
-E olha a vida que ela te dá. Isto é melhor do que nada. Além disso, ela estava a fugir sabe-se lá de quê…
-Da migra.
-A migra? -Simon bateu com a mão na mesa.
-Só Deus sabe se ela vem de Guate ou de El Salvador. Todas as velhas dizem a mesma coisa. A história é só uma história para ter pena dela. Devem tê-la vendido num comércio. Deram-na.
-Deram-na? - perguntou Elias com hesitação.
Os dois olharam para a mulher que soluçava na escuridão do quarto.
-Eu só trago quetzales, disse a mulher morena, e estendeu algumas notas.
-Essas não valem nada. Vão custar-lhe mais. O dobro, disse “o Marrana”.
-Eu troco-as na fronteira.
-Que fronteira? Aqui não há fronteira. Paga-se e pronto. O dobro.
-É tudo o que tenho. A mulher oferece-lhe o dinheiro.
-Vamos! - O Marrana arrancou-lhe as notas amassadas.
A mulher entrou rapidamente no ônibus. Atrás dela, apareceu uma criança enrolada num xale grosso, agarrada a seu lado. O Marrana esperou que o ônibus arrancasse, depois aproximou-se da mulher.
-Eu te disse que era o dobro, mas para a fedelha é o triplo.
-Mas ela não é volumosa – olhou para ele com ar suplicante –, é pequena. Só tem quatro, bem, cinco anos.
-Não vais conseguir nada com ela. Deixa-a em paz!
-Não!
O marrana bateu na mulher. Ninguém interveio. Ninguém. O ônibus parou. Depois acelerou a toda a velocidade.
O fumo negro trançava um redemoinho espesso.
Apenas uma linha borrada apontava para o infinito.
A fronteira.
Otrjo
Susana Bautista Cruz
Trad. Germán Segundo Cárdenas
K’a nrrañe dya ni kjo ri nrreñe ne dyúnú. Otrjo. Ngextrjo d’aja dyaxú nu dya mi ñúú na joo nu pjatr’ú na joo na tanjëë ne d’aja tab’ipji mi trjorú jokjú o jmii nu mi nee. Nu ts’ixutr’i o nanguag’iji chúntr’ú xútrjú nu nzhontr’ezi. O ts’ingua mi kja na maja mi chanú mi nee zúrú. Nu kjaak’ú chanú dya mi soo kjúnsú o jñúú ne o trjangi o chantrjú; o nrrobjú nzikja xixkala k’a nrramú. Nu o mbúb’ú na dezhi k’a o pjeme o kjaa maa o jñaa d’aja ch’inrrajme, ch’ikje ch’ikje mi soo mobú o jmii d’aja jñaa: “Ñúú”.
–¡B’ejña!, ¿pje kja i k’uee na jense? –o mamú Simo mu mi xichp’i pareje k’a o öösi’i xib’urru. Mi jüü d’aja trjúnsú nu dya mi zere k’a o chee.
–¡Jiezi k’ú! A ngeze pjechi pje na ú’ú –o mamú nu Eli.
–¿Ú’ú?, ¿jai? –trjürú na tsöö Simo mi trjeñetrjo ne chjútr’ú nu trjúnsú.
–Nu mi enje na jëë. Jiezi texe.
–Pje jiezi. Nuk’ú mamú otrjo dya mi pjesi; ngextrjo o kab’oxú. Mu i b’úb’ú kjaba kja’a nu ri ‘oñe –o sii o pasú o nee texe nu pareje ne o mamú: k’a ñúnú ngeje jñiñi nu na joo ri karú.
–Ne ñu’u nu zakjú nu i ujnú.
–Na ngeje na joo nu mi otrjo. B’úb’ú pje sii. Ne, nujnu mi nanguad’iji pärú kjo mi tejñe kjo mi ngeje.
–Nuk’u xunrraro ñúnú.
–¿Nu xunrraro ñunú? –Simo a dyab’ú o tadyee k’a jñingua–. Parú t’sita nu mi enje ma Guate ne Nu Salvador. Texe yo male mamúji kjanu. Ne o k’ab’ox’ú dya kjuanú xotrjo ri kjakjúme ra pjentroji. O maa poo k’a tangumú. O ch’ujnú.
–¿O ch’ujnú? –Dyonú, dya mi nee, Elia.
Yo yejebi ñuu na tsöö nu b’ejña nu mi bee k’a mi pab’ú xomú k’a mbongumú.
–Ngextrjo ri tüü yo ketzal –o mamú b’ob’ejña ne o jizhi yo merio.
–Dya ngeje merio yo. Ra mizhi na ponkjú. Junspjú yeje –o kuéétrjo jñaa Nu Su’udakjua.
–Ra potúkjo k’a ñunú.
–¿Jai ñunú? Kjaba dya kja ñunú. Kjontr’údya. Junspú yeje.
–Ngeje texe nu ri pesikjo –nu b’ejña o ch’ujnú nu merio.
–¡Chesedya! –Nu Su’udkjua o kankjú yo merio nu mi chotr’ú.
Nu b’ejña nrramé o chese k’a nzhontr’ezi. A xútrjú nujnú, mi seje d’aja ch’ixutr’i nu mi posú nu na pizhi mbadyo, mi dúntr’ú k’a o ximotrjú. Nu Su’udakjua o cheb’e mi mburú nzhod’ú nu nzhontr’ezi; ne o setr’é k’a mi b’u´b’u nu b’ejña.
–Ro xitsikjo ri junspú yeje, mbe nu kab’oxú ngeje jñii.
–Mbe dya pje ngeje pojo –mi orútrjo mu o nuu: ch’ikjetrjo–. Sisitrjo nzhio, ro jiopjú ngeje ts’icha kjee.
–Dya ri seje k’a ri paa mu ri sisinu. ¡Jiezi!
–¡Io!
Nu Su’udakjua o kjuxtr’ú nu b’ejña. Dyakjo ñanú. Otrjo. Nu nzhontr’ezi o b’ob’ú. Ne, o nanguad’iji na ponkjú. Nu b’ob’ipji o ñurú daja b’oxtrajmú. Ngextrjo d’aja dyaxú nu dya mi ñúú na joo nu pjatr’ú na joo na tanjëë. Nu ñunú.
Perfil da autora e tradutora
Susana Bautista Cruz é originária da comunidade Mazahua de Rioyos Buenavista, no município mexicano de San Felipe del Progreso. Investiga, reflete e escreve sobre comunidade, estudos feministas e literatura em línguas indígenas. Leciona no Programa Universitário para a Diversidade Cultural e Interculturalidade, PUIC-UNAM, e é membro da Associação de Escritores Mazahua.
Germán Segundo Cárdenas (San Francisco Tepeoluco, Temascalcingo, Edo. de Méx.) é licenciado em Educação Primária. Ensina a língua mazahua e ministra workshops de música. Colabora na revista digital “Nu jñini jñatrjo”. Colaborou na tradução da antologia de poesia espanhola-mazahua, En alas de la palabra, do projeto “Ni una lengua más extinta ni un universo perdido”. É membro do Grupo de Escritores Mazahua.
Poesia Mazahua
¿Ri onú k’oko ngets’k’o?
*Francisco Antonio León Cuervo
Na ts’itöjö kja xijómú
na ngojñú’ú kja nrajma
na bejñú’ú kja zapjú
na ngo’ue’e kja ngomú
na ngondunsé kja dyeb’e.
Na ú’matr’ú kja ngojña
na nginzhó ko jmicha a tr’eje
na pochjeñe kja jens’e
na t’onzho’o kja ngomú.
Nujnu ri ngets’k’o.
Na juembeñe, ko mi tsintsi
kja na potjú ñe na b’éxomú
yo otjmi.
¿Aún preguntas quién soy?
*Francisco Antonio León Cuervo
Un latido agudo en el desierto
un suspiro ahogado en el viento
un aliento perdido en el océano
un llanto ciego en la espuma
un escalofrió torpe en la lluvia.
Un grito desesperado sobre el silencio
Una lágrima dibujada en la montaña
Una sonrisa borrosa en el cielo
Una mirada vacía bajo niebla.
Eso soy yo.
Un recuerdo triste que se desvanece
entre los oscuros y sombríos
rostros de la nada.
Ainda perguntam quem sou?
*Francisco António León Cuervo
Um grito agudo no deserto
um suspiro afogado no vento
uma respiração perdida no oceano
um grito cego na espuma
um arrepio desajeitado na chuva.
Um grito desesperado no silêncio
Uma lágrima desenhada na montanha
Um sorriso desfocado no céu
Um olhar vazio sob o nevoeiro.
Sou eu.
Uma lembrança triste que se desvanece
entre os escuros e sombrios
rostos do nada.
Ne jomú
*Francisco Antonio León Cuervo
Ro chjotrúgo ne yaxú nu naja
kja ñonjomú k’ú chjunú ne nrajma
ro penchi nu jomú kja in dye’e
ñe o teb’e nu jiarú k’ú o pa’a
ro tsjago a kjanu ne ngumú
ñe yo ñijomú ra kjemeba.
Ro jiáságo nu jomú
mi zezhi o me’e
o kja’a xichjomú k’ú o kjobú nu dyeb’e
o kja’a nredye nuja ri pa’a nu jñonú
o kja’a jmomú texeji
ga kja texetrjo ri chjejuigojme
ma kuarú, o ngeje s’ábá
dya so’o ra mink’ojme ma dya b’úb’ú nreje.
In kjuago o xokjú ne jomú
nuja o mbes’e yo ts’itrjö
ma kjogú yo pa’a
yo ngua’a o tsjaji nu ñiji.
Ro xokjú in dye’e k’ú o so’o ne jomú
ñe ne jomú o penchi in yú’ú.
La tierra
*Francisco Antonio León Cuervo
Encontré la huella del primero
en el polvo que dejó el viento
tomé un puño de arcilla en mis manos
y esperé a que el sol la endureciera
levanté así la casa
con cada adobe que me sobrevivirá.
Cocí la tierra
se hizo barro
se volvió teja que bloqueó la lluvia
se volvió comal donde se cuece la vida
se volvió plato para todos
porque todos somos iguales
al final, se hizo cántaro
porque no aprendimos a vivir sin agua.
Mis pies trazaron los surcos
donde brotó la semilla
al correr del tiempo
los pasos hicieron camino.
Abrí la mano para sentir la arena
y la arena sujetó mi raíz.
A terra
*Francisco António León Cuervo
Encontrei a pegada do primeiro
na poeira deixada pelo vento
Peguei um punhado de barro nas minhas mãos
e esperei que o sol o endurecesse
Ergui a casa assim
com cada adobe que sobrevive.
Cozinhei a terra
transformou-se em lama
tornou-se telha que bloqueia a chuva
tornou-se um comal onde se cozinha a vida
tornou-se um prato para todos
porque somos todos iguais
no fim, tornou-se cântaro
porque não aprendemos a viver sem água.
Os meus pés traçaram os sulcos
onde a semente brotou
com o passar do tempo
os passos fizeram o caminho.
Abri a minha mão para sentir a areia
e a areia segurou a minha raiz.
Jneme
*Germán Segundo Cárdenas
Yo male jnemeji d’aja jneme nu dya ra nguarú,
o jñaaji b’úb’úji k’a yo dyizi nu pjensi,
yo bürú ngeje o ñú’ú nu mapjúji nu jomú
dya niji o ngua, ngeje túd’ú nu dya yepje,
soji nu Xoñijomú.
K’o d’aja k’ijmi o zopjú,
nu jneme süünji ra b’ezhi nu ts’itönjö yo i
malekjome.
Nu Xoñijomú tönjö d’aja xijomú nu b’úb’útrjo,
nu mbärú ra ngemetrjo mu ra kjobú yo pa’a.
Baile
*Germán Segundo Cárdenas
Las abuelas bailan una danza eterna,
sus voces se encuentran en gargantas brillantes,
sus sonajas de madre aclaman a la tierra,
sus pasos lentos, son rítmicas irrepetibles,
despiertan a la Tierra.
Con una serpiente invocan,
la danza se arriesga a perder las notas de nuestras abuelas.
La Tierra les entona un canto de polvo viviente,
una sabiduría que quedará latente en el tiempo.
Dança
*Germán Segundo Cárdenas
As avós dançam uma dança eterna,
as suas vozes encontram-se em gargantas brilhantes,
os chocalhos das suas mães aclamam a terra,
os seus passos lentos, são rítmos irrepetíveis,
que despertam a terra.
Com uma serpente invocam,
a dança que arrisca-se a perder as notas das nossas avós.
Avós.
A Terra entoa-lhes uma canção de pó vivo,
uma sabedoria que permanecerá latente no tempo.
CHII
*Rufino Benitez Reyna
Chii, jñanda na joo
yo búbú kja jumú
pärä yo na joo
ndo yo dya ga joo.
Jñanda jango ga tee yo súú
joka tsi ni tonji ndo
joka tsi ni zinzapjúji,
pa jodúji mbeka ra ziji.
Ga kjanu texe yo
búbú a jumú
kjaa mbeka ra tsjaa,
ra teji ndo ra minji na joo.
Nuske pedye a tjïï,
chiñi zaa,
jiodú mbeka ri tsjaa,
ngeko dya ra b’etske ko ri sii.
Ga kjanu texe yo tee
ra netseji,
ra mboxkúji ri tsjaa
yo ni b’epji.
Jñanda na joo
yo búbú a jumú,
mimi na joo
ndo mita netseji.
Ma joko guenchk’i,
dya gi mbekue,
zona na joo
mbeka ri xipji.
Ngeko dya ri chübi
ndo ga kjanu
mita májá
ni múbú.
Ma joko ra xitsi:
pjoxkú ndo ra pjoxkú,
dyanda gi zona,
pjosú.
Jñanda jango ga tsjaa
yo xankjú, yo ngúnú,
ndo ga kjatkutsú
pjosú yo tee ko xitsi ri pjosú.
Ma joko ra tsjakú ri údú,
dya gi mbekue,
dya gi kjaa nzhanso,
tsjaa na joo, ndo ri mimi na joo.
Chii: mbeñe na joo yo jñayo,
dya gi jñombeñe,
tsjaa texe yo ro xitsi,
ndo ri mimi na joo kja nu xoñijumú.
Nu xoñijumú, nu jango gi tee,
nu jango t’ogú ni sonú,
nu jango ni nana go muxkú,
nu jango naja paa ra nzhogújme.
Ngeko chii: chjúmbeñe,
pjosú texe yo ni dyoji,
dya gi jesto ga kjanu,
nanka texezújme, ri kjuarmaji.
Hijo
*Rufino Benitez Reyna
Hijo, observa bien
lo que hay en la tierra,
distingue lo bueno,
de lo malo.
Observa cómo crecen las aves,
cantan de madrugada,
y vuelan a luz del día,
en busca de sus alimentos.
Así, todo lo que hay
sobre la faz de la tierra,
tienen algo qué hacer:
nacer, crecer y vivir bien.
Tú, sal afuera,
parte la leña,
busca qué hacer,
y nada te faltará.
Así, todas las personas,
te admirarán, y
te ayudarán a realizar
tu trabajo.
Mira bien
lo que existe en este mundo,
¡Vive bien!
y todos te apreciarán.
Si alguien te ofende,
no te encorajines,
piensa bien
qué has de decirle,
para que no peleen,
y así,
se alegrará
tu corazón
Si alguien te dice:
ayúdame, y te ayudaré
no lo pienses mucho,
¡Ayúdalo!
Observa cómo viven
las hormigas y abejas,
así también tú, ayuda a
las personas que necesitan de ti.
Si alguien te hace enojar,
no te enfades,
no hagas lo malo,
has el bien y vivirás bien.
Hijo: recuerda muy bien
estas palabras, no lo olvides,
has todo lo que te dije
y vivirás bien en este mundo.
En éste mundo en donde creciste
en donde está enterrado tu ombligo
en donde tu madre te dio a nacer,
en donde algún día habremos de regresar.
Por eso hijo: reflexiona,
ayuda a todos tus hermanos,
no los desampares, porque,
ante todo, somos hermanos.
Filho
*Rufino Benitez Reyna
Filho, observa bem
o que há na terra,
distingue o bom
do mau.
Observa como crescem os pássaros,
que cantam de manhã cedo,
e voam à luz do dia,
em busca do seu alimento.
Assim, tudo o que existe à face da terra
sobre a face da terra
tem algo a fazer:
nascer, crescer e viver bem.
Tu, vai lá para fora,
racha a lenha,
encontra algo para fazer,
e nada te faltará.
Então todas as pessoas
vão t eadmirar-te, e
e te ajudar a fazer o teu trabalho.
Olha bem
para o que existe neste mundo,
Vive bem!
e todos te apreciarão.
Se alguém te ofender,
não te sintas envergonhado,
pensa bem
o que lhe hás-de dizer,
para que não discutam,
e depois se alegrará
o teu coração
o teu coração
Se alguém te disser:
ajuda-me, e eu te ajudarei,
não penses muito nisso,
Ajuda-o!
Observa como vivem
as formigas e as abelhas
assim você também, ajuda
as pessoas que precisam de ti.
Se alguém te irritar,
não te zangues,
não faças o mal,
faz o bem e viverás bem.
Filho: lembre-se muito bem
destas palavras,
não as esqueça,
faz tudo o que eu te disse
e viverás bem neste mundo.
Neste mundo onde cresceste,
é onde o teu umbigo está enterrado
onde a tua mãe te deu à luz,
onde um dia havemos de voltar.
Por isso, filho: reflita,
ajuda todos os teus irmãos,
não os abandones,
porque, acima de tudo, somos irmãos.